Android Wear vs Tizen: eis a escolha que você pode fazer
Se você está pensando em comprar um smartwatch e entrar no maravilhoso mundo dos wearables em 2017, a primeira coisa que deve fazer é comparar sistemas operacionais. Utilizei o Tizen nas últimas três semanas, e o Android Wear nos últimos três anos, e neste artigo vou mostrar as diferenças e similaridades destes dois sistemas operacionais, e o que deve realmente ser levado em consideração nesta escolha.
Antes, preciso dizer que no quesito diversidade de aparelhos, a Google sai na frente, pois muitas companhias estão investindo no Android Wear. Do outro lado, temos a Samsung e a Apple, que fabricam tanto o hardware quanto o software.
Desde o lançamento do Galaxy Gear, em 2013, venho usando relógios inteligentes praticamente todos os dias. Nestes quatro anos, muita coisa mudou em relação ao software, da otimização no consumo de energia, até a quantidade de aplicativos desenvolvidos para uso conjunto. Contudo, foi no último ano que notei que estes gadgets passaram a ficar mais funcionais. Penso que a grande razão para isso tenha sido a introdução do Apple Watch no mercado, que acabou impulsionando o desenvolvimento na área de software.
No Google I/O de 2016, a gigante das buscas anunciou mudanças fundamentais no Android Wear 2.0, que viemos a conhecer oficialmente no início de 2017. Em 2014, a Samsung integrou o próprio sistema operacional ao Gear S, o Tizen. Mas só em 2015 é que a fabricante sul-coreana começou a dar forma a sua linha de smartwatches com o Gear S2 e, no ano passado, tivemos uma boa evolução da série com o lançamento do Gear S3.
Dispositivos de teste
Gear S3 Frontier | Moto 360 (2015) | |
---|---|---|
Versão do software | Tizen 2.3.2.3 | Android Wear NXH19Q |
Loja | Samsung Galaxy Apps | Google Play Store |
Android Wear vs Tizen: customização
Neste momento, os smartwatches não oferecem uma grande possibilidade de personalização. O que temos são mostradores desenvolvidos pelas fabricantes - em sua maioria - capazes de oferecer widgets com dados específicos. Bem como a possibilidade de modificar a cor de fundo e os dados ou atalhos que queremos ver.
O Tizen oferece no seu escasso ecossistema, aplicativos que também dão a oportunidade de tentar mover as coisas e criar um mostrados exclusivo, mas nada muito avançado.
Ambas plataformas também trabalham com parceiras para o desenvolvimento de mostradores e apps funcionais. A Samsung vem desenvolvendo um trabalho com a Volkswagen, por exemplo, para poder conectar o relógio ao carro e saber quando a porta ficou aberta, controlar o ar-condicionado e até pausar o carregamento elétrico, se este for o caso.
Contudo, ampliar o número de mostradores e possibilidades na área de customização parece ser um trabalho que gerará mais frutos a longo prazo, para ambas as plataformas.
Android Wear vs Tizen: acesso rápido a informações e uso
O Android Wear oferece a oportunidade de baixar aplicativos direto no relógio e, claro, temos a adição do Google Assistente. Entretanto, neste momento, o assistente inteligente fala apenas inglês. Além disso, o sistema oferece a chance dos usuários usarem a coroa do relógio para interagir com o menus.
O acesso rápido às informações se dá através do sistema de notificações, customizável a partir do aplicativo companheiro usado no smartphone. O sistema é bastante inteligente e, usando mostrados com widgets, é possível ter informações personalizadas na tela o tempo todo.
No quesito acesso a informações, a diferença entre o Tizen e o Android Wear é bem pequena. O software da Samsung faz tudo o que foi dito acima, mas de uma forma mais intuitiva. Isso acontece, talvez, porque, como dito antes, a Samsung constrói hardware e software. Assim, o uso do sistema com a principal ferramenta de controle, o anel rotatório, acontece de forma consistente e evita termos que tocar na tela o tempo todo, em especial porque também conta com o suporte de botões como acesso rápidos aos aplicativos e voltar.
Contudo, verdade seja dita, o Tizen OS possui uma grande lacuna neste momento em relação ao Android Wear quando o assunto é Inteligência Artificial. O Google Assistente está muito mais avançado em relação ao que temos no S Voice ou, quem sabem, no futuro Bixby.
Ambos os softwares oferecem suporte para a conexão Bluetooth e Wi-Fi, logo, você não precisa andar o tempo todo com o celular perto de você. O Gear S3 Frontier, aliás, ainda oferecia suporte para 4G, o que o torna ainda mais competente em relação ao Moto 360 (2015) quando usado sozinho.
Além disso, as duas plataformas usam o sistema próprio das suas desenvolvedoras para pagamento via smartwatch. No caso da Samsung, temos o Samsung Pay, também usado nos smartphones da fabricante sul-coreana e que já funciona no país. Já a Google, oferecerá o Android Pay até o fim de 2017 (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Caixa, Mastercard, Visa, Elo e Porto Seguro). Os dois sistemas funcionam no Brasil.
Android Wear vs Tizen: funções fitness e cuidados com a saúde
Com relação ao uso do relógio para a prática esportiva, você precisa primeiro olhar para o hardware dos modelos disponíveis no mercado. No que toca ao sistema operacional, o Android Wear oferece para o GPS, por exemplo, mas neste momento, a plataforma da Google ainda está atrás das suas concorrentes quando se trata de serviços nativos para fitness.
O Google Fit ainda é muito razo em suas funções e a entrega de estatísticas e dados de treino é muito básica e confusa. Não me entenda mal, você pode monitorar passos, a distância percorrida em caminhadas, corridas e ciclismo e, dependendo do relógio usado, verificar os batimentos cardíacos de tempos em tempos. Mas ainda é um serviço muito básico e, por vezes, instável em sua coleta de informações.
Um lado positivo na área de fitness e saúde do Android Wear é que muitas empresas e desenvolvedores estão começando a oferecer serviços avançados. Logo, tenha em mente que usar a plataforma da Google para a prática de esportes dependerá diretamente de serviços de terceiros, muitas vezes pagos, mas muito mais precisos e funcionais.
Já o Tizen é o oposto do Android Wear nesta área, em especial o dispositivo que usei para testes, o Gear S3 Frontier, que foi desenvolvido para fitness e esportes ao ar livre. Aliás, fomos até o Peru testar o barômetro do dispositivo para mostrar como este lida com altitudes extremas.
O sistema operacional para wearables da Samsung oferece reconhecimento automático da prática esportiva e é capaz de diferenciar um exercício do outro, dando a chance de praticar diferentes esportes em uma série e salvar os dados dos mesmos.
A integração do sistema com o Samsung Health é muito mais madura do que a que a Google oferece com o Fit, o sistema envia frequentes lembretes durante o dia para você se movimentar e entrega uma estatística muito mais completa dos dados da prática esportiva e saúde. Além da frequência cardíaca, podemos medir o SpO2, que é a saturação do oxigénio periférico capilar e determinar a quantidade de oxigênio no sangue.
Tenho que dizer que, nestas três semanas de uso do Tizen OS em detrimento ao Android Wear, passei a ter mais consciência sobre a minha saúde, devido a constante lembrança sobre a importância de me movimentar e, em especial, a entrega detalhada de dados relevantes a minha saúde.
Por fim, quando o assunto é a prática esportiva e saúde, os relógios inteligentes em si deixam a desejar um pouco em relação às pulseiras inteligentes dedicadas, em especial, no monitoramento cardíaco durante a prática esportiva. Mas sem dúvidas, neste comparativo, o Tizen leva a melhor.
Android Wear vs Tizen: ecossistema
Assim como a Play Store é mais popular do que a Galaxy Apps, temos mais apps desenvolvidos para o SO da Google para Wearables do que par ao Tizen. Além disso, assim como em nossos smartphones, o suporte para notificações da maioria dos serviços é maior no Android Wear. Porém, quando se tratam de aplicativos populares, a Samsung está correndo para disponibilizá-los na sua loja também. O Spotify e o Uber são dois deles.
No entanto, o uso do Google Mapas é feito apenas no Android Wear, visto que o Tizen usa o HERE. Logo, serviços que usamos constantemente em um dispositivo rodando com Android podem não ter suporte no SO da Samsung ou não oferecem a mesma experiência.
Compatibilidade
Android Wear | Tizen OS (Gear S2, Gear S3 e Gear Fit2) |
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Smartphones com Android 4.3+ e iOS 9+ (experiência limitada) | Dispositivos com Android 4.4+, com pelo menos 1,5GB de RAM; iOS 9+ |
Android Wear vs Tizen: em qual sistema operacional investir agora?
De acordo com uma pesquisa global realizada pela Ericsson, uma em cada duas pessoas acredita que os smartphones estarão obsoletos em cinco anos. Este estudo foi realizado em 2015 e contou com a participação de 100 mil pessoas, de 40 países diferentes.
Segundo a Gartner, líder no fornecimento de pesquisas e aconselhamento em tecnologia, em países desenvolvidos, os consumidores terão entre três e quatro dispositivos até 2018. Entre estes aparelhos, estão wearables, smartphones, tablets e PCs.
Em resumo, com a (r)evolução dos wearables, os smartphones ficarão cada vez menos necessários. Quem nunca ouviu alguém dizendo que um smartwatch é apenas um atalho para o smartphone e que por causa disso não vêem necessidade em comprar um relógio inteligente, pois é apenas mais um aparelho para plugar à tomada e fazer volume na mochila?
Você pode até não concordar agora, mas wearables são o futuro e smartphones serão rapidamente coisas do passado. Poucas companhias estão inovando, já foi comprovado que não precisamos de 6 ou 8GB para aumentar o poder de processamento dos smartphones, pois convenhamos, o smartphone mais vendido no mundo no ano passado possui 2GB de RAM, e estou falando do iPhone 6S.
Porém, é fácil perceber que, assim como aconteceu com os smartphones, a adoção de uma nova tecnologia acontece de uma forma mais lenta do que esperamos. Os sistemas operacionais e as funcionalidades são, quase sempre, os grandes limitadores desta evolução, por dependerem de muito investimento em desenvolvimento. Com os smartwatches não foi, não é e não será diferente.
Olhando para o Tizen, a Samsung tem nas mãos a possibilidade de entregar um software construído em comunhão com o hardware. E isso dá uma boa margem de vantagem à fabricante sul-coreana em relação à Google, que desenvolve o software e que, muitas vezes, tem que exigir certas características de hardware às parcerias, mas que não pode "comandar a festa". Por outro lado, o desenvolvimento em Inteligência Artificial da gigante das buscas vai muito além do S Voice no Gear S3 ou do ainda em progresso Bixby.
Pessoalmente, fico com o Tizen neste momento, pois as funções que mais uso estão melhor desenvolvidas no SO para wearables da Samsung. Contudo, com a evolução do Google Assistente e a forma de integração deste ao Tizen, pode ser que mude de opinião no futuro, para poder ter uma experiência mais pura com o assistente virtual da Google.
E você, com qual sistema operacional para wearables fica? Ou recomenda?
É extremamente perigoso usar o TIZEN e ficar nas mãos da Samsung, hoje ela bloqueia acesso a aplicativos pagos por celulares de outras empresas (mesmo que voce já os tenha comprado quando teve um Samsung), a Samsung tem alguns comportamentos extremamente estranhos e jura perdi a confiança na empresa, uma empresa que se NEGA A PRESTAR MANUTENÇÃO PAGA em um produto que fabricou e comercializa no país somente porque foi comprado durante uma viagem forçando o sucateamento só pode ter VERGONHA daquilo que entrega ao conssumidor.
Pessoal, estou tendo problemas com o contador de andares do meu S3 Frontier.
Simplesmente ele não tem precisão nenhuma, mesmo se suba vários andares seguidos no meu prédio, ele conta de maneira aleatória.
A comparação ficou injusta. Devia ter testado contra o Huawei Watch 2 ou o LG watch sport, que são bem melhores que o Moto360. Não tenho nenhum problema com o leitor de batimentos cardíacos no meu HW2 (que custou só 230usd, bem menos que os relógios da samsung ou apple). Corro provas 10km e não vejo diferença para a fita peitoral que eu tinha. Simplesmente deve-se deixar o relógio bem apertado no pulso. Na academia o Google fit reconhece até o exercício que estou fazendo e quantas repetições foram feitas. O google play music toca músicas offline durante as corridas. E nos últimos meses o Android Wear melhorou muito. O assistente fala português, ao contrário do que é dito na matéria, consigo até mandar mensagens do whatsapp pelo assistente. As notificações são ótimas, iguais as do celular... consigo responder mensagens, com respostas rápidas, com teclado ou com voz. E se não gostar do google fit e do programa de esportes da huawei, você pode rodar o app do runtastic, do strava, ghostracer ou outros diretamente no relógio. É só instalar na google play store. A meu ver, o google vai vir correndo por fora e abocanhar esse mercado... as empresas estão migrando para o AW2.. rapidamente lembro aqui da Polar LG, Tag Heuer, Asus, New Balance, Huawei, etc ... e a lista segue crescendo.
Tive um gear s3 frontier e achei uma porcaria, ainda estou com meu Gear S, que pega chip, Tem uma tela muito melhor e pra mim é o melhor ate hoje...
Para mim, Tem que ter chip e ser standalone...
O AW2, já transmiti as notificações por nuvem? Se eu deixar o telefone em casa recebo as notificações dele no relógio? Igual o tizen faz?
CAMILA, Spotify fez a tão esperada atualização do Gear S3, agora da pra ouvir OFF-LINE!!! Agora ficou perfeito esse relógio sem dependência do celular pra corrida. Pra funcionar é simples: 1) Coloque o Gear S3 no modo wifi (não precisa desabilitar o bluetooth); 2) Acesse o spotify do Gear e va em Settings/Playback/Stream on wifi; 3) Va em qualquer playlist e aparecerá a função DOWNLOAD!!! GOLLL!! Faz uma matéria que teremos novos adeptos ao Gear S3 ; )
Eu tenho um S3 Frontier, não tenho nada reclamar.
Correção no post: Existem 2 modelos de Gear S3 Frontier , um que suporta 4G e o outro que contém Wi-Fi , pelo que entendi na matéria ele utiliza as duas tecnologia, o que não é vdd. Outro ponto é a utilização do e-sim (já que não tem como inserir cartão SIM no relógio), o e-sim não funciona no BRASIL!!! Então você terá que optar por uma das 2 opções na hr da compra.
Quando criarem em um onde a bateria dure pelo menos 1 ano eu penso em comprar, porque 2 dias nem de graça eu quero.
O meu dura 3 dias, e a recarga que é por indução (muito prático) e não dura mais que 2h. Não vale o preço que é cobrado aqui no Brasil, mas se conseguir trazer de fora eu recomendo!!
As pessoas não usam smartwatchs por conta do preço. Duvido que se não puserem um preço legal a falta não compra.
discordo, pois no preço custam o mesmo ou até mais barato que alguns relógios
Eu concordo. Tive um Moto 360 que comprei por 670, um ano depois ele deu defeito e então importei um Gear S2 Classic por 680. Nunca eu iria pagar 1.000 ou mais num dispositivo desses.
Um relógio que custa mais de 600 é relógio para a vida toda (Imagine então um de 1.500 reais), e daqui 3 anos ainda vai estar funcionando como se fosse novo, mesmo se você não for nada cuidadoso. Enquanto isso um smartwatch terá uma duração bem questionável e com 2 anos a bateria já vai estar com problemas (Baterias tem data de validade), e se você não tomar cuidado, não será só a bateria que você terá que arrumar.
O problema não é um nem outro... As pessoas questionam é o uso desses smartwatch ainda muito dependentes do celular e são muito caros pelo que oferecem
Já uso o Tizen (Gear S2) há mais de um ano e não tenho o que reclamar. A integração com o Note 5 é perfeita. A diversidade de hardware do OS da Google não me trouxe confiança.
Tirando o fato de que o Tizen não mostra nada bem notificações do WhatsApp, Telegram, Allo, Hangouts e etc. É boa.
Olha, aqui pra mim mostra sim. Inclusive posso responder de várias maneiras, até por voz.
Muito bacana esse artigo, valeu Camila, parabéns. E assim, o preço dando uma baixa, fatalmente, comprarei um desses.
Compra vale muito, e quantos a personalização discordo dela vc consegue personalizar tudo no Android wear, tudo mesmo
um dia terei um smartwatch kkkk
PS: Camila estilosa com os watchs ali kkkkk
Espere que vai sair um com a Touchwiz Victor! rs....