Transmissões ao vivo em streaming não farão sucesso sem as operadoras
Neste exato momento, o YouTube estaria desenvolvendo um serviço de live streaming para concorrer com apps como o Periscope, do Twitter e o Facebook Live. Com o nome de YouTube Connect, ele estará disponível para Android e iOS. Mas fica a pergunta: essas ferramentas de transmissão ao vivo em streaming têm alguma chance de dar certo sem a ajuda das operadoras?
Explicando: há alguns anos, as operadoras vêm travando uma discussão ferrenha com as empresas que lançam serviços de streaming em vídeo, incluindo aí as redes sociais. Isso porque, como sabemos, esse tipo de ferramenta é responsável por boa parte do tráfego da internet. E quanto mais dados são consumidos, mais as operadoras precisam investir em infraestrutura.
Para ficar em alguns números: dados de dezembro 2014 apontavam que Netflix e YouTube já eram responsáveis por quase metade do tráfego de dados da internet dos EUA. E com os vídeos em 4K cada vez mais populares, esse volume aumentará ainda mais. E, claro, temos cada vez mais concorrentes para esses dois serviços: Hulu, HBO Plus, Showtime, Telecine (no Brasil). E contando...
Em 2014, Netflix e YouTube já eram responsáveis por quase metade do tráfego de dados na internet dos EUA
O que os provedores de internet querem
Mesmo com tudo isso, o cenário de aumento de tráfego de dados tende a aumentar ainda mais com a popularização dos serviços de live streaming. O que significa que os provedores de internet terão de investir ainda mais. Sim, os serviços ainda estão incipientes, com um número tímido de espectadores em todos eles, mas, a tendência é que eles venham a crescer.
Logo, as provedoras de internet (operadoras de telefonia móvel, inclusas) querem que empresas como Facebook, Google, Netflix, Hulu, Amazon, entre outras, colaborem financeiramente para a construção de maior infraestrutura que suporte o volume de dados gerado pelos seus serviços. Isso porque, segundo elas, o volume investido na construção de antenas e afins impacta consideravelmente na liquidez (margem de lucro) que elas obtêm, enquanto os custos continuam a subir. Ou seja, o negócio passa a não ser tão compensador assim.
A Telefônica foi a primeira a prever esse cenário: em 2011, César Alierta afirmou que já mantinha conversações com o Google e outros provedores de conteúdo, com objetivo de alcançar um acordo para que estes últimos possam ajudar a financiar a construção de mais infraestrutura que suporte todo o tráfego gerado.
Uma solução alternativa que esbarra na lei
Ao invés de colaborar na construção da infraestrutura de rede, uma alternativa mais atrativa (leia-se barata) que as empresas de conteúdo vêm sugerindo aos provedores de internet é pagar um valor periódico, que permita o acesso mais rápido aos seus sites. O próprio Netflix já faz isso nos EUA, onde a companhia paga um valor não divulgado a Comcast e Verizon, os dois principais provedores do país que, somados, têm mais de 130 milhões de usuários.
O problema é que esse tipo de ação esbarra na chamada neutralidade de rede, que diz que um provedor de internet não pode dar preferência de acesso e velocidade a determinados sites. Ou seja, todos devem ser tratados igualmente. E esse conceito já é lei em muitos países (nos EUA isso ainda está sob discussão), como o Brasil, onde o Marco Civil da Internet determina que a neutralidade de rede seja executada em todo território nacional.
O contra-ataque das provedoras da internet
Se nos países onde a neutralidade de rede é lei, e os provedores de internet não conseguem receber ajuda financeira das empresas de conteúdo, a solução passa por uma medida que impacta diretamente o usuário final: estipular um limite mensal de consumo de dados, também na internet banda larga fixa. E no Brasil isso já começou.
Na Vivo, por exemplo, o limite mensal de consumo de dados vigente nos contratos com os clientes pode variar entre 10GB e 130GB, de acordo com o plano contratado (de 200Kb/s a 25MB/s). A partir daí, caso o usuário ultrapasse essa marca, pode ter sua velocidade reduzida ou até mesmo a internet bloqueada (é importante lembrar que essas restrições valem para os novos clientes).
A NET também estipula um limite mensal de consumo de dados, sob pena de reduzir a velocidade da internet do usuário caso o pacote seja extrapolado. No entanto, muitos usuários da provedora afirmam que a empresa nunca colocou a medida em prática. Já Live TIM e GVT – que também pertence ao Grupo Telefônica, controladora da Vivo - não trazem esse limite.
De qualquer forma, essa medida de limitar o consumo de dados está longe de ser uma boa notícia ao consumidor, principalmente quando o assunto é o streaming de vídeos. No último dia 31 de março, o site Adrenaline fez um experimento mostrando o quanto esses vídeos gastavam em um pacote de dados.
Um episódio de 21 minutos da série Modern Family, por exemplo, gastou 1,1 GB durante a exibição; já um vídeo de 20 minutos em FullHD no YouTube consumiu 458 MB. Em 4K, o volume de dados desse mesmo filme pulou para 2,2 GB. Em outras palavras, o uso do streaming de vídeo, mesmo em baixa quantidade, é responsável pelo consumo de boa parte das franquias de dados.
A conclusão é que os provedores de internet não têm uma real medida do que é um alto ou baixo consumo de dados e quantos usuários se encaixam em cada perfil. Logo, implementar o limite de consumo nos pacotes de internet é uma medida que beneficia somente às operadoras e nunca ao consumidor.
Os serviços de live streaming não serão prioridade do usuário nesse cenário
Se o método de cobrar por um limite de dados também virar um padrão na internet fixa, os serviços de live streaming como o Periscope, o Facebook Live e o futuro YouTube Connect terão poucas chances de dar certo.
Por que? Simples. Eles não serão prioridade na vida do usuário, que vai preferir gastar seu pacote navegando pelas redes sociais, rodando jogos, baixando músicas e, claro, assistindo seus filmes e série favoritos.
Os serviços de streaming em vídeos podem não dar certo se houver limite de consumo de dados na internet banda larga fixa
O ideal é que os provedores de internet e conteúdo cheguem logo em um acordo que seja vantajoso para ambos sem impactar a parte mais importante da equação: o usuário final. Ter uma internet de baixa qualidade (pagando caro) e ainda ter de se preocupar em quantos gigabytes vai gastar dentro da sua própria casa são as últimas coisas com as quais ele tem de se preocupar.
Você está disposto a usar os serviços de live streaming em um pacote limitado de dados? Como você vê a evolução desse serviço? Dê a sua opinião!
Via El Mundo
O grande problema nisso tudo é, *o dinheiro não está entrando*, é sempre esse o problema...
Quem paga o pato sobre quem utiliza mais streaming somos nós que não utilizamos com tanta frequência.
Querido, não venha com vitimismo, o problema não é nosso, o tanto que você paga, todos pagam, internet é global, o problema não é só aqui, então antes de falar asneira, pesquise mais sobre o assunto.
Se eu sou auxiliar administrativo, eu não posso pedir ajuda aos advogados para que meu trabalho renda mais lucros pelo simples fato deles terem um lucro maior. Esse foi o ramo que escolhi, tal qual o advogado escolheu o ramo dele.
Ou seja, realmente o lucro do Facebook, Google, Netflix é muito maior, mas o que as operadoras tem haver com isso? Elas tem que prestar seu serviço de qualidade cobrando um preço justo indepentende do lucro dos sites ao qual elas fornecem acesso.
O problema é o mesmo sempre, empresas só visam lucrar, principalmente no Brasil.
essas matérias me dão um desânimo e muita vergonha de ser brasileiro , um país que não ajuda seu povo em nada pelo contrário só prejudica e explora seus cidadãos !!!!
O ideal seria a anatel penalizar corretamente as operadoras
, pacotes com Whatsapp e Facebook livres ferem a neutralidade, tanto quanto barrar o uso de dados, como derrubar ligações e limitar tráfego de streaming. Errado de verdade é as operadoras cobrarem um absurdo, oferecer um serviço meia boca e ainda limitar o consumo. E a anatel que deveria zelar pelo consumidor ficar se fazer nada.
Realmente, Whatsapp e Facebook livre fere a neutralidade, mas isso é o brasileiro sendo brasileiro, pois ele está se beneficiando, então não há pq reclamar.
Cara que lixo de pais que tá virando esse Brasil MDS e muito absurdo colocarem limite no consumo de Dados em internet fixa vey ainda bem que eu não moro nesse lixo de pais onde te sugao de todos os lados fala sério que bosta de pais😐😓
O cofre do Google deve ser maior que o do tio patinhas, então nada mais justo que colaborar financeiramente com o desenvolvimento de novas tecnologias e melhorar as já existentes para transmissão de dados. Afinal usamos essas conexões para usufruir dos seus serviços. Zuckerberg que é meio megalomaníaco e gostar de comprar tudo que acha legal, tbm seria outro que deveria entrar nessa "campanha", instagram é um vilão de franquias......
Bom, todas as máquinas e servições tem que logo usar o CODEC h265 (antigo h264) e já pensarem em uma nova tecnologia, assim reduz a quantidade de dados exigidos e mantendo a qualidade (criado justamente devido a demanda de streaming e peso do conteúdo)>
além de claro, alguma forma de pagarmos bem e as empresas tbm n se ferrarem com isso pq limite só ferra.
Imagina eu jogando online via console + mãe assistindo streaming no netflix enquanto eu deixo baixando algo em torrents (diga-se não piratas e sim disponibilizados gratuitamente como livedvd do linux entre outros) ???
em 2 dias atinjo esse limite usando 15 mb de NET (que é o máximo na minha região, pobre é meu amigo com 4mb da VIVO e não ter para onde correr e pagando o mesmo que eu)
Aí será adeus torrents e olá locadoras. Pior q locadora é algo em extinção, pelo menos aki na minha cidade, sem contar o tempo que leva pra um lançamento chegar nas prateleiras. Será um regresso ao início dos anos 2000... É o Brasil da desordem e regresso msm.
pra mim não faria muita diferença
Altas tretas...
O que me deixa mais triste é todo mundo saber que o limite da Internet fixa é ruim para todos e ninguém fazer nada,sites grandes como Androidpit, tem mundo, baixaki, tecnoblog e outros, além de Netflix YouTube e ninguém fazer absolutamente nada nem se posicionar-se contra, os sites irão perder muitos usuários ativos, os YouTubers então iram ter menos da metade das visualizações dos vídeos(claro já estão vendidos para as operadoras) mas ainda sim todo mundo vê só o problema e aceita.
Seria interessante se a Google (já possue nos EUA) , Facebook etc se juntassem e formassem uma rede global de telefonia própria , so para atiçar o mercado.
O problema aqui no Brasil é o custo da infraestrutura, imagina o custo que eles teriam.
A outra opção seria alugar a infraestrutura existente, da Tim, Vivo, Oi e Claro, teria a questão deles quererem alugar e a questão do valor, que certeza seria alto.
No mais para nós brasileiro só resta esperar por um milagre mesmo.
Por enquanto estou feliz com meu Tim Beta ilimitado, mas não sei até quando vai kkkkk
Realmente, aqui em Fortaleza já limitado a 100mb/dia
É limitado em 100mb/dia para todos, mas nem sempre reduzem a velocidade quando ultrapassamos!
Bom, eu acho que infelizmente isso é um problema do Brasil e tudo que já aconteceu em relação as operadoras, que é um absurdo isso sem dúvida, mas recentemente publiquei no meu canal do telegram que o Netflix está estudando uma forma de entregar um filme em alta qualidade para dispositivos moveis com o consumo máximo de 600kbps, acho que no caso as empresas também tem que usar de inteligencia.
Tomara que projetos como o Skybender do Google chegue logo no Brasil, assim fica fácil quebrar as operadoras, o que eu vejo é que elas nao querem investir, nao querem crescer, querem só ficar ricas e vai limitando nosso avanço tecnologico.
Acho que se o problema de infra for mundial (o artigo deu a entender que os paises que adotarem a neutralidade da rede, isto é, não só o Brasil) a busca por maior velocidade nas conexões vai dar lugar para maior otimização da infra estrutura de rede. Ou seja, mais usuario conectados utilizando a mesma rede.
Problema no nosso país é que falta transparência, e a nossa sensação é sempre de que estamos sendo enganados.