Limitar o tráfego da internet banda larga fixa é voltar à Idade da Pedra
Na última sexta-feira (08/4), Christian Gebara, Chief Revenue Officer da Telefônica, deu uma entrevista ao site Tecnoblog para falar da fusão entre GVT e Vivo. Mas o que chamou a atenção na conversa foi o fato de que a Telefônica (controladora da Vivo) está realmente decidida a limitar o tráfego da banda larga fixa no Brasil. E, caso isso vire um padrão entre todas as operadoras de internet por aqui, voltaremos à Idade da Pedra tecnológica.
Sim, basicamente é isso. O Brasil corre o risco de andar 30 casas para trás caso a limitação de tráfego vire um padrão na banda larga fixa, como quer a Vivo e outras operadoras. Isso porque essa medida restringirá de sobremaneira o uso de diversas tecnologias em que o consumo de dados é alto. E a principal delas é o streaming.
Essa tecnologia de transmissão de dados é bastante associada a serviços como o Netflix e o YouTube, que vêm sendo apontados como uma das principais causas pela perda de clientes na TV a cabo – apenas entre julho e novembro de 2015, a plataforma perdeu 500 mil assinantes, segundo a Anatel. E, “coincidentemente”, duas das principais operadoras deste setor pertencem a NET e Vivo, que também são provedoras de internet.
As TVs por assinatura perderam meio milhão de assinantes em cinco meses. A culpa é do streaming?
Logo, para estancar a sangria, o que fazer? Limitar o tráfego de dados na internet, claro, já que o resto dá muito trabalho. O problema é que a medida afeta não apenas o streaming usado como lazer. Afeta uma cadeia de negócios que depende dele, incluindo o das próprias operadoras.
Diversos negócios seriam afetados pela limitação do tráfego
Um dos setores que mais cresceu no Brasil nos últimos anos é o de educação à distância, com o usuário assistindo às aulas de um curso de casa, em seu computador. E, considerando que os vídeos em streaming são essenciais para que ele acompanhe as disciplinas, como ele irá fazer se o seu limite de dados estourar no meio de uma aula?
E é razoável pensar isso, baseado em testes já feitos. O site Adrenaline fez um experimento mostrando o quanto vídeos em streaming gastavam em um pacote de dados. Um episódio de 21 minutos da série Modern Family, por exemplo, gastou 1,1 GB durante a exibição; já um vídeo de 20 minutos em FullHD no YouTube consumiu 458 MB. Em outras palavras, o uso do streaming de vídeo, mesmo em baixa quantidade, é responsável pelo consumo de boa parte das franquias de dados.
Já o site Manual do Usuário fez uma estimativa de tráfego de que apenas um internauta, sozinho, consome mais de 150 GB por mês numa banda larga de 5 Mb/s em uso moderado. E os planos da própria Vivo especificam 50 GB de tráfego para uma banda larga de 4 Mb/s e 100 GB para uma banda larga de 10 Mb/s.
Logo, se o usuário tem um pacote com limite de dados que varie entre 50GB e 80GB, as chances de que ele perca uma aula - ou qualquer outra atividade educacional via streaming - por ter estourado o seu limite de dados é gigantesca. Afinal, você deve pagar pela sua internet apenas para estudar. Para que usar para diversão ou pesquisas, não é mesmo?
A limitação de tráfego vai afetar uma série de negócios, incluindo educação à distância e games
Ah sim, e não vamos esquecer que vários canais das redes de TV a cabo – que, como dissemos antes, pertencem ao mesmo grupo que controla as próprias provedoras de internet – oferecem seus próprios serviços de streaming de vídeo, como os canais Globosat (Sportv, Telecine, etc), Fox, Esporte Interativo, entre outros. A limitação do tráfego vai prejudicar as próprias parceiras?
Ah e um bônus track: se você costuma comprar jogos via download para seu PS4, Xbox One ou Steam, baixar um game pode custar até 50GB da sua franquia. Já imaginou gastar toda ela no download de apenas um título?
E relembrando: os serviços que utilizam o streaming, também não poderão pagar para os provedores de internet privilegiar o seu acesso. Isso porque o Marco Civil da Internet no Brasil estipula a neutralidade de rede no país – ou seja, um provedor não pode dar preferência de acesso e velocidade a determinados sites. Todos devem ser tratados igualmente.
Perceberam como a conta não fecha?
Uma política que exclui os menos favorecidos
Para completar o cenário de quão burra é essa política de limitação do tráfego de dados, eis um cenário perverso: hoje, se você analisar os planos de internet das principais operadoras (a TIM é a única que, por enquanto, não trabalha com a política de franquias), verá que o pacote de dados é proporcional à velocidade de conexão. Confira o levantamento que o site Olhar Digital divulgou nesta segunda-feira (11/4) a respeito:
NET
- Velocidade de 2 Mbps: 30 GB por mês
- Velocidade de 15 Mbps: 80 GB por mês
- Velocidade de 30 Mbps: 100 GB por mês
- Velocidade de 60 Mbps: 150 GB por mês
- Velocidade de 120 Mbps: 200 GB por mês
VIVO
- Banda Larga Popular de 200 kbps: 10 GB por mês
- Banda Larga Popular de 1 e 2 Mbps: 10 GB por mês
- Vivo Internet de 4 Mbps: 50 GB por mês
- Vivo Internet de 8 e 10 Mbps: 100 GB por mês
- Vivo Internet de 15 Mbps: 120 GB por mês
- Vivo Internet de 25 Mbps: 130 GB por mês
OI
- Até 600 kbps: 20GB por mês
- Até 1 Mbps: 40 GB por mês
- Até 2 Mbps: 50 GB por mês
- Até 5 Mbps: 60 GB por mês
- Até 10 Mbps: 80 GB por mês
- Até 15 Mbps: 100 GB por mês
Como você pode ver, somente aqueles que pagam por uma velocidade maior têm acesso a um maior pacote de franquias. E, em muitos casos, mesmo que o usuário esteja disposto a pagar por isso, não consegue o acesso, já que ele pode morar em uma região onde a infraestrutura da operadora não chega até ele. Mais uma vez a conta não fecha.
Limitações técnicas impedem ao usuário uma franquia de dados maior mesmo que ele queira pagar por isso
Em resumo: os provedores de internet não têm uma real medida do que é um alto ou baixo consumo de dados e quantos usuários se encaixam em cada perfil. Logo, implementar o limite de consumo nos pacotes de internet é uma medida que beneficia somente às operadoras e nunca ao consumidor.
Ação e reação
Para impedir que essa política maléfica de limitação do tráfego de dados ganhe espaço no Brasil, cabe ao consumidor gritar alto o suficiente para impedir que isso aconteça.
Um abaixo-assinado online organizado no site AVAAZ.org já colheu mais de 200 mil assinaturas, e você pode participar dele, clicando neste link.
Além disso, o Marco Civil da Internet estipula que uma companhia de telecomunicações só pode impedir o acesso de um cliente à internet se este deixar de pagar a conta. Logo, temos também de infernizar a vida dos provedores de internet para fazer valer a lei.
Um usuário só pode ter o acesso a internet impedido se ele deixar de pagar a conta
Como eu escrevi em um artigo anterior, ter uma internet de baixa qualidade (pagando caro) e ainda ter de monitorar quantos gigabytes vamos gastar dentro da nossa própria casa são as últimas coisas com as quais temos de nos preocupar.
Garantem o mínimo 10% de velocidade por um preço absurdo e um serviço mais ou menos ruim....e ainda querem limitar...
TELEFÔNICA (VIVO/GVT) = Espanha
CLARO (EMBRATEL/NET)= México
TIM (COPEL)= Itália
Claro (Embratel):
"Em 29 de julho de 1998, a Embratel foi privatizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso." (fonte: Embratel, Telmex)
Vivo (Telefônica):
"Telecomunicações de São Paulo (TELESP) foi a empresa operadora de telefonia do grupo Telebrás no estado brasileiro de São Paulo antes da privatização, em julho de 1998, quando foi adquirida pela Telefónica , empresa da Espanha, que em 2012 adotou a marca Vivo para suas operações de telefonia fixa." (fonte: site Telefônica)
TIM: (Copel, TNC)
" Julho de 1998: O consórcio formado pela UGB e pela Bitel, adquiriu do governo brasileiro, no processo de privatização da Telebrás, o controle da Tele Celular Sul e da Tele Nordeste Celular.
A UGB vendeu sua participação acionária na Companhia para a Bitel Participações S.A.
Março de 1999: passa a Companhia a ser controlada pela TIM, empresa do Grupo Telecom Italia."
(fonte: site TIM, seção relações com investidores )
Se as fornecedoras manter os atuais planos ilimitados com seus respectivos valores e criassem planos limitados para quem quisesse pagar valores menores, não haveria problema pra mim.
Assim, aqueles que não consomem muito dados teriam opções mais em conta.
Quem usa muito continuaria como é hoje.
Em um cidade vizinha fizeram assim e fico legal.
Alias, eles criaram planos alternativos, mas abaixou também um pouco do preço do ilimitado para quem pagasse logo após o dia do vencimento.
Eles dão até 10 dias para pagar após o vencimento.
Ninguém reclama.
Parece que iriam perder dinheiro, mas desse jeito conseguiram muito mais cliente.
Se assinar esses abaixo assinados na internet resolvessem alguma coisa, muita coisa seria diferente neste país.
A única maneira de fazer essas operadoras mudar de idéia é boicotar esses serviços.
Só que em muitos lugares sequer existe opção de internet fixa e em outros a opção de escolha é (limitado ou super limitado).
Deveria ter um regulamento onde os clientes por leis teriam beneficio quando contratace um planos de dados com utilizacao de cwm por dentro da sua franquia pq na verdade nao ocorre
Olha aí o que os governos de esquerda fazem !! O marco civil da Internet veio pra isso aí ! E as Agências "reguladoras" ? Pra que servem mesmo ? Ah ... para dar reserva de mercado para os financiadores dos políticos !!! LIVRE MERCADO não é um sacrilégio no país onde a ideologia de esquerda é hegemônica ??? Então recebam o que voces merecem !!! Serem extorquidos por estas empresas tupiniquins, que só sabem lesar os clientes !! A solução ??? ABRIR O MERCADO para quem empresas de outros países possam vender para brasileiros, aí ESTES PATIFES saberão respeitar os consumidores... mas enquanto o governo fechar a economia ....
"...extorquidos por estas empresas tupiniquins..." "...A solução ???ABRIR O MERCADO para que empresas de outros países possam vender para brasileiros..."
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Não entendi o que quis dizer com "tupiniquim", Ailton Silva; e menos ainda com " abertura de mercado", afinal, nem as meninas que trabalham numa casa para senhores que conheço, são tão abertas quanto esse "Mercado", e há tanto tempo (6 anos antes do governo atual):
TELEFÔNICA (VIVO/GVT) = Espanha
CLARO (EMBRATEL/NET)= México
TIM (COPEL)= Itália
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"...Olha aí o que os governos de esquerda fazem !!.."
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Governo de ESQUERDA???????? Quem abriu o "Mercado", realmente não foi a "esquerda", porém, veja a beleza que está hoje em dia:
Claro (Embratel):
"Em 29 de julho de 1998, a Embratel foi privatizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso." (fonte: Embratel, Telmex)
Vivo (Telefônica):
"Telecomunicações de São Paulo (TELESP) foi a empresa operadora de telefonia do grupo Telebrás no estado brasileiro de São Paulo antes da privatização, em julho de 1998, quando foi adquirida pela Telefónica , empresa da Espanha, que em 2012 adotou a marca Vivo para suas operações de telefonia fixa." (fonte: site Telefônica)
TIM: (Copel, TNC)
" Julho de 1998: O consórcio formado pela UGB e pela Bitel, adquiriu do governo brasileiro, no processo de privatização da Telebrás, o controle da Tele Celular Sul e da Tele Nordeste Celular.
A UGB vendeu sua participação acionária na Companhia para a Bitel Participações S.A.
Março de 1999: passa a Companhia a ser controlada pela TIM, empresa do Grupo Telecom Italia."
(fonte: site TIM, seção relações com investidores )
Acredito que você está um tanto quanto desinformado, Ailton...
Cpi da Anatel já.
É f*** ser brasileiro.
Se eu pudesse matar esse povo eu mataria, já que mudar o país e quase impossível!!!!
Mais um exemplo de regressão do Brasil. Nada neste país evolui, absolutamente nada! Só a corrupção e interesse próprio que impera e continuará imperando por séculos! Absurdo, inaceitável e revoltante. Vamos pelo menos fazer o que está ao nosso alcance e o que é possível, assinando o abaixo assinado.
Só sabem nos sugar, somos apenas mais um número, mais uma estatística no maldito gráfico deles.
Uma palhaçada.
Existe um câncer nas telecomunicações do Brasil, se chama Vivo! Exerce uma liderança negativa!
E como td câncer está se espalhando e atingindo as outras.
Não adianta ficarem só reclamando passivamente, pois assim vai acontecer o mesmo que houve com a telefonia móvil,: destruíram o que já era uma porcaria ,o 3G, cortando a conecção e fim.. Tem que boicotar esses merdas, fazer sentirem no bolso, procurem alternativas de empresas de menor porte.. Eu por exemplo utilizo serviços de uma empresa não vinculada à estas "grandes" da telefonia, (deixando claro que isto também,não será garantia que não se altere algo posteriormente,) mas pelo menos, estou dando minha resposta a estas operadoras desde já.. E assinem a petição e compartilhem essa sem-vergonhice o máximo possível!..
Cara, é difícil boicotar algo que se tornou essencial em nossas vidas.
=[
Isso foi apenas uma forma que as grandes operadoras encontraram de matar dois coelhos num só tiro: acabar com aplicativos de Streaming como o Netflix, e dar na nossa cara por termos deixado de usar seus serviços de SMS e também de voz(usando WhatsApp, Telegram, Viber e afins). No final das contas, só o consumidor final se fode.
Isso é uma sacanagem das mais cachorreiras, eles literalmente estão querendo fuder com a internet no Brasil que já não é lá essas coisas, essa "Vivo" mais uma vez querendo fuder com a internet neste país eles já detonaram com a internet móvel e agora querem detonar com a fixa voltando a idade da pedra, se isso acontecer eu vou retirar do fundo do meu baú o meu modem discado...
Ótima matéria.
Deveriam investigar as contas dos diretores da Anatel para ver se não levaram um para aprovar essa barbaridade.