A LG é a única culpada pelas baixas vendas do G5?

A crise mundial foi a responsável por balançar a indústria dos smartphones, visto que diversas empresas tiveram que se adaptar para permanecerem em alta nos últimos tempos. Apple e Samsung, as duas maiores companhias do ramo, passaram recentemente por um processo de reestruturação, renovaram seus portfólios e buscaram por alternativas mais rentáveis para amenizar a falta de demanda por seus produtos em alguns mercados.

A Lenovo está promovendo mudanças na linha Moto para torná-los vendáveis na China, onde a popularidade da Xiaomi - e outras marcas regionais - vem ameaçando a empresa a cada lançamento. Mas, de modo geral, todas essas grandes fabricantes conseguiram se manter no top cinco de vendas globais, com exceção de uma marca muito famosa: a LG.

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O LG G4, em época de seu lançamento, foi duramente criticado pelo preço incompatível com a qualidade do design, que era totalmente feito em policarbonato - salvo a variante com tampa em resina. A nova tecnologia para a tela e o melhor sensor fotográfico do ano não foram o bastante para colocar o modelo no topo dos mais vendidos, ou, ao menos, perto disso.

Agora, a história se repete com o G5 que, embora tenha começado bem nas primeiras semanas, perdeu fôlego ao ponto da demanda pelo smartphone diminuir significativamente.

A meta de vendas do G5 ficou abaixo do esperado pela marca, que almejava 3 milhões de unidades vendidas no segundo trimestre. Ao invés disso, o modelo vendeu, globalmente, um pouco menos de 2,2 milhões de unidades. 

Segundo o analista de mercado Cho jin-ho, da consultoria de mercado Mirae Asset Securities, a adesão ao modelo não tem sido alta e a LG não está sendo capaz de competir em termos publicitários e com um modelo de negócios mais agressivo, como outros de seus concorrentes estão fazendo.

Versão "lite" do G5 e novos Moto Z

É notório que a chegada da versão SE do G5 em países emergentes não agradou a muitos usuários. É provável que parte do público tenham perdido o interesse no modelo, visto que a edição "lite" vem com processador mais modesto, menor diversidade de acessórios em alguns países e com alguns recursos vetados, como a ausência do suporte para captura de imagens em formato RAW, que está presente só no G5.

Para piorar, mesmo com a justificativa de que essa versão fora lançada para que seu preço se mantivesse competitivo nesses mercados emergentes, não foi muito bem isso o que aconteceu. No Brasil, por exemplo, o valor sugerido do G5 SE é de R$ 3.499, pouco menos que o Galaxy S7, que traz configurações mais robustas. 

Outra cartada que a LG, talvez, não esperasse atende pelo nome de Moto Z. A linha da Lenovo foi lançada com a mesma proposta modular, mas com acessórios melhor desenvolvidos e com usabilidade mais prática, já que eles se conectam aos smartphones por meio de conectores magnéticos e dispensam a necessidade de desligamento do dispositivo entre uma troca e outra.

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Existe ainda uma leve possibilidade da LG levar a melhor nesse "jogo modular" e tudo dependerá dos preços do Moto Z e Moto Z Force internacionalmente. Além disso, resta saber se a Lenovo não cairá na estratégia de comercializar versões diferenciadas em países emergentes, como aconteceu com o Moto G4 Plus brasileiro, que possui menos opções de armazenamento e memória RAM.

Do top três para a sétima posição

A LG já disputou as primeiras posições do ranking mundial de vendas com a Samsung, em um passado não muito distante. Mas, atualmente, a situação da empresa é outra. Globalmente, a marca sul-coreana vem perdendo o protagonismo, principalmente com o avanço das fabricantes chinesas. A Huawei, por exemplo, ocupa hoje uma das posições que a LG ocupou quando desbancou a Sony em 2013, o terceiro lugar. 

A nova reestruturação da LG passa por centralizar áreas de marketing e vendas, além de promover cortes no quadro de funcionários e concentrar a produção dos dispositivos no Vietnã, onde a mão de obra é mais barata. Outros setores serão criados com o intuito de fortalecer sua marca, para que ela finalmente saia do sétimo lugar no ranking de mundia de vendas, com pouco menos de 4% de participação.

A LG é a culpada pelo flop do G5?

Muitas questões me vêm à mente com relação a situação atual da LG, como o descaso recente com o design e o suporte ao consumidor em alguns pontos, principalmente no que diz respeito as atualizações do sistema. Além disso, os últimos intermediários lançados pela marca no Brasil despertaram minimamente a atenção dos usuários mais exigentes, principalmente pela incoerência entre preço e especificações.

Claro que o Brasil e o atraso de atualizações do sistema não foram os únicos motivos que fizeram as vendas da LG despencarem. Existe a crise também mas, em contraponto, existem tendências e demandas diferentes e que todos os fabricantes que querem estar em evidência hoje em dia precisam se enquadrar. Pessoalmente, acredito que a única culpada pelo flop do G5 é a própria LG.

E você, acha que a LG é a única culpada pelas vendas baixas do G5? Acha que o Moto Z ameaçará o modelo quando lançado internacionalmente?

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Definição de flop: Flop pode ser usado quando uma coisa não teve sucesso. Quando ela foi ruim, quase ninguém gostou.

Via Korea Times