Até onde estamos dispostos a ir para ter um smartphone?

Ainda que a Samsung tenha falado por cima sobre o “Samsung para Sempre” (a empresa vai liberar mais informações na próxima semana), sabe-se que ele vai funcionar da seguinte forma: o usuário de um telefone da marca pagará uma quantia X para ter o direito de fazer um upgrade em seu modelo ao final de um determinado período (um ou dois anos). 

No momento de trocar o telefone antigo pelo novo, ele deverá desembolsar a metade do valor do novo aparelho ou o valor total. Isso, claro, dependendo de quanto ele terá pago ao longo dos últimos meses. A vantagem é que este “consórcio” da Samsung mantém o telefone atual do usuário segurado contra roubo, furto e outras intempéries. 

Já pensou em ter um consórcio para iPhone?

A ideia da Samsung não é exatamente uma novidade. Outros serviços nos mesmos moldes já existem para o iPhone. Bons exemplos são o Claro UP (aquele do comercial do Thiago Leifert), o do iPlace (uma rede de lojas autorizadas da Apple) e da varejista Magazines Luisa. 

Me chamem de velho, mas sou de uma época em que consórcios eram para bens duráveis, em que a palavra “duráveis” fazia sentido: você usava esse tipo de serviço quando queria comprar um apartamento, um carro ou até uma TV - quando ter uma TV exigia um senhor investimento. 

E, claro, além de ficar com você por anos e anos, todos os itens citados demandavam um investimento que quase ninguém tinha (ou tem) condições de fazer à vista. Logo, a saída era apelar para um consórcio. Mas você nota que alguma está errada quando precisa usar este expediente para um telefone. 

• Cuidados que você deve ter na hora de comprar smartphones usados

Eu sei que, hoje, os smartphones são uma parte essencial da nossa vida, que há um investimento tremendo por parte dos fabricantes, além dos impostos. Mas, ainda assim, me soa muito estranho o fato de eu ter de me planejar para daqui 12 ou 24 meses ter um telefone novo. E isso porque o meu atual poderia muito bem atender as minhas necessidades para os próximos anos, sem eu ter de me preocupar com o próximo. É uma obsolescência programada à enésima potência

Marcas consideradas hypes pelo usuário – Apple e Samsung entre elas – apelam para nosso sentido mais consumista para criar necessidades que, com o perdão da redundância, não precisamos. Ao utilizarmos um consórcio como esse, sempre pensamos que “R$ 150 a mais ou a menos não vão fazer falta”. 

O problema é que além da parcela desse serviço, você precisa pagar pelo plano de telefonia e, em muitos casos, o parcelamento do aparelho que você detém atualmente. Não sei se é um gasto que compensa para a esmagadora maioria da população, tanto do lado financeiro quanto do tecnológico. Para o meu, cujo ganha-pão é escrever sobre o assunto, definitivamente não faz o menor sentido. 

E qual a sua opinião? Está disposto a entrar em um consórcio para o seu próximo smartphone? Conte para gente!