Do início ao fim: é assim que um smartphone é desenvolvido
A maioria dos smartphones passam por um processo de desenvolvimento muito semelhante, visto que todo fabricante lança novas opções anualmente. Os modelos chegam ao mercado e ficam à venda até que a próxima geração chegue com uma nova proposta de design e desempenho. Fomos acompanhar de perto como esse processo funciona na fábrica da BQ, empresa que desenvolve seus produtos na Europa, em Madri.
O processo para desenvolver um smartphone
A industria de smartphones estabeleceu o ciclo de lançamentos de novos smartphone a cada doze meses. Sendo assim, novos produtos chegam ao mercado dentro desse período trazendo inovações para atrair novos usuários. O processo leva em média nove meses até que o novo produto seja criado e as ações de marketing sejam definidas.
A fabricante precisa gerenciar os prazos e ter uma equipe de desenvolvedores que sejam responsáveis e que consiga trazer ao mercado um produto com qualidade e desempenho competitivo.
Protótipo: tudo começa com design
Os três primeiros meses desse processo de desenvolvimento são dedicados ao design do produto. A equipe responsável precisa ter inspiração e misturar conceitos que sigam a identidade da marca. Tudo precisa estar alinhado em um único produto.
Quando olhamos para os produtos da BQ que foram lançados nos últimos anos, como o Aquaris E, M e Aquaris X, notamos que a personalidade da marca foi mantida nesses projetos. Contudo, os detalhes mudaram bastante desde então. Podemos ver essa linha de desenvolvimento em outros fabricantes maiores, como a Sony, Desde o Xperia Z1 até o XZ, a fabricante preservou seu estilo mas mudou inúmeros detalhes importantes e que fizeram diferença.
Pessoalmente, acho que é um desafio para os designers manter a identidade da marca em vários produtos mas criar sensações de uso diferentes. O segredo aqui está na combinação de curvas elegantes com bordas, materiais, cores e toda a estética do produto. Ao final dessa etapa é criada uma versão do telefone em plástico com o mesmo peso que o dispositivo terá quando estiver pronto.
Uma vez que temos o esboço do design pronto, chega a vez dos engenheiros colocarem todos os componentes internamente e ajustar o dispositivo. Nessa etapa os módulos de câmera e o processador são testados. Esse processo é feito pelo computador, onde a imagem virtual interna do aparelho é montada, incluíndo seu interior.
Os fabricantes de baterias, processadores e câmeras contribuem para que a empresa consiga ter uma ideia da montagem e do espaço necessário dentro do aparelho. Além disso, existem testes que verificam amostras de componentes para assegurar que o mesmo tem qualidade.
Outro teste chave nessa etapa do processo é o desempenho da PCB, a placa base onde todos os componentes essenciais do smartphone são ligados, como processador e memória. A placa-mãe de u smartphone ocupa um lugar relativamente pequeno, mas seus circuitos, que variam entre 8 e 10, ligam todas os componentes do smartphone, como câmera, botões e antenas.
É claro que esse processo não é tão simples como descrevemos acima, a operação é muito mais complexa. A sintonia entre as equipes funcionam como uma partida de tênis onde todos precisam correr e dar conta de garantir que nada dê errado. Todos trabalham com o mesmo objetivo, que é entregar um projeto final consistente.
A hora da verdade: os primeiros 80 dispositivos
Essa etapa do processo leva cerca de três meses, que é quando os testes mais sérios começam. Grupos ligados ao desenvolvimento do software, do firmware e de qualidade trabalham juntos. Os primeiros dispositivos são fabricados, em torno de 80 unidades, que servirão para testar a conectividade, o desempenho, a resistência e o software.
No caso do design, é verificado aqui se o dispositivo consegue suportar a rotina do usuário e também se a mesmo segue às normas da União Europeia de qualidade. O processo é automatizado para que os engenheiros consigam ter todos os dados e detalhes técnicos sobre os testes disponíveis. Os testes feitos aqui incluem força, como pressão e vibração, entrada de pó e água, mudança de temperatura e resistência ao bolso da calça. Existe uma máquina para cada teste deste.
Tudo o que fazemos no nosso dia a dia é testado, como tocar nos botões milhares de vezes, conectar o carregador e por aí vai. O toque na tela é verificado inúmeras vezes, bem como os componentes do próprio painel para garantir que o mesmo tenha um bom funcionamento ao toque e no aspecto de cores.
Existe testes extremos que simulam situações que não estão ao alcance dos nossos olhos mas que afetam a experiência do usuário, como os testes térmicos. Depois de um estudo onde é avaliada a soldagem do aparelho, o mesmo é submetido ao aquecimento. O processador é observado durante todo o período dessa etapa. O smartphone é levado a temperatura de 40 ° em cerca de 1 minuto e 20 segundos.
A BQ tem uma máquina própria que teste uma das partes importantes para os usuários, que são as antenas. As posições são testadas e a recepção do sinal também, além disso, o Wi-Fi, o Bluetooth, o 4G, o 3G e GPRS são todos colocados à prova.
O som também tem uma área de testes especial e um aparelho próprio. Um grupo de engenheiros são responsáveis em testar o áudio do produto e definir o melhor software para o mesmo. Neste caso, o áudio capturado pela câmera passa por testes separados.
Na sequência começam os testes na câmera. Nesse processo é testado o hardware também, mas o desenvolvimento do software que controla a câmera é o ponto principal. No laboratório todos os testes necessários são feitos afim de obter um resultado satisfatório. As limitações aqui são grandes, uma vez que os sensores de câmera são pequenos, a capacidade de processamento não é grande e os resultados precisam ser imediatos.
Uma vez que todos os testes são concluídos as mudanças de hardware e software são aplicadas e testadas nas primeiras 140 unidades finais do dispositivo que são desenvolvidas para teste.
Teste final e produção em massa dos smartphones
Após as etapas que listamos acima, começam os testes com os 140 protótipos finais. Estamos no sexto mês de todo este ciclo de etapas e inúmeros testes ainda serão realizados até que os aparelhos cheguem às prateleiras, principalmente no software do dispositivo. As alterações de hardware são descartadas à princípio, e apenas falhas são corrigidas aqui.
Depois dessa bateria de testes é iniciada a produção em massa, onde cerca de 2000 aparelhos são produzidos. Os testes continuam aqui, visto que os modelos finais precisam ter a mesma precisão e qualidade dos protótipos testados.
Ao final, o produto está pronto para ser vendido. A produção em massa começa um mês antes das vendas. Até essa data todos os recursos do software são testados e novidades são adicionadas ao mesmo. O smartphone chega às mãos do usuário após nove meses, mas isso não significa que o fabricante não precisa mais se preocupar com o mesmo.
A seção de hardware começa a cuidar dos reparos e das substituições. O desenvolvimento do software trabalhará nas atualizações, melhorias e pacotes de segurança.
E aí, o que achou das etapas de fabricação dos smartphones?
Que matéria sensacional, parabéns! Gosto muito de saber como as coisas funcionam. Faço parte da engenharia em outra área, mas essa também me agrada. Já tinha conhecimento dos testes, mas não das imagens, posso dizer que alegrou meu dia, rs.
mesmo com todos esses testes ainda lançam aparelhos cheios de problemas? estranho
Que post bom hein; bem complexo o processo de produção até vendas
parabéns pelo artigo. fazia tmpo que eu não gostava tanto de um artigo aqui no android pit ^^
Muito interessante.
Adorei o material.
Muito bom o artigo, entrou na minha lista de favoritos.
que massa ... legal isso
Testam tanto os aparelhos e nos entregam verdadeiras bombas relógio.
O pior de tudo no desenvolvimento de um Smartphone é passar pelo Androidpit e ler todo mundo criticando os aparelhos. Kkkkk... Os Xing Lings que os fabricam se ler tudo que achamos dos smarts vão dizer assim " - Falar mau é fácil, quelo vê fablicar um"....
Muito boa a matéria, eu faço manutenção de Smartphones aqui no RJ, e tenho meu laboratório em casa e, quando abro um Smartphone e retiro sua placa para verificar e resoldar um componente em curto ou danificado por oxidação, fico imaginando se não fossem as imprenssoras que desenham as trilhas nas placas e os gabaritos de soldagem dos capacitores, resistores, ci's, processadores etc... Imagino às vezes como seria tudo à mão como os desafios que enfrento nos resparos de placas mães.
Tiro sempre uma conclusão que o pior trabalho na construção de um Smartphone, é sempre da equipe de engenharia dos componentes eletrônicos, que é conseguir embalar todos os componentes dentro de alguns modelos, que, olhando o aparelho pronto e desmontado percebe-se a lógica de tudo, e parece que não foi tão difícil assim, isso por quê já está pronto, agora começar do zero, isso é um dos maiores desafios da equipe de desenvolvimento.
Pena que as fabricantes estão dificultando nossos trabalhos escondendo os parafusos por baixo das telas ou superfícies traseiras de vidro colada. Mas eu gosto desses desafios, e admiro esses aparelhos com a beleza que entregam.
Sensacional esse artigo.
Boa matéria... Assim vemos a complexidade de se criar um smartphone.. Muitos acham simples diminuir uma borda, a posição do leitor biométrico, alto falante, entradas de fone... É algo planejado durante meses, que pode cair ou não no gosto dos consumidores
Verdade brother, mas a competitividade das fabricantes obrigam as mesmas enfrentarem esses desafios pelas nossas exigências e pelo valor cobrado no final.
Como base nessa matéria chego a conclusão que é melhor comprar um smartphone após uns três meses do seu lançamento. Além do preço cair um pouco algumas melhorias no software são acrescentadas sem contar nos famosos problemas dos aparelhos do primeiro lote.
Eu prefiro esperar um ano depois do lançamento. kkkkk
Interessante matéria. Sempre há curiosidade como é o processo de criação até a produção de um aparelho. Parabéns.
Parabéns brother boss Luis Ortega!
Foi uma das melhores matéria que vc fez!
E parabéns ao Bruno por ter traduzido para gente
E parabéns a mim por existir.