Por que o Android Go vai funcionar se o Android One falhou?
O Android Go é mais uma tentativa de tornar o seu sistema operacional mais fluido em smartphones com um hardware menor, logo, de baixo custo. Mas será que desta vez a Google consegue alcançar este objetivo?
Durante a apresentação, Sameer Samat, vice-presidente de gerenciamento de produto na Google, disse que “a cada sete minutos, um brasileiro ativa um dispositivo Android”. Neste momento, Samat estava se referindo ao Android Go, uma versão básica do Android O que terá como objetivo fomentar o mercado de smartphones de entrada no Brasil e na Índia, oferecendo uma experiência de uso justa para modelos básicos.
Para quem não lembra, em 2014, durante este mesmo evento, o Google IO, Sundar Pichai anunciava o Android One, cujo objetivo era fabricar smartphones a preços realmente baixos e conquistar o segundo bilhão de usuários para o Android. Naquela época, a ideia era dar uma espécie de modelo para as fabricantes, com um design padrão e de qualidade, e um software baseado no Android puro e que pudesse cobrir as necessidades mais básicas dos usuários.
O fato do Android Go aparecer em 2017 é basicamente a confirmação de que o Android One não deu certo. Mas por que o Android Go daria? A diferença de discurso me parece óbvia, em 2014 a Google estava focada em ter mais usuários, falava em conquistar "o segundo bilhão", lembro como se fosse hoje da fala de Sundar Pichai.
Tudo parecia mais agressivo. O que a Google fez em 2017 foi a mudar o tom: vamos melhorar a experiência dos usuários com smartphones de 512MB de RAM ou 1GB de RAM.
A realidade é que a Google, divisão da Alphabet, continua precisando de mais usuários, mas já entendeu que padronizar um hardware não gera competição, logo, não interessa às fabricantes. Agora, deixar a construção do hardware, mesmo que básico, nas mãos das parcerias e oferecer como produto um software leve, capaz de rodar em smartphones de entrada com specs básicas pode funcionar.
E não vai só funcionar para a Google e demais fabricantes, mas também para o usuário. Você já deve ter ouvido falar no YouTube Go, certo? O serviço permite, sobretudo, que os usuários gravem vídeos (quando em um ambiente com Wi-Fi, claro) em seu dispositivo para serem visualizados offline a qualquer hora. Mas também conta com diferentes funções, tais como escolher a qualidade e tamanho do vídeo e compartilhar o conteúdo com outros dispositivos através do Bluetooth. Isso tudo para tornar a experiência com streaming melhor e gastar menos dados.
Imagine que o Android Go fará o mesmo, mas ao nível do sistema. Aplicativos como o GBoard, YouTube, Google Chrome e Play Store serão otimizados para economizar energia e dados. Me arrisco ainda a dizer que o software será tão redondo que é possível que até as atualizações do sistema cheguem antes para aparelhos rodando com Android Go.
E é por isso que acredito que o Android Go vai funcionar, pois vai oferecer uma experiência de software descente em um hardware de baixo custo. Acima de tudo, as fabricantes poderão competir com diferenciais na categoria de entrada, só espero que não haja uma irmandade muito grande a ponto de fazer com que estas acabem nivelando o preço destes aparelhos acima dos 500 reais. Para isso já temos o Android.
Escrevo sobre o sistema operacional Android há tempos, meu foco é o mercado nacional, e não tem nada pior do que ver um usuário que investiu um dinheiro suado em um smartphone que entrega uma experiência pífia, especialmente se esta é a única plataforma para conectá-lo com o resto do mundo, via internet. Por isso, vejo o Android Go com bons olhos.
E aí, você acha que o Android Go vai funcionar no Brasil?
Gostei demais do último parágrafo. Acho que este seja um caminho. Mas acho também que isso seria um caminho paliativo. Poderiam lançar o mesmíssimo android, mesmo "núcleo", porém simplificado e com menos bloatware.
"Escrevo sobre o sistema operacional Android há tempos, meu foco é o mercado nacional, e não tem nada pior do que ver um usuário que investiu um dinheiro suado em um smartphone que entrega uma experiência pífia, especialmente se esta é a única plataforma para conectá-lo com o resto do mundo, via internet. Por isso, vejo o Android Go com bons olhos."
A ideia é interessante como o Android One, mas tudo no mundo real é mais complicado...
Existe no mercado uma pequena parcela de pessoas continuam em celulares antigos, talvez com o Android GO os custos desses aparelhos ficariam mais próximos destes.
Definitivamente a piada do ano. Ao invés de resolver o problema da fragmentação, a Google agora resolveu chutar o balde e vai ajudar a piorar esta dor de cabeça crônica.
Pra começar, se empresas como Positivo e DL, que só lançam aparelhos defasados, fora as linhas "basiconas" e, convenhamos, tenebrosas da Samsung e LG, nunca aderiram ao Android One, que tinha (e ainda acho que tem) bom potencial, já que lança atualizações tão rápido quanto os Nexus, para hardware mais básico, porque a empresa de Mountain View acha que estas marcas vão aderir ao Android Go, sendo que compensa mais para elas personalizar o software e enviar uma TouchWiz capada para um Galaxy Young da vida?
E digo mais, se as empresas filiadas à Open Handset Alliance (aqui incluo a Quallcomm, a MediaTek e a Spreadtrum) tiram o delas da reta para não desenvolver firmware atualizada para os aparelhos, digamos, elegíveis à atualização (e, digamos, as principais responsáveis pelo atraso das atualizações que o consumidor recebem), porque a empresa de Mountain View acha que elas vão remendar seus drivers para hardware genérico, sendo que compensa mais para elas gerenciar os S8 da vida?
E, por último, mas não menos importante, acham mesmo que vai vir aparelhos de 400 temers equipados com isso? A realidade é que vai ser visto aparelhos com mais de 1000, com configurações vergonhosas.
Como se já não fosse bastante a enxurrada de apps que a Google desenvolve, vai criar mais, e ainda por cima versões capadas, só para ter o trabalho de manter atualizado depois?
Ah, tenha dó, Google.
O Android Go não está muito distante da proposta do Windows 10 S (que pode ser chamado de Windows RT 10 também): são alternativas "quebra-galho", soluções paliativas, que buscam resolver questões imediatas, mas que nunca resolverão os verdadeiros problemas de suas versões principais.
Ou seja, é um lançamento só pra dizer que lançou alguma coisa (o que ultimamente tem sido bem comum no Android).
Sinceramente acho que os celulares com 2GB RAM e 16GB ROM já atendem a grande maioria hoje e podem ser encontrados a preços baratos.
Mas ainda existe um pessoal b̶e̶s̶t̶a̶ que acha que comprando um Positivo Twist Mini, um Samsung Galaxy J2 Prime, um LG K4, um Moto C Plus, um Sony Xperia E5, estará fazendo um bom negócio.
Acredito que otimizar ao nível que todos querem como ele rodando em smart de 1Gb fluidamente como o iOS da Apple, significa antes de tudo analisar a forma como o Android funciona sobre uma virtual machine. É necessário refletir que "Se pudesse ser feito, seria feito!"
Bem.... Isso já garante um Update para os novos Moto Cs... Isso é se a Lenovo atualizar kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Deixando a piada de lado, pode ser bom pra quem não pode ou não quer gastar com smartphone, problema vai ser se a proposta não atender as expectativas.... Acredito que isso vá ter uma aceitação maior em países como a Índia, lá o Tizen da Samsung tem tido uma boa recepção pelo fato de ser leve e rodar com aparelhos de hardware barato em relação ao Android é claro.
Pra princípio de conversa, o Android que a Lenovo vai embarcar no Moto C será o tradicional mesmo.
E segundo, embora seja realmente benéfico tornar o Android O atraente para aparelhos com configurações fracas, o Android Go não deixa de ser uma medida apressada e desesperada (tal como o Facebook e o Messenger Lite, ou o Windows 10 S) para dizer que está fazendo alguma coisa útil, enquanto o correto seria enxutar a versão tradicional e fazer mudanças drásticas no sistema de atualização do SO, assumindo de vez a responsabilidade por esse quesito.
A Google está tentando tapar o sol com a peneira lançando o Android GO ao invés de investir em um sistema com otimização eficiente ao ponto de rodar fluido tanto aparelhos de entrada quanto Tops de linha, esse android GO pra mim não passa de uma estratégia de mercado pra gerar usuários insatisfeitos com um sistema capado e limitado, forçando a trocarem de Smart.
Tal como o Windows 10 S.
Pois é!
Digamos que o Android Go funcione!
Isso não seria prejudicial?
Pois iriam lançar toneladas de aparelhos mais modestos com Android Go, e isso não seria um impacto nas vendas dos Top de Linhas?
Acho que não. são nichos de mercado completamente diferentes. Quem quer e pode ter um topo de linha nem pensará em ter um aparelho modesto com Android Go. Nem mesmo os usuários de aparelhos de nível intermediário eu acredito que ser interessarão. os aparelhos de entrada com Android "padrão" que poderão e deverão perder consumidores. pelo menos é o que eu acredito.
É esperar pra ver!
O ruim é que a gente vai passar a ver mais smartphones de entrada por preços absurdos e aparelhos cada vez mais simples... Isso pelo menos aqui no Brasil
Bem provável brother!
Boa pergunta, mas acho difícil. Ainda mais porque os usuários em geral são leigos e não ligam pra hardware e SO. Aparelhos low-end e high-end possuem públicos alvo diferentes.
Faz sentido o que tu disse brother!