Como funcionam os smartphones sem furos da Vivo e Meizu?
Essa semana, a Vivo lançou o APEX 2019 e a Meizu lançou o Zero. Ambos são smartphones que não possuem quaisquer conexões físicas, botões e furos. E com isso, trouxeram uma inovação que não se via há muito tempo no mercado móvel, mas também muitas dúvidas sobre seu funcionamento.
Como que sai som dele? Como usar o USB? Como inserir um chip SIM? Essas e outras dúvidas vamos tentar sanar agora. Algumas respostas são bem fáceis, outras ainda são um mistério. Vamos a elas.
- Vivo Apex é lançado sem botões, porta USB e câmera frontal
- Vivo: cinco curiosidades sobre a marca chinesa que é a queridinha do momento
Como usar um chip SIM?
Você tira o seu chip de dados do seu antigo smartphone e coça a cabeça olhando para o seu novo aparelho Vivo ou Meizu. Onde colocar o chip? Seu chip SIM não terá utilidade nesses produtos, que usam o e-SIM. Ele não é um SIM card real, mas um circuito integrado de tamanho que segue o padrão SON-8, diretamente soldado dentro de um dispositivo e, portanto, não removível nem substituível.
Você leva o telefone na operadora de sua preferência e lá eles irão ativar o SIM dentro do aparelho para que você usá-lo. Infelizmente, isso impede quaisquer chances de dual SIM, por enquanto. Saiba mais no artigo abaixo:
E o microSD?
Infelizmente, perdemos outro soldado aqui. Sem furos, sem portas, nada de microSD. O smartphone terá exatamente o mesmo armazenamento com o qual vem de fábrica. E dessa vez nem podemos contar com um "e-microSD", uma vez que isso é o próprio armazenamento interno.
Esperamos que, até que esse tipo de aparelho se popularize, armazenamento se torne mais barato e todos os dispositivos nesse estilo, não importando o preço, possam vir com 128 GB ou 512 GB, como é o caso do smartphone da Vivo.
E a conexão USB?
Um dos "furos" mais tradicionais de um smartphone é sua conexão de dados e de carga. Na Apple temos o Lightning e já tivemos o 30-pin, mas o Android sempre optou pelo USB. Antes do micro USB, agora o USB Type-C. Mas isso não existe nos smartphones com furos.
No caso do APEX 2019, uma solução à lá Motorola é usada. Na traseira do aparelho, uma barra em metal que até lembra os conectores da linha Moto Z estão presentes. É um conector magnético que fixa o cabo e permite a transferência de dados e o carregamento. No caso do Meizu, ele usa apenas o protocolo Wireless USB.
E a conexão de áudio?
Nós ainda não nos acostumamos com os aparelhos cujas fabricantes arrancaram a conexão de áudio P2 e a substituíram pela USB Type-C. Precisamos sempre de adaptadores, ou esquecemos o fone para a aquela conexão em casa.
Aqui o conceito é elevado à décima potência, e se você reclamava dos fones USB Type-C, pode reclamar mais: agora, só Bluetooth. Tanto o smartphone da Vivo quanto o da Meizu devem aceitar apenas fones de ouvido sem fio. Não é nenhum enorme drama, mas tira opções.
E os microfones?
AHÁ! Aqui nós temos a prova de que esses ainda não são os smartphones totalmente sem furos que prometeram! Apesar de isso continuar mantendo o aparelho à prova d'água, a Vivo não teve como escapar desse pequeno furo para manter o microfone.
Nesse caso, ainda não existem tecnologias boas o suficiente para retirar de vez o clássico microfone do dispositivo. Ainda é preciso um furo para que o microfone, que nada mais é do que um sensor de vibração bem sensível, capte o que está sendo falado. É, não foi dessa vez.
E o áudio externo?
Essa é uma tecnologia conhecida há, pelo menos dois anos, desde o lançamento do Xiaomi Mi MIX. Se você lembrar, essa linha da fabricante chinesa também não tem saídas de som, mas ainda assim você consegue fazer ligações nesses aparelhos sem precisar de fones de ouvido. Mas como?
Essa tecnologia, chamada de tecnologia acústica cerâmica piezoelétrica de consola, nada mais é do que a transmissão de um sinal elétrico que passa por um conversor de sinal digital para analógico, indo para uma peça de cerâmica que transforma o som digital em energia mecânica.
Esse som que vira energia mecânica é feito vibrando essa peça de cerâmica, que por sua vez vibra o corpo do smartphone, que vibra seu canal auditivo, e assim você escuta uma ligação. Para sons mais altos, a Vivo parece ter trabalhado bem, e a mesma tecnologia pode trabalhar nisso também.
E os botões de volume e para ligar o aparelho?
Para retirar de vez todos os botões físicos, a Vivo se apoiou em uma solução já oferecida pelo HTC U12+ e também pelos modelos 2 e 3 do Pixel, que é a moldura sensível a pressão. Nesse recurso, você só precisa apertar o telefone na mão para executar alguma ação.
Além do método "squeeze", o corpo todo em vidro, incluindo aí a moldura (aposto que não resiste à primeira queda), permite que sejam inseridos botões capacitivos. No vídeo abaixo você pode ver onde estão posicionados, e bastará encostar neles para que funcionem. Provavelmente, será necessário um mínimo de bateria para que isso funcione, então como impedir que a bateria se esvaia 100% e impeça o smartphone de ser ligado?
E o sensor biométrico?
Você já tem a resposta esperada para essa pergunta. Uma das tendências de 2019 é o desbloqueio biométrico usando sensores abaixo da tela, como devemos ver no Galaxy S10 e já temos no OnePlus 6T, por exemplo. Porém, aqui é válido falar disso pois há uma diferença.
No vídeo demonstração do APEX 2019 que você pode ver abaixo, observamos o demonstrador desbloqueando o smartphone em qualquer lugar da tela, e isso é uma novidade. Esse diferencial deve encarecer o smartphone, mas certamente é algo prático que vale a pena.
E como recarrega?
Aqui temos uma tecnologia conhecida. O smartphone é recarregado via tecnologia de carregamento sem fio, cujo padrão mais conhecido é o Qi. Basta colocar o aparelho em cima de uma base carregadora com tal tecnologia e o smartphone estará carregando.
Mas há outra alternativa. Para garantir o carregamento mais rápido, ainda é possível utilizar a nova conexão que substitui o USB para realizar a carga. Sendo uma conexão magnética, além de passar dados, também recarrega o smartphone. No caso do Meizu Zero, apenas o carregamento sem fio estás disponível.
O que fazer se o smartphone travar?
Isso ainda é um mistério para todos. Alguma coisa no software deverá garantir que o smartphone não trave eternamente por não possuir botões físicos ou uma opção física de reinício (inclusive para retirar a bateria).
Ainda assim, esses produtos são ainda conceitos, e apresar de já serem funcionais, ainda precisam de testes (inclusive de mercado) para passarem por todos os usos possíveis.
E aí, é uma remoção ou substituição de recursos?
Eu amei o conceito. Porém imagina se dá um bootloop.
Adorei!!!
Não gostei mas quem sou eu na fila do pão!Se todos smartphone ficar assim simplesmente não compro
Esse é o tipo de telefone com o qual sempre sonhei. Mas infelizmente isso é apenas um conceito e acredito que demore pra virar realidade.
Gostei do conceito! A China não está para brincar, parabéns aos engenheiros de lá.
Na cor preta deve ser muito bonito.
Uma capinha ajudará nas quedas..
Para mim, qualidade de câmera é importante, mesmo sendo somente a de trás. Não sou focado em selfie.
Bateria de pelo menos 3.500mAh?
"100%" de tela e com esse desbloqueio é show!
Vocês escrevem cada coisa. Olha só o que vocês falaram: "Provavelmente, será necessário um mínimo de bateria para que isso funcione, então como impedir que a bateria se esvaia 100% e impeça o smartphone de ser ligado?" Nenhum celular liga se a bateria descarregar, né! Coloca pra carregar e depois acione o botão! Pelo amor de Deus, Android Pit, vamos revisar os textos!
O que é um "e-microSD"?
Não existe, seria redundante se existisse pois a memória interna já faz essa função. Provavelmente foi uma brincadeira.
Levar na operadora pra trocar o chip? Uau, que prático.
Na verdade espera-se que as operadores disponibilizem meios de vc fazer isso automaticamente de dentro de casa.
Um amigo morou na Coreia durante um ano e me disse que lá é possível você se cadastrar em uma operadora pela internet que habilita um número telefônico pra você para que você possa usar um celular. Sem a necessidade de um chip. Talvez seja possível usar um recurso assim nesse tipo de celular.
Penso na segurança. Para que isso funcione bem, tem que haver um sistema de segurança muito bom.
Como não é possível a troca de chip, é mais um fator de segurança. Biometria em toda tela ficou top.
A grande vantagem é que se tem um dispositivo 100% a prova d'água, agora, algumas coisas vão faltar.
Bela evolução , parabéns a Meizu e Vivo , vamos aguardar um review ......em breve,
Achei super legal a inovação, principalmente todo o display ser sensível a biometria. Estão de parabéns! Acredito que a versão preta do Vivo deve ser um colírio para os olhos.
Estão falando muito sobre esse celular, bacana as inovações!Logo veremos as outras copiando.