Há algo de errado com a Apple? E como isso beneficia o Android?

Basicamente, a “Maçã” encara quatro problemas que podem explicar a queda dos seus lucros:  o primeiro é que o iPhone, que responde por mais da metade da receita da empresa nos últimos nos, pode ter chegado a um ponto de saturação. Isso porque a empresa não consegue mais elevar as vendas nos mercados em que ela já está consolidada e tampouco consegue penetrar nos mercados emergentes devido ao seu alto preço. 

Em um mercado saturado como o de smartphones, modelos com boas especificações a preços justos dominarão

E mesmo modelos como o iPhone 5C e o recém-lançado iPhone SE acabam sendo vendidos por valores considerados altos considerando o poder aquisitivo dessas regiões.  Aqui no Brasil, por exemplo, ela perde até mesmo para o Windows Phone.

O segundo problema é a curva de evolução dos iPhones: há tempos o modelo não apresenta o ciclo de inovações que se espera de um telefone do seu porte. Uma mudança de câmera aqui, um processador mais poderoso ali, uma tela maior acolá e só. Pouco para quem transformou radicalmente o mercado de smartphones a partir de 2007 e continua a cobrar um alto preço pelo seu produto.

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O terceiro obstáculo está no fato de que a empresa está encontrando dificuldades em manter sua exorbitante margem de lucro em cima dos iPhones. Para se ter uma ideia, 90% de todos os lucros globais com smartphones pertencem a Apple, ainda que ela domine apenas 20% das vendas utilitárias do mercado.

A Era de Ouro do iPhone parece ter acabado. Como a Apple se ajustará a esses novos tempos?

Só que esse modelo funcionou muito bem quando o mercado de smartphones estava em expansão. Enquanto as operadoras subsidiavam as vendas de smartphones - custeando os aparelhos para os consumidores enquanto recuperavam o investimento prendendo seus clientes a longos contratos – a coisa funcionava. Agora que elas têm uma taxa de penetração próxima dos 90% (nos EUA e Europa) não há sentido em continuar com esse sistema.

Para completar, o quarto problema: o mercado chinês, que era visto como a grande locomotiva de crescimento da empresa, devido ao seu poderio econômico, perdeu força. A Apple apresentou queda de 26% da sua na Grande China, além de 11% na China Continental.

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E onde o Android pode se beneficiar com isso? 

Em um mercado em que o ponto de saturação começa a aparecer, como é o de smartphones, o Android tende a se beneficiar por um simples motivo: por ser um sistema bastante fragmentado em um grande número de fabricantes, é possível encontrar bons modelos de telefones a preços bem mais justos que o do iPhone.

E as fabricantes chinesas podem ser as grandes beneficiadas, principalmente pela sua capacidade de produzir ótimos aparelhos e vendê-los a preços bem competitivos. Ou alguém pode dizer que um Mi 5, da Xiaomi ou um P9, da Huawei, ficam a dever para o iPhone 6 Plus?

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Mas, mesmo consolidadas em mercados gigantescos na Ásia, a dificuldades dessas empresas será penetrar em regiões mais consolidadas como o norte-americano e o europeu, onde, além da Apple, há a concorrência de outras gigantes como LG e Samsung. 

Conclusão

O fim da Era de Ouro da Apple não quer dizer que a empresa vai perder a relevância no mercado de smartphones. O próprio Tim Cook já afirmou que os próximos smartphones da marca terão inovações “que os usuários não conseguirão viver sem”. Bravata ou não, é uma previsão que devemos olhar com atenção. Mas o fato é que as margens exorbitantes de lucro da “Maçã” parecem ser coisa do passado, ainda que seu faturamento continue monstruoso. 

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De qualquer forma, o Android tem uma oportunidade de ouro de consolidar ainda mais a sua marca, com dispositivos dotados de boas configurações a preços justos. Se conseguir ajustar antigos problemas, como o a demora das atualizações e uma maior estabilidade do sistema, a sua participação no mercado tende a aumentar ainda mais. 

E você acha que a Era de Ouro da Apple chegou ao fim? Que marca você aposta que dominará o mercado no futuro?