Motorola One vs. One Vision: o que mudou entre esses dois intermediários?
Lançado no ano passado, o Motorola One foi o primeiro aparelho com “Android One” no mercado nacional, parte de um programa da Google que permite aos fabricantes oferecer algo próximo à experiência de um “Pixel”, com software limpo e atualizações de sistema garantidas, porém com seu próprio design.
O resultado foi, como disse nosso editor Bruno Salutes, um “pacotão OK”. Um aparelho “ok” em vários pontos mas não mais do que isso, que chamava mais a atenção pelo software, apelando aos puristas do Android, do que pelo conjunto da obra.
Mas a Motorola parece ter ouvido os consumidores, e no recém-lançado One Vision se esforçou para entregar um produto superior, misturando características que são tendência no mercado asiático com seu “tempero” próprio. O resultado é um aparelho muito mais atraente, tanto em design quanto em recursos. Veja a seguir quais são as principais diferenças entre o Motorola One e o Motorola One Vision.
A tela é maior, mas não o tamanho que importa
Vamos começar pelo que provavelmente será a primeira coisa que você vai notar no One Vision: a tela. Além de maior e com mais resolução que a do Motorola One (são 6,3 polegadas com resolução de 1080 x 2520 pixels, contra 5,9 polegadas a 720 x 1520 pixels), a proporção também é diferente e pode causar estranheza à primeira vista: 21:9, o que resulta em uma tela mais “estreita” e mais “alta” do que estamos acostumados.
É a mesma “tela de cinema” que mencionamos em nosso hands-on do Xperia 1, e a praticamente a mesma proporção “widescreen anamórfica” usada em muitos filmes de Hollywood. Ou seja, quando você estiver assistindo a “Rogue One” em seu One Vision as cenas ocuparão quase toda a tela, praticamente sem tarjas pretas acima ou abaixo da imagem.
Em nosso hands-on, Bruno Salutes menciona que todos os apps que testou se adaptaram sem problemas ao novo formato de tela, e que além do entretenimento ele pode ser interessante também para quem costuma usar apps em “tela dividida”, pois oferece mais espaço para cada app.
A outra mudança visível é o notch, ou melhor, a falta dele. A Motorola substituiu o imenso notch do Motorola One por um discreto “buraco” para a câmera no canto superior esquerdo da tela, de forma similar ao que a Samsung fez no Galaxy S10e.
Além de mais discreta, essa solução tem outra vantagem: quando você coloca o aparelho “deitado” para assistir a um filme ou jogar um game, o buraco vai ficar no canto inferior esquerdo da tela, onde não irá atrapalhar a ação. Logo você se esquece dele.
Só faltou uma tela OLED para fechar o pacote com chave de ouro.
Na moda da estação
Continuando com a aparência externa: o Motorola One tinha um visual mais sóbrio, em preto ou branco. O One Vision segue a tendência dos smartphones asiáticos e adota uma aparência um tanto mais ousada, com cores menos comuns (bronze e azul) na tampa traseira, em vidro e com um revestimento que brinca com a luz. Mas não se preocupe, ele não é espalhafatoso como o Galaxy S10e amarelo. Pelo contrário, é bem elegante.
As câmeras fazem a diferença
Os 48 MP da câmera traseira do One Vision podem saltar aos olhos em comparação aos 13 MP do modelo anterior, mas lembre-se que megapixels não são sinônimo de qualidade. Na verdade o One Vision usa uma tecnologia conhecida como “Pixel Binning” (chamada pela Motorola de Quad Pixel) para combinar as informações de luz e cor de um grupo de 4 pixels em um “super pixel”, o que resulta em imagens de 12 MP (48 MP divididos por 4) mais nítidas, mais claras e com menos ruído em relação a um sensor de 12 MP nativos.
É uma técnica cada vez mais comum no mercado, que já é usada por outros aparelhos como o Xiaomi Mi 9, ou os recém-lançados OnePlus 7 e 7 Pro. Mas como a Google já demonstrou com os Pixel, o sensor é apenas parte da equação, e boa parte da responsabilidade sobre a qualidade da imagem fica sobre os ombros do software.
Neste ponto a Motorola parece ter feito a lição de casa. Enquanto as câmeras do One foram consideradas no máximo “medianas” em nosso review, em um teste rápido as do One Vision parecem mostrar resultados muito melhores, especialmente à noite graças ao modo Night Vision (Visão Noturna). Dê uma olhada no exemplo abaixo.
É cedo pra falar sobre o desempenho, mas…
Ainda não passamos tempo suficiente com o Motorola One Vision para falar sobre o desempenho, mas podemos dar alguns “chutes”: o processador é um Samsung (sim, um Samsung!) Exynos 9609 Octa-Core a 2.2 GHz, que parece não ser usado em nenhum outro aparelho. Mas segundo a Motorola, ele “corresponde à série Snapdragon 700 da Qualcomm em termos de performance”.
O Google Pixel 3a tem um processador Snapdragon 670, que tem desempenho próximo ao do Snapdragon 710 porém com melhor gerenciamento de energia. E em nosso review do Pixel 3a observamos que ele “oferece um desempenho sólido para o uso diário e dificilmente é mais lento do que o Pixel 3 ao abrir aplicativos ou na multitarefa”. Ou seja, podemos esperar algo similar aqui.
Capacidade de processamento do Motorola One Vision é semelhante ao do Google Pixel 3a
Claro que isso depende de outros fatores como o tipo da memória RAM (e de armazenamento) usados, otimizações de software, etc, mas é difícil imaginar a Motorola pisando na bola neste ponto, ainda mais em um aparelho com a “chancela” do Google. Obviamente há um ganho de desempenho em relação ao Motorola One, mas acredito que ele não será muito notável nas tarefas do dia-a-dia, e mais perceptível para quem joga ou faz uso intenso de multitarefa.
Motorola One vs. Motorola One Vision – Especificações Técnicas
Motorola One | Motorola One Vision |
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Um “melhor negócio”
Obviamente o Motorola One Vision custa mais caro que o Motorola One. O preço de lançamento é R$ 1.999, contra R$ 1.300 (menos até no varejo) do modelo anterior. Mas os recursos extras no novo modelo resultam em um pacote mais “redondo” e atraente que, na minha opinião, vai oferecer uma experiência melhor para o usuário. O Motorola One era a “versão 1.0” do conceito, e todos sabemos o quanto dá pra melhorar em uma sequência.
É um aparelho que claramente foi feito pensando em um usuário um pouco mais avançado, diferente do usuário comum da Motorola, que até agora tinha que importar aparelhos da China para encontrar alguns dos recursos apresentados aqui. É uma boa opção para quem quer migrar de um intermediário de outra fabricante, como a Samsung, para algo mais premium sem raspar o fundo da conta.
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Todos os sites estão errados. o exynos que equipa o One vision não é o 9609 e sim o 9610. Confirmado no meu celular pelo Antutu e cpu-z.
Já que emprestaram o processador da Samsung, poderiam ter pegado a tela Super Amoled também né!
Por enquanto foi o único lançamento efetuado no Brasil neste ano que me despertou interesse , me parece ser um belo gadget no quesito specs e design , o preço deverá cair rapidamente de $ 1.999,00 para 1.600,00 quando aí se tornará interessante , no aguardo de um bom review .
Com certeza, se a bateria aguentar bem pode ser meu próximo aparelho... mi a1 já não ta aguentando tanto bateria quanto um uso mais pesado
Foi uma ótima evolução em praticamente todos os aspectos.
Parece que o bichinho é ok
O aparelho em si é até bonito, porém, o furo da câmera é tão grande que ficou um espaço razoável entre a parte superior da
tela e a barra de status. Ficou um pouco estranho. E a depender de quanto vão cobrar, particularmente, prefiro a importação.
@José Luís Silva Martiniano Na hora que estava apresentando o Moto One Vision já falou o preço que vai custar, R$ 1999,00