Não tem mais como eu comprar smartphone no lançamento!
Já falei muito por aqui sobre a compra de smartphones no lançamento, mas sempre na linha de raciocínio do preço, que cai depois, e também dos problemas que aparecerem logo nos primeiros dias e dos quais você pode fugir. Mas, com tantos lançamentos, um atrás do outro, como se manter em dia?
Há pouco menos de dois anos, um tempo gigante para a tecnologia, muitos reclamaram da estratégia da Sony ao lançar um topo de linha novo a cada seis meses. Porém, ao invés de vermos uma diminuição nesse padrão, ele aumentou e segue em velocidade.
Uma mudadinha no nome
Já estávamos acostumados a uma inundação de produtos intermediários e de entrada, com denominações como Plus, Stylus, Prime, Gran, entre outros. Mas os topo de linha vinham passando ilesos por essa moda prejudicial. Não mais.
Algumas fabricantes até mudam de geração, como a linha XZ da Sony, mas outros, como a Xiaomi e a OnePlus, apenas lançam “novas versões”, sendo o caso do Mi Mix 2 e Mi Mix 2S e OnePlus 6 e 6T. Essa última, aliás, já faz isso há algum tempo.
São nomes ligeiramente diferentes para manterem seu apelo de marca, e ao mesmo tempo adicionados de algo para que despertem curiosidade de compra. O que eles têm de novo?
O que está justificando os lançamentos?
O que esperávamos a cada ano, em eventos com meses demarcados ou em feiras conhecidas, já ocorre ao menos semestralmente. Veja alguns exemplos:
- Xiaomi Mi Mix: 10/2016 - Xiaomi Mi Mix 2: 09/2017 - Xiaomi Mi Mix 2S: 03/2018
- OnePlus 2: 08/2015 - OnePlus 3: 06/2016 - OnePlus 3T: 11/2016 - OnePlus 5: 06/2017 - OnePlus 5T: 11/2017 - OnePlus 6: 05/2018 - OnePlus 6T: 10/2018
- Sony Xperia XZ: 10/2016 - Sony Xperia XZ1: 09/2017 - Sony Xperia XZ2: 04/2018 - Sony Xperia XZ3: 08/2018
E eu citei apenas os topos de linha, sendo que poderíamos incluir aí também os famosos Moto G5 e Moto G5S com suas variantes Plus. Mas algo realmente muda para justificar um novo lançamento, mudanças de campanhas de marketing, obsolescência do modelo anterior?
Pegando o exemplo da Sony, do XZ2 para o XZ3 o processador, a RAM, a rede e muito mais se manteve. As diferenças ficam para o design, a tecnologia da tela e a câmera frontal. É justificável?
No Mi Mix, do 2 para o 2S, um pouco mais mudou, como o Snapdragon presente, materiais, redes e alguns detalhes nas câmeras. Mas justifica serem lançados com apenas 7 meses de diferença? Por que não esperar mais alguns meses e apresentar mais inovação?
O OnePlus 6T que vem por aí traz um notch menor, sensor biométrico abaixo da tela e outros extras. Custava lançar logo o mais completo e baratear seu preço com maior demanda? A verdade é que essa é uma corrida louca para estar sempre no topo da lista de compras do consumidor, eu e você. E, mais verdade ainda, eles fazem isso porque muitos realmente ficam sedentos por inovação a cada mês.
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Como se manter atualizado?
Nessa enxurrada de lançamentos, como se manter atualizado? Muitos compram um smartphone assim que ele sai por status, para ter sempre o mais novo, para estar em dia com a tecnologia. Muitos juntam um dinheiro suado para estar com o melhor. Com lançamentos a cada 5 meses, isso tudo acaba sendo frustrante.
Além disso, quanto mais aparelhos chegando, menos as fabricantes se comprometerão com atualizações. Ainda temos bons exemplos da Xiaomi, da Sony, da OnePlus, mas por quanto tempo elas conseguirão manter tudo em dia?
E por quanto tempo conseguirão manter a correria de lançamentos tão próximos sem um defeito sério como o do Galaxy Note 7, que teve problemas de prancheta e projeto, mesmo lançado em seu tempo normal? Nem vou entrar no assunto do lixo eletrônico.
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A única solução, a meu ver, acaba sendo esperar o lançamento passar, aguardar seu preço abaixar, ver se ele realmente vale a pena e aí sim efetuar uma compra boa. E mesmo isso pode não funcionar, pois em alguns casos você não encontra mais o aparelho que queria na loja (caso dos OnePlus) ou espera tempo demais para que ele chegue.
E você, qual a sua solução para evitar os problemas do excesso de lançamentos?
Eu depois de algumas experiências decidi não mais comprar nenhum aparelho recém lançado. No mínimo eu daria um prazo de 3 a 4 meses. Tempo suficiente pro valor já ter uma queda considerável e para conhecimento e talvez correções de possíveis bugs.
Comprar aparelho recém lançado justificava-se há alguns anos que realmente tinha um salto considerável de melhorias de um modelo pro outro. Hoje a diferença além de ser pouca os aparelhos de pelo menos um ano (claro, entre os intermediários avançados e premium e topos de linha) ainda dão conta do recado perfeitamente e quase todos eles ainda recebem pelo menos as atualizações de segurança.
Nunca tive essa condição. Então, segue-se o jogo.
Tenho que me contentar com o que tenho pq estou pagando ainda a bagatela de 1300, por um aparelho de 2017, triste esse Brasil nosso que tudo é caroo
Pra falar a verdade, lançamentos não ficaram desinteressantes somente no preço. Para mim, a "unificação do design" (bezel-less com frente preta e notch opcional) e especificações exageradas sem aprimoramentos onde de fato precisa (ninguém necessita de 6Gb ou 8Gb de memória RAM num celular, isso é supérfluo! O que se gasta nisso seria muito melhor investido numa bateria mais confiável ou numa carcaça menos frágil) me dizem que trocar de celular no futuro vai ser um inferno. Isso sem contar que até o software involuiu: a Google vem removendo features no Android desde a 5.0, "in the sake of security", como se segurança fosse sempre mandatório, o aspecto mais importante, até mesmo sob o custo de remover funções, esquecendo que muitas dessas features, que afetam principalmente a personalização, são o motivo de muitos preferirem um Android ao invés de um iDevice.
O S7, ao que tudo indica, deve ser meu último celular com o sistema da Google. Depois disso... quem sabe olhe com carinho para o meu velho Nokia 5130...
Um dia o pessoal vai se cansar disso... Vão sacar que não precisam de um top de linha... pelo menos a maioria esmagadora das pessoas não precisa... Quem quer top de linha é blogueiro e leitor de blogs... rss
Concordo, fica difícil mesmo! Stella, gostaria de ver um comparativo hands on do Zenfone 5Z 64gb X Galaxy S8 64gb, pois os valores são parecidos e o uso do dia a dia como fica?
quem é que realmente precisa comprar algo no lançamento?
Eu só agradeço aos early adopters sempre. valeu galera.
Preciso discordar VEEMENTEMENTE de quem reclama da Oneplus lançar 2 aparelhos/ano sendo que Samsung, Motorola, Lenovo, Asus e ate a Xiaomi, fazem 15 versões de cada aparelho que lançam, dos low ao hi end.
A Oneplus lança "apenas" 2 hi-end/ano (porra Samsung!) com atualizações consideráveis - Por exemplo: não compensa sair do Op5 pro 5T, ja que os updates não sao taaaao novos assim... mas adquirir uma versão 'T' diretamente, saindo de outra marca, sim vale mto a pena.
lançar 2 smartphones por ano já é sacanagem assim como a Oneplus faz....
A pergunta que fica é, o que dá para comprar no Brasil?
Depende. Eu prefiro comprar no Brasil para ter direito à garantia, assistência, ter onde reclamar caso dêe algum bode, agilidade na entrega e não ter dor de cabeça com taxação na alfândega, que muitas acaba matando o CxB de determinado aparelho. Além disso, aqui no Brasil tem boas opções, mesmo que com o preço um pouco mais caro. Para quem pode abrir mão dos fatores citados anteriormente, pode ser mais vantagem importar.
Existem pros e contras. Mas o 'contra' que mais pesa e que realmente nao há ABSOLUTAMENTE NADA que tenha um preço justo aqui, e isso é desolador.
Penso que se as empresas trabalhassem mais um mesmo aparelho por mais tempo não haveria perda de faturamento... um dos motivos é o fato de que muitas pessoas esperam algum tempo após os lançamento pra fazer a compra de um aparelho. E sendo esse aparelho o carro chefe por mais tempo, ele também seria vendido durante mais tempo.
Com isso teríamos melhor suporte em modo geral para um mesmo produto.
Acho interessante variações no mesmo produto como cores. Por exemplo, ao invés de lançar um novo galaxy, façam uma cor diferente 6 meses depois de lançado, ou, criem conteudos personalizáveis de tempo em tempo pra atrair consumidores, ao mesmo tempo que mantem frescor àqueles que já possuem um dispositivo.
Super de acordo, Giordano
O problema é que, quando uma empresa vende um mesmo modelo por mais tempo, ele vai deixando de ser novidade. Chega o do concorrente, a loja bota mais banners da novidade e o da sua empresa, por mais bacana que seja, vai ficando sem espaço. E cada vez chegam mais novidades. Uma solução bizarra pra isso é enfiar 5 topos de linha por mês nas lojas, assim é sempre um destaque.
A ideia das cores que você sugeriu, ou o conteúdo extra, são bem bacanas e são um caminho. Só que não parece ser a escolha deles, infelizmente.
O Brasileiro em geral paga hoje um preço pelo que não tivemos em nossas escolas quando pequeno. Nunca estudamos economia em nossas escolas, não só isso como aulas de comunicação, oratória e leitura, empreendedorismo. Coisas essas que deveriam ser ensinadas desde o primário. O Brasileiro hoje não sabe gastar seu dinheiro. Fato esse que mostra o numero de pessoas endividadas atualmente.
Juntando isso e o fato de o povo brasileiro ainda querer espelhar sua cultura aos países de fora, vivemos hoje essa corrida para conseguir coisas fúteis apenas por aparência. Sim, grande parte ainda busca apenas aparência. Brasileiro ainda cai em Black Friday aqui, ridículo isso.
Não é a toa que para as empresas comercializarem seus produtos aqui ainda é um bom negócio, mesmo sendo caro, porque o brasileiro não se importa em pagar o que for apenas para ter um produto.
Concordo, mas esse é um problema mundial. Brasil não é o mercado principal de Xiaomi, Sony, OnePlus e tantas outras, mas elas fazem isso também para seus mercados. China, Índia, Estados Unidos...
Concordo. Porém, não temos como comparar, por exemplo, os EUA (e a cultura deles) com a nossa. Lá é mais barato porque há MUITA concorrência. Aqui não. No site da Amazon US, há 40 marcas vendendo TV´s e competindo entre si pelo consumidor e, aqui, não passam de 4 ou 5 (sendo que destas, só 3 prestam). Portanto, não é só cultural (mas também é!) mas, infelizmente, por falta de opção (ou paga caro, ou não tem).
Mas concordo com tudo - especialmente o ato de se endividar para criar aparências.
Agora que fomos chegar a essa conclusão?
As pessoas precisam entender exatamente isso, comprar qualquer produto em lançamento é fria. Outro dia vi no canal do Dr Reclama, um rapaz bravo por ter pago mais de R$4.000,00 num S9, ou seja, comprou no lançamento e de brinde veio com um lote com defeito. Ficou no prejuízo por enquanto. Tem que ter cuidado, parar de ser afoito, sempre comento isso também, dinheiro não dá em árvore, já dizia vovó. Eu quando compro qualquer produto, de parafuso até carro, sei como negociar um preço, não podemos aceitar tudo o qual é imposto por uma empresa.
Não é brincadeira não, o que já vi de pessoas reclamando, comprando errado e depois xingando a empresa, inclusive amigos e parentes, não está no mapa.
Regra básica, pergunte para você mesmo, eu preciso gastar R$4.000,00 num S9 sabendo que tenho um S7 ou S8 que supre as minhas necessidades? Por que não esperar o momento certo, ou alguns anos, juntar um dinheiro e ai sim, realizar a compra?
Um bem durável, como o nome já diz, vai durar no mínimo uns 3 anos ou mais, se a pessoa for cuidadosa. Já tive um Nokia antigo, celular, durou 12 anos com a bateria ainda impecável, pode isso? Temos que ter mais consciência das coisas, se você deseja comprar um Mercedes, vai lá e compre, ai depois, paga-se uma grana violenta, pois a '' emoção '', empolgação passa, ai o indivíduo coloca N problemas no carro. O mesmo, insatisfeito, pensa em comprar um Jaguar, e por ai vai, fica um ciclo vicioso sem fim, a grana, a pessoa se mata de trabalhar, faz uma dívida monstro, deve o pai, o tio, o amigo, o banco, mas está lá com o carrão dele, tendo que arcar com a prestação, que não cabe no bolso.
Pesquise, tenha consciência das coisas, se você tem dinheiro, pode pagar R$5.000,00 como se fosse uma coxinha, vai lá, faça isso, mas faça ao menos a escolha certa, assertiva, ficar trocando toda hora, é rasgar dinheiro, é fazer um péssimo negócio, afinal, isso é supérfluo. Quer investir? compra um terreno, um imóvel, economize, pois no final, sempre vai sobrar dinheiro, para passear, viajar, ir a um restaurante, ou seja, viva a sua vida, da melhor forma possível com responsabilidade sem ostentar algo que não possa pagar.
Se ainda assim, quiser ter um produto caro, guarde o dinheiro, aproveite a oportunidade, mas saiba pechinchar também, não tenha vergonha de comprar um smartphone seminovo ou carro por exemplo, aliás, eu mesmo, só compro carro seminovo, já economizei nessa brincadeira mais de R$15.000,00, sabendo que carro 0 KM paga-se frete, emplacamento, IPVA, seguro, tudo mais caro. Portanto, lembre-se, ninguém precisa de um Rolex para se exibir por ai, mas tendo a mínima noção das coisas, da vida, você mesmo pode ter um belo bem na sua mão, mas com classe e principalmente dizer para você próprio, está pago, graças a Deus, não devo nada!
Pense nisso, faça uma reflexão!
Você, caro Vinícius, faz parte de uma esmagadora minoria em nosso país, infelizmente. Eu por exemplo, já fui gastão e aprendi a valorizar meu dinheiro. Tenho condições de comprar um celular melhor mas observei que um celular de até 1000 reais atende minhas exigências. Leituras sobre 'vida frugal' e 'simplicidade voluntária' mudaram drasticamente meu modo de ver a vida em todos os apectos.
Faz tempo que não leio um comentário tão grande (kkkkk). Parabéns por ele, ficaram muitas lições.
E, por fim, te pergunto: és economista?