Apple mostra quais são os aplicativos que mais rastreiam usuários
Que praticamente todos os aplicativos são capazes de rastrear, isso a maioria dos usuários sabe. No entanto, poucos sabem quais são eles de fato, o que dificulta a escolha entre utilizá-los ou não.
Felizmente, a Apple publicou há pouco tempo uma lista com o nome dos aplicativos que mais costumam rastrear dados de seus usuários (e nomes bem populares estão nela!). Confira a seguir.
Aplicativos que mais rastreiam usuários segundo a Apple
Apps de mensagens instantâneas
Aplicativo | Dados coletados sobre você | Dados para rastreio | Dados não ligados a você |
---|---|---|---|
Messenger | 14 | 0 | 0 |
11 | 1 | 0 | |
9 | 0 | 0 | |
Telegram | 3 | 0 | 0 |
Messages | 3 | 0 | 3 |
Signal | 0 | 0 | 1 |
Apps de redes sociais
Aplicativo | Dados coletados sobre você | Dados para rastreio | Dados não ligados a você |
---|---|---|---|
14 | 3 | 0 | |
13 | 3 | 0 | |
TikTok | 12 | 2 | 0 |
10 | 7 | 0 | |
Snapchat | 9 | 2 | 0 |
Os "dados coletados sobre você" significam informações que são ligadas à identidade do usuário através de dados de seu dispositivo e contas em aplicativos.
Já "dados usados para rastreio" são os dados sobre você (como localização) coletados por aplicativos para "personalizar" os anúncios que aparecerão em sua timeline. O Facebook costuma fazer muito isso.
Por fim, "Dados não ligados a você" são informações que, embora coletadas, não podem ser relacionadas a uma identidade específica.
Coleta de dados: uma polêmica
Existem diversos motivos para considerar a coleta de dados algo polêmico: em 2018, o dono do Facebook, Mark Zuckerberg, enfrentou uma batalha judicial por conta de dados coletados e utilizados indevidamente, sob acusação de venda de informações sigilosas para a Cambridge Analytica - empresa de coleta de dados que trabalhou na campanha de Donald Trump.
Na época, o ocorrido levantou uma série de debates sobre segurança - e levou o Facebook a tomar medidas para deixar a rede social mais "transparente". Hoje em dia, é possível acessar a opção "Suas informações no Facebook", logo nas configurações da rede social.
Essa opção mostra quais dados o Facebook coleta sobre você, bem como quais a rede social pode usar para traçar seu "perfil de consumidor" e exibir propagandas personalizadas.
O fato é que, além do Facebook, existem diversos outros aplicativos que coletam dados e podem usá-los de maneira imprópria. Por isso, é importante ficar de olho em listas como a da Apple, que visam melhorar a segurança na rede.
Lei de proteção ao usuário
Existe, além disso, uma lei específica que foi editada após o episódio do Facebook e Cambridge Analytica: a Lei nº 13.709/2018, que insere limites a quais dados podem ser utilizados e quais não.
Segundo a lei, "o tratamento dos dados pessoais deverá ser realizado com propósitos legítimos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas finalidades". É aí que entram, por exemplo, iniciativas como a da Apple, que visam tornar a coleta de dados o mais transparente possível.
Além disso, está proibido o uso de dados excessivos, que não sejam, de fato, necessários para propagandas ou até para fins de segurança na internet. As finalidades de uma coleta de dados devem sempre ser informadas ao usuário.
Aspectos como a transparência, a segurança, a não discriminação e a prevenção seguida de prestação de contas são fundamentais para garantir que a coleta de dados seja realizada de modo seguro. Isso quer dizer que, embora os aplicativos possam coletar seus dados, eles não podem fazer isso de qualquer maneira, ocultando os motivos, quais dados são armazenados ou usando suas informações para discriminá-lo.
É direito do usuário saber quais de seus dados são utilizados e os motivos de seu uso. Deve haver, também, consentimento por parte de quem utiliza o aplicativo - e, basicamente, você consente quando clica em "li e aceito os termos de uso".
Assim, embora a coleta de dados não seja proibida, ela não pode ser realizada de qualquer maneira. É importante estar atento e garantir a sua segurança na web.
Fonte: Axios, Sérgio Pontes/JusBrasil, Dizer o Direito