Uma semana usando o Android 10 Q

Essa é a primeira beta do Android Q. O Google planeja outras 5 antes do lançamento oficial, no terceiro trimestre. Sendo assim, esse é o estado mais cru do sistema que entusiastas podem acessar, por enquanto apenas nos aparelhos da linha Pixel. Eu e meu Pixel 3 estamos de cobaia nessa história.

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Instalei a beta entrando no programa beta do Google. Achei que seria necessário baixar a imagem e instalar via ADB, mas basta se cadastrar no programa do Google e o update aparece no seu aparelho instantaneamente. Por isso, fiz uma chamada "instalação suja", isto é, não reiniciei o aparelho de fábrica antes de atualizar, apenas atualizei por cima do que eu já uso.

De forma super geral, não foi nenhum salto gigante de um para o outro, do Pie para o Q. Acredito que você vá ver muito mais mudança de uma Pixel Experience para uma One UI, por exemplo. Para quem já estava no Pixel, como eu, a interface não teve as maiores mudanças. No que mais senti novidade foi na troca de fonte. A diferença me fez ver outras interfaces como mais grosseiras, e foi bem acertada aqui.

Apps? Vocês estão bem?

No dia a dia, não tive grandes problemas com a compatibilidade dos apps, e praticamente tudo o que eu precisei, funcionou. Gmail, Telegram, WhatsApp, PUBG, apps de rastreamento de saúde, meu app do banco, tudo ok. Porém, não consegui abrir o app de câmera do meu condomínio, que já é meio antigo e mal feito.

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Também não consegui acessar Pokémon Go. Ele abre, fica na tela inicial e não sai dela. Esses são os não oficiais, sendo o Files Go, do próprio Google, o único que apareceu na minha cara, tranquilamente, dizendo que "o Files do Google ainda não é compatível com meu smartphone".

Li em outras fontes, de outros beta testers, que alguns apps de banco que não o meu não estão compatíveis, mas não parece haver nada de muito grave, por isso sigo com a beta instalada.

Bugs são comuns em uma beta

Se é uma beta, tem bugs, não é mesmo? Eles são aceitáveis, são até mesmo esperados. Se não existissem, não seria uma beta, e sim a versão final. O Google vai soltando esses betas para que os desenvolvedores preparem seus apps para funcionarem na nova versão e com as novas funções, e também para recolher feedbacks sobre problemas.

Por isso, se aparecerem, não vou esquentar a cabeça. Eu ativei um relógio diferente para a tela de bloqueio e para a tela Always On. Algo extremamente experimental, e por isso não funciona bem, mas eu não ligo porque é o esperado.

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Às vezes, alguma função não quer funcionar, algum app fecha na minha cara, não consigo fazer Cast da minha tela no Chromecast, e sei que algumas coisas ainda não estão prontas, como a busca na área de configurações, que sumiu e o modo noturno, que funciona de forma bizarra, apenas quando ativamos o modo econômico (e de outras maneiras obscuras). Está tudo bem. O NFC, por diversas questões, também não está funcionando, assim como a edição das capturas de tela.

Três dias atrás, o pior problema que tive até agora aconteceu. Quando acordei, peguei o smartphone (coisa que você também faz logo que acorda que eu sei) e os apps não abriam, o que eu fechava não abriam de novo, não conseguia desligar o aparelho pelo botão e o sensor biométrico não funcionava. Tive de conectar o Pixel 3 no computador e executar o comando de reboot no ADB, e tudo voltou ao normal.

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Mas tenho boas notícias

Ao menos no meu Pixel, a duração da bateria parece ter melhorado. Como o forte desse modelo não é esse, qualquer melhoria é bem vinda, e está mais fácil chegar ao fim do dia com alguns poucos porcentos restantes.

Como já tinha dito, gostei da nova fonte, e o Android Q até o momento me parece o que o Android Pie sempre deveria ter sido, parece a finalização dele. Não sei se esse recurso vai continuar, mas para os que não usam launcher ou ROMs que nem eu, a pequena personalização de cores nos destaques é um detalhe legal para mudar.

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A economia de energia que aprende com o seu comportamento é algo que com certeza vai aparecer em outros aparelhos, e é uma ótima ideia. O modo desktop é um teste de um teste ainda, mas também acho que será promissor para cada vez mais usarmos nossos smartphones como computadores.

Dá para dizer também que eu percebi uma melhoria no desempenho. Não que tenha ficado uma flecha, mas o Pixel 3 vinha me preocupando um pouco no último mês com uma queda estranha de performance, então é possível dizer que ele voltou ao normal.

Vou perder algo?

Algumas funções vão dizer adeus no Android Q, tudo em nome da segurança. Uma delas é o clipboard, que não poderá mais ser utilizado por outros apps. Como eu não usava, não faz diferença para mim. 

Porém, quando uso um app que gosto muito, o Fabulous, recebo um recado meio mal feito me avisando de que em versões futuras o Android não irá mais permitir que o app entre na frente dos outros para me avisar de que minha conferência de hábitos diária está me esperando. Isso será uma perda considerável.

A perspectiva é boa

Não sei ainda como será a versão final e nem em quais aparelhos deve chegar o Android Q e como irá se comportar neles, mas minha percepção é de que teremos boas coisas. Mais segurança (embora nunca a suficiente), mais controle de permissões e um sistema não muito diferente, ajudando a chegar a mais smartphones.

E você, quais suas previsões para o Q?