Review do Xiaomi Mi 11 Ultra: a última palavra em celulares Android?
O Xiaomi Mi 11 Ultra é supostamente o supra sumo entre os Androids, ainda mais do que o Samsung Galaxy S21 Ultra. Mas por trás de toda a propaganda, nomes Street Fighterísticos e preços exorbitantes, o smartphone topo de linha da Xiaomi é realmente tudo isso o que dizem? A resposta você confere neste teste completo do NextPit.
Prós
- Tela de 120 Hz
- Boa duração da bateria
- Conjunto de câmera bom e versátil
- Carga rápida de 67 W
- Certificação IP68
Contras
- Problemas de superaquecimento
- Fotos noturnas medianas
- Construção maciça e desequilibrada
- Preço
Xiaomi Mi 11 Ultra: direto ao ponto
O Xiaomi Mi 11 Ultra está disponível na Europa pela bagatela de R$ 7.700 (1.199 euros). Sem previsão de lançamento no Brasil, ele se apresenta como um concorrente direto do Samsung Galaxy S21 Ultra — à venda no Brasil por cerca de R$ 7.000.
O Xiaomi Mi 11 Ultra possui um módulo de câmera triplo, incluindo um sensor principal Samsung GN2 de 50 MP, processador Snapdragon 888 abastecido com 12 GB de RAM, um display brilhante com taxa de atualização de 120 Hz e definição WQHD+ e uma tela secundária na parte traseira, bem como uma bateria de 5.000 mAh compatível com carga rápida de 67 Watts.
O Mi 11 Ultra foi projetado para bater de frente com a Samsung, sua única razão de ser é fazer melhor do que o Galaxy S21 Ultra. O S21 Ultra tem um zoom de 100x? O Mi 11 Ultra tem um zoom de 120x. O Galaxy tem um grande sensor principal? O Mi 11 Ultra tem o maior sensor já instalado em um celular. O S21 Ultra tem uma bateria de 5.000 mAh que pode ser carregada a 25 W? O Mi 11 Ultra tem os mesmos 5.000 mAh, mas aceita 67 Watts.
A qualidade do módulo de câmera por si só merece claramente aqui uma conversa "ultra", mas não estou convencido de que Xiaomi tenha feito um trabalho melhor do que a Samsung de entregar o celular Android definitivo.
Tela AMOLED WQHD+ em 120 Hz
O Xiaomi Mi 11 Ultra incorpora a mesma tela usada no Xiaomi Mi 11 "básico". Trata-se de um painel AMOLED de 6,81 polegadas com resolução WQHD+ (3200 x 1440 pixels), que dá uma densidade de 515 PPI, tudo na proporção de 20:9.
A tela do Xiaomi Mi 11 Ultra suporta HDR10+, apresenta uma taxa de atualização de 120 Hz e um brilho máximo de 1.700 nits. Um pequeno bônus do modelo Ultra é o display traseiro AMOLED de 1,1 polegada.
Gostei:
- da taxa de atualização de 120 Hz;
- da resolução WQHD+;
- da taxa de amostragem por toque de 480 Hz.
Não gostei:
- da mesma tela que o Mi 11 regular;
- da proposta da tela traseira.
Não vou copiar o review da tela do Xiaomi Mi 11, por isso, confira o que disse sobre ela no review do celular. Mas, resumindo, esta é uma das melhores telas de smartphone que existe no momento, se não a melhor.
Em termos de especificações, o suporte para profundidade de cor de 10-bit, HDR10+ e DCI-P3, assim como o brilho de 900 nits (1.700 de máxima) garantem uma exibição rica em cores e contraste. Além disso, a MIUI 12 oferece uma gama bastante ampla de personalizações da experiência de visualização. E as funções de "upscale" de conteúdo de vídeo e os modos de conforto de reprodução, adaptados à luz ambiente, me convenceram.
Outro detalhe do qual eu gostei muito foi a taxa de amostragem, que é o número de vezes por segundo que a tela registra um toque. O Xiaomi Mi 11 Ultra oferece uma taxa de 480 Hz, superior à do Asus ROG Phone 5, um smartphone para jogos que tem esta característica no centro de sua experiência de usuário.
O último ponto é sobre a tela adicional à direita do módulo da câmera na parte de trás do Mi 11 Ultra. É um display de 1,1 polegada, o que é francamente muito pequeno. Na maioria das vezes, a tela simplesmente funciona como display always-on (permanentemente ativo) para mostrar a data, hora e nível da bateria.
Mas a tela também pode ser usada como uma pré-visualização para tirar fotos ou em selfies com o módulo de câmera traseira. No entanto, este modo de "visualização" só funciona com o modo básico de fotografia. Estranhamente, a Xiaomi não permite que ela seja usada para retratos ou no modo de vídeo.
No geral, eu realmente gostei da tela do Xiaomi Mi 11 Ultra durante o teste. É realmente estranho dizer, mas a suavidade e definição realmente desempenham um papel fundamental para que um smartphone se sinta premium ou não. O painel do meu OnePlus 8T que eu uso diariamente me pareceu bastante defasado em comparação. Mas não esqueça que é exatamente a mesma tela do Mi 11, vendido por muito menos.
Snapdragon 888 é prejudicado pelo superaquecimento
O Xiaomi Mi 11 Ultra conta com o processador Snapdragon 888 e sua GPU Adreno 660, abastecidos por 12 GB de RAM LPDDR5. No papel, deve pelo menos igualar o desempenho do Xiaomi Mi 11 regular, se não o ultrapassar, na maioria dos casos.
Gostei:
- do poder bruto do Snapdragon 888.
Não gostei:
- questões de superaquecimento (benchmarks);
- framerate instável (em jogo).
Xiaomi Mi 11
Benchmarks | Xiaomi Mi 11 Ultra | Xiaomi Mi 11 | OnePlus 9 Pro | Samsung Galaxy S21 Ultra |
---|---|---|---|---|
3D Mark Wild Life | 5.621 | 5.702 | 5.670 | 7.373 |
3D Mark Wild Life stress test | Falha, superaquecimento | 5.697 | 5.698 |
5.175 |
Geekbench 5 (single/multi) | 1.123/3.619 | 1.085/3.490 |
1.112/3.633 |
942/3.407 |
PassMark RAM |
30.460 | 26.333 | 31.891 |
31.752 |
PassMark armazenamento |
115.473 | 120.430 |
112.370 |
81.108 |
Em termos de pontuação nos testes, não há muita diferença entre o desempenho do Xiaomi Mi 11 Ultra e do Mi 11 básico. Com tantos celulares compartilhando os mesmos componentes, não é de se estranhar que apresentem um desempenho próximo uns dos outros.
Mas o Xiaomi Mi 11 Ultra sofre dos mesmos problemas que seu "irmãozinho", ou seja, o superaquecimento e as perdas de frames durante jogos. Podemos notar um sério gargalo térmico do smartphone que limita o desempenho em resposta às elevações rápidas na temperatura.
Gostaria de oferecer dados precisos, mas não consegui nem mesmo terminar as rodadas do 3DMark Wild Life Stress Test. O benchmark simula o uso intensivo de jogos durante 20 minutos. Mas o Xiaomi Mi 11 Ultra superaqueceu antes do final de cada uma das 5 tentativas (espaçadas em 15 minutos), forçando o teste a parar.
E em cada uma das vezes, o smartphone estava quente demais para segurar. Em uso real e em um cenário mais realista (gráficos máximos em CoD Mobile, tela WQHD+ e 120 Hz habilitados) não notei o mesmo grau de superaquecimento. Por outro lado, a taxa de quadros por segundo caía perceptivelmente.
No geral, não posso dizer que o Xiaomi Mi 11 Ultra não seja um smartphone competente, mas fiquei desapontado com o desempenho instável e especialmente com as questões de controle de temperatura que são imperdoáveis em um smartphone ocupa o topo da linha de produtos da marca.
O melhor smartphone fotográfico em 2021?
O Xiaomi Mi 11 Ultra apresenta um gigantesco módulo de câmera tripla com:
- Lente principal de 50 MP, abertura f/1,95, tamanho do sensor de 1/1,12 polegadas, OIS;
- Lente de ângulo ultra amplo de 48 MP, abertura f/2,2, 128° FOV;
- Lente de periscópio de 48 MP, abertura f/4.1, zoom óptico 5x, híbrido 10x, digital 120x.
Gostei:
- do excelente nível de detalhes e nitidez;
- do zoom efetivo de 5x e 10x;
- da versatilidade do conjunto.
Não gostei:
- do modo noturno;
- da suavização digital muito acentuada em baixa luminosidade;
- da leve distorção na lente ultrawide;
Fotos do Xiaomi Mi 11 Ultra com a lente principal
O sensor principal da câmera do Xiaomi Mi 11 Ultra é o novo Samsung GN2 baseada em um grande sensor de 1/1,12 polegadas. A lente captura imagens em 12,5 MP, por padrão, por meio da combinação de pixels (4 em 1). Possui também um foco automático bi-direcional Dual Pixel.
Durante o dia, em boas condições de luz, o Xiaomi Mi 11 Ultra captura excelentes fotos em termos de nível de detalhe e exposição. A gama dinâmica é agradável e ampla, mesmo em fotos complexas. A colorimetria ainda está um pouco saturada, mas menos do que a Samsung, por exemplo.
A abertura é de f/1,95 e isso pode parecer um pouco baixa demais ao lado das lentes f/1,8 do Galaxy S21 Ultra, do Oppo Find X3 Pro e do OnePlus 9 Pro. Mas realmente, a grande forte deste módulo de câmera é a nitidez, o nível de detalhes que ele é capaz de exibir, e não apenas com o sensor principal. O ruído digital é praticamente inexistente.
Xiaomi Mi 11 Ultra com a lente ultrawide
Para a lente ultra angular, o sensor Sony IMX586 conta com um FOV (campo de visão) de 128°. À luz do dia, o nível de detalhes é novamente excelente com boa consistência de cores em comparação com as fotos da câmera principal, mas reparei que havia um pouco de distorção nas bordas da imagem com um efeito olho de peixe.
As fotos do Xiaomi Mi 11 Ultra com zoom
A teleobjetiva no Xiaomi Mi 11 Ultra é a mesma do Mi 10 Ultra, exclusivo da China. A lente periscópica tem zoom óptico de 5x com uma abertura de f/4,1. A abertura no Galaxy S21 Ultra era um pouco maior (f/3,5), mas sua distância focal era menor, de cerca de 103 mm contra 125 mm do Mi 11 Ultra.
E na parte do zoom, também fiquei impressionado. A perda de qualidade em 5x é realmente muito limitada em comparação com o tamanho original, o nível de detalhes em algumas fotos com zoom de 10x às vezes me surpreendeu agradavelmente.
O alcance dinâmico é provavelmente o melhor que se pode encontrar no mercado com uma lente teleobjetiva, e a exposição foi muito precisa. As cores ainda são consistentes com as capturadas pela câmera principal.
Como já citei no começo do teste, a Xiaomi teve que superar a Samsung no marketing, oferecendo um zoom totalmente digital de 120x. Assim como o Space Zoom 100x da Samsung, é um truque que não tem utilidade alguma, a não ser o de chamar a atenção na ficha técnica.
Xiaomi Mi 11 Ultra à noite
O Xiaomi Mi 11 Ultra tem um modo noturno "automático". Se você tiver o modo "IA" ativado, ele atuará como um reconhecimento de cena e, ao perceber que está mais escuro que o normal, ativará o modo noturno automaticamente se o nível de luz ambiente parecer baixo. Mas você pode ativar manualmente o modo noturno dedicado.
Devo dizer que os resultados são bastante mistos. Na verdade, simplesmente acho que as imagens são muito suaves e perdem muitos detalhes. O Mi 11 Ultra ilumina muito bem a cena se necessário, manuseia fontes de luz fortes de forma eficiente evitando borrões de luz. Mas a falta de nitidez não faz dela a melhor câmera à noite.
No geral, o módulo de câmera do Xiaomi Mi 11 Ultra é excelente. É claramente um dos 5 melhores celulares para foto em 2021. Gostei da lente teleobjetiva e do nível de detalhes exibidos por cada um dos sensores do conjunto fotográfico. Os únicos pontos fracos foram o modo noturno e a suavização digital muito acentuada com pouca luz. Mas é um smartphone fotográfico tão versátil quanto os flagships da Oppo e Samsung.
Bateria de 5.000 mAh e carga rápida de 67 Watts
O Xiaomi Mi 11 Ultra é equipado com uma bateria de 5.000mAh que aceita carga rápida com e sem fio a 67 Watts usando o carregador que — vale destacar — vem na caixa.
Pessoalmente, gosto de abusar do celular e ativar a taxa de atualização de 120 Hz na resolução WQHD+ o tempo todo. Nesta configuração, ele durava em média um dia inteiro de uso, entre 9 e 11 horas com uso misto (web, streaming de vídeo e música, 1 ou 2 chamadas de vídeo, jogos). Por isso, ainda tive que carregar o smartphone no final do dia.
O carregamento rápido de 67 Watts funcionou muito bem, levando menos de 40 minutos em média (melhor tempo: 36 minutos) para obter uma carga completa. Ao deixar o Mi 11 Ultra ligado por 30 minutos, consegui ir de 0 a 90% em média (melhor pontuação: 91%), o que é infinitamente mais rápido do que a carga de 25 watts do Galaxy S21 Ultra.
Em geral, o Xiaomi Mi 11 Ultra não oferece a bateria mais potente do mercado, mas a capacidade de 5.000mAh, maior do que as do OnePlus 9 Pro e do Oppo Find X3 Pro, dá conta do gasto de energia da tela e da CPU. Os modos de economia de energia são bastante eficazes e oferece até meio dia a mais de uso.
Xiaomi Mi 11 Ultra especificações e detalhes adicionais
Antes de passar à ficha técnica, listei algumas coisas que estão fora do teste completo, mas que ainda vale a pena mencionar.
- a construção do Mi 11 Ultra é pesada (234 g), mas acima de tudo mal equilibrada, já que boa parte do peso está no enorme módulo de câmera, o que torna a pegada do celular desconfortável;
- o Xiaomi Mi 11 Ultra tem certificação IP68 e pode, portanto, resistir à imersão em água (água doce, 1 metro de profundidade, por 30 minutos)
- incorpora 2 alto-falantes Harman Kardon estéreo de boa qualidade, mas um pouco fraco nos graves;
- o app de câmera oferece um modo "Multi Cam" que usa todas as lentes ao mesmo tempo, assim como o modo "Single Take" da Samsung
Xiaomi Mi 11 Ultra: ficha técnica
Especificações | Xiaomi Mi 11 Ultra |
---|---|
Processador |
|
Memória (RAM/armazenamento) | 12 GB LPDDR5 RAM/256 GB |
Armazenamento expansível? | Não |
Conectividade | Dual SIM, 5G, LTE, Wi-Fi 6E, Bluetooth 5.2, NFC |
Tela |
|
Dimensões | 164,3 x 74,6 x 8,38 mm |
Peso | 234 g |
Certificação IP | IP68 |
Módulo de câmera |
|
Vídeo |
|
Capacidade da bateria | 5.000 mAh |
Tecnologia de carregamento |
|
OS | MIUI 12, baseado no Android 11 |
Preço | 1.199 € (R$ 7.700) |
Conclusão
Vamos lá, você realmente precisa de uma sugestão de compra para um smartphone e o limite do cartão não é problema? Considerando um preço de R$ 8.000, o Xiaomi é um excelente smartphone que pode competir de igual para igual com o Samsung Galaxy S21 Ultra.
O conjunto de câmera realmente convenceu e passou a mesma sensação de versatilidade que o Samsung Galaxy S21 Ultra, com um zoom muito bom. A tela, a mesma do Mi 11 básico, é simplesmente sublime. A carga rápida de 67 watts é uma grande vantagem em comparação com os fracos 25 watts do S21 Ultra, que sequer vem com um carregador na caixa.
Mas os problemas de superaquecimento do Mi 11 Ultra são imperdoáveis em um carro-chefe que deveria ser o celular definitivo. E muitas vezes, sinto que a Xiaomi estava apenas tentando ter especificações melhores do que a Samsung, como um recorde que deve ser batido a todo custo, mesmo que isso beire o ridículo, caso do zoom 120x.
Vale citar ainda que, como a comparação com o Samsung Galaxy S21 Ultra é bastante legítima, os sul-coreanos se esforçaram muito mais em termos de durabilidade do software.
Enquanto a Xiaomi geralmente oferece 2 versões do Android e 3 anos de patches de segurança, a Samsung oferece 3 versões de SO e 4 anos de correções. Se tivesse a chance de optar entre comprar um Mi 11 Ultra ou um Galaxy S21 Ultra, o suporte estendido de software justificaria pagar até um pouco a mais no Samsung.
Belíssimo gadget, parabéns Xiaomi , mas pela longevidade das atualizações e preços similares , iria de iPhone.
Gostei de ver que a Xiaomi está mesmo investindo em câmeras, com um sensor próprio e tudo mas... Pra que diabos aquela mini tela e uma câmera frontal? Não era melhor ter removido a câmera de selfie nativa e usado a mini tela pra esse fim?
Enfim só desejo sorte pra quem for louco de pagar o valor desse aparelho, vai amargar o suporte, ou melhor, a falta dele por parte da Xiaomi que fica atualizando Poco e Redmi e vira as costas pra modelo caro.
Congratulations Antoine👏
Como diria o célebre personagem Morpheus da trilogia Matrix:
- At Last !
Vou fazer uma analogia nada usual para explicar o que representa você possuir um aparelho que esnoba tecnologia, e será destinado para aqueles que realmente querem ter nas mãos o "propalado"...
- REI DO ANDROID no ano de 2021.
Faria uma comparação prática sobre o que representa o Xiaomi Mi 11 Ultra, em relação ao iPhone 12s pro max.
Teríamos como representante do Xiaomi Mi 11 Ultra o fantástico carro Bugatti modelo Chiron, e como representante do iPhone 12s pro max, um Rolls-Royce Phantom.
Traduzindo essa comparação para os modelos de smartphones citados, teríamos o melhor do luxo e sofisticação dos Rolls-Royce com os aparelhos da Apple, mas se quiser o melhor da tecnologia, modernidade e muito desempenho do Bugatti, o Mi 11 Ultra vai te suprir nesses quesitos.
Resumindo...
Nem sempre luxo, requinte e ostentação se traduz no melhor (simples assim).