Por que ficamos enjoados quando usamos óculos VR?

Pode parecer um pouco confuso um artigo com esse título num portal de tecnologia, mas é necessário abordar determinados problemas que acontecem com usuários que se aventuram neste mundo. Essa vertigem causada pela realidade virtual, ou enjoos, tem um nome técnico: cinetose - mal do movimento (ou doença do movimento).

Por que ficamos enjoados quando usamos realidade virtual?

A ação

Esses sintomas são causados por uma desordem com a comunicação do cérebro. Resumidamente, o ouvido envia informações falsas ao cérebro sobre o que está acontecendo, assim como a visão, que se torna mais ampla e imersiva quando estamos interagindo com algum jogo de VR.

Nós, seres humanos, temos nossos próprios sensores (músculos, artérias, pele e etc). O sistema ou aparelho vestibular (também conhecido como orgão gravitoceptor) é o conjunto de órgãos do ouvido interno dos vertebrados responsáveis pela manutenção do equilíbrio. As informações captadas por esse sistema são enviados ao sistema nervoso, ao nosso cérebro, que entra em atrito com aquilo que está sendo visto. Existe um movimento, mas a nossa visão não compreende essa movimentação de proximidade com a tela.

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A analise do movimento não depende apenas dos olhos e do ouvido, mas também de outros parâmetros: o sistema cerebral e da propriocepção. A propriocepção também denominada como cinestesia, é o termo utilizado para nomear a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão.

A tontura pelo uso do VR é a mesma que sentimos no transporte, por exemplo, mas é causada por um motivo oposto. No caso do ônibus, do trem e do metrô, nós vivemos fisicamente essa situação durante as viagens. Já com a realidade virtual temos o oposto, visto que não existe uma comunicação entre o ouvido e os olhos. É como se os nosso ouvidos enviassem informações ao sistema vestibular e as mesmas fossem anuladas.

As reações

Nosso cérebro fica perdido em meio a essas informações contraditórias, e entende que algo está errado. Logo, o mesmo entende que você não está bem, está passando mal, porque seus sistemas internos não conversam. O sistema nervoso, a partir dessas impressões erradas, começa a emitir sintomas diversos, como enjoos, vômitos, tonturas e náuseas.

Resumindo: em meio a algum jogo, existe uma falha de comunicação entre sensores e sistemas do nosso corpo. Quando o cérebro capta essa deficiência uma sequência de sintomas são emitidas visando a segurança do usuário. 

O que podemos fazer para tratar essa doença?

Eu lamento dizer que não há uma solução para que esse enjoo seja evitado, pois é pouco provável enviar a mesma informação a todos os sistemas e sensores (somente com equipamentos especiais). A Samsung está desenvolvendo em um óculos VR chamado Entrim 4D, que tenta estimular tanto o sistema vestibular, afim de dar a sensação de movimento, quanto a visão para dar mais realidade ao que é visto pelo usuário.

Existem outros sistemas deste tipo em desenvolvimento:

Medicamentos

Existem outras possíveis alternativas para resolver este problema. Devo insistir na palavra "possível", visto que alguns métodos não trazem resultados a algumas pessoas. Entrei em contato com um médico que me orientou o uso de medicamentos para prevenir vertigens, ou seja, para remediar o problema do equilíbrio que atinge os ouvidos. Porém, além do usuário precisar de prescrição médica, estes medicamentos podem causar efeitos colaterais, como sonolência, que pode ser um problema na hora de usar a realidade virtual.

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Pulseiras

Um dos métodos mais populares é o uso de pulseiras ou braceletes que visam reduzir (ou eliminar) a tontura. Esta alternativa é usada por mulheres em gestação, que tratam dessas doenças agudas pontualmente. Esses acessórios servem para eliminar os enjoos durante uma sessão de VR. O médio que eu conversei não conhecida esse tipo de pulseira, embora ele tenha reconhecido seu potencial, mas disse que gostaria de ver testes científicos que pudessem comprovar seu valor.

A pulseira mais conhecida é a ReliefBand, que dá um resultado de alívio para o usuário em minutos. Primeiro, a mesma indica ao usuário seu nível de tontura numa escala de 1 a 5 e, em seguida, a mesma envia um sinal estimulante ao cérebro para acabar com enjoos, que são mini-choques.

Existem outras pulseiras semelhantes no mercado, que eliminam enjoos em viagens de avião, por exemplo. Elas podem ser encontradas em alguns países no varejo, ou em lojas como a Decathlon.

Truques naturais

Os métodos caseiros podem ajudar na prevenção desses sintomas causados pelo VR. Uma colher de chá de mel com lavando ou óleo de camomila pode trazer bons resultados. O suco de limão também funciona. Se você prefere não ingerir nada, pode optar por sentir o cheiro de uma folha de hortelã durante o uso de óculos e jogos em realidade virtual. O cheiro dela fará com que seu estômago interage melhor com seu cérebro emitindo outros comandos.

Cada pessoa reage de forma diferente. Em casos mais extremos alguns contam com a ajuda do bicarbonato de sódio, fiel companheiro de quem sofre de texturas e enjoos frequentemente.

De modo geral, se você se sente mal ao usar VR, opte por partidas de jogos menores, ou reduza o tempo de interação com esse acessório. É claro que esses são paliativos, mas novas tecnologias e óculos específicos para ajudar o usuário nesse sentido devem chegar em breve ao mercado.