Apple mostra como empresas podem te rastrear online
Hoje, dia 28 de janeiro, é celebrado o Dia Internacional da Privacidade de Dados. Em meio a tantas notícias sobre vazamento indevido de dados e informações, a Apple decidiu instruir seus consumidores a respeito do assunto.
Além de divulgar informações sobre como os seus aplicativos administram os dados de seus usuários, a estadunidense também disponibilizou, para download em PDF, o documento "A Day in the Life of Your Data" ("Um dia na Vida dos seus Dados"), que busca elucidar melhor como os diversos aplicativos disponíveis para download têm acesso às suas informações.
O documento é pequeno (11 páginas) e pode ser lido rapidamente, mas pode dar informações muito importantes sobre as mudanças que precisam ser feitas no modo como aplicativos acessam informações - na maioria dos casos, sem que os consumidores saibam.
Um dia na vida de seus dados
Resumidamente, as páginas contam a história de um pai que, ao sair com sua filha para um parque, pesquisa sobre o itinerário até lá, o clima e, quando chega, tira uma foto. Ele então decide editá-la usando um aplicativo baixado em seu smartphone. Logo em seguida, ele a compartilha nas redes sociais.
Através de uma simples ação como essa, os aplicativos tiveram acesso ao local onde ele estava com a filha e, além de acessar essas informações, as disponibilizaram para diversos outros data brokers sobre os quais ele nunca ouviu falar. Suas informações poderão ser vendidas para empresas que, a partir de agora, poderão saber o que John faz em um dia de Sol, traçando assim o seu perfil consumidor.
No caminho para o parque, a criança joga um jogo no tablet do pai - e eles encontram um anúncio de uma scooter. Esse anúncio não estava lá por acaso. As empresas, que vêm tendo acesso aos seus dados, querem que pessoas com o seu perfil - com uma filha pequena que gosta de ir a parques - visualizem ofertas como essa, que devem aparecer em vários apps e sites por algum tempo. Essas informações, é claro, foram compradas.
A obtenção de dados não para por aí: logo em seguida, o pai e sua filha param para tomar sorvete. Ao pagar com cartão de crédito, mais dados são absorvidos - como a localização da loja e o quanto ele gastou. Essas informações são adicionadas para traçar o seu perfil de consumidor (e exibir anúncios de sorveterias, é claro).
Por fim, ao chegar em casa, múltiplas empresas das quais o homem nunca ouviu falar possuem seus dados e são capazes de traçar o seu perfil de compra. Isso é feito o tempo todo. A exemplo, o documento mostra que, ao chegar em casa e colocar um filme em uma plataforma de streaming, os dados e preferências voltam a ser computados, sem que o consumidor tenha a menor ideia - e, ainda mais importante, sem que tenha dado permissão.
Empresas coletam dados o tempo todo, mesmo sem autorização
A história mostra que, por mais que você não tenha dado todas as permissões, as empresas tem acesso aos seu dados. Segundo a Apple:
"Essas empresas sabem a localização da casa da sua família, o parque que vocês visitaram, os sites de notícias que leram, os produtos que navegaram, os anúncios que assistiram, seus hábitos de compra e as lojas que visitaram".
Tendo isso em vista, a Apple decidiu aprimorar as configurações de privacidade de seus usuários, usando quatro princípios:
- Minimização de dados coletados;
- Processamento de dados no próprio dispositivo - e não nos servidores da Apple;
- Transparência e controle por parte do usuário;
- Segurança.
Essas práticas incluem a possibilidade de dar acesso a apenas uma foto em um app de edição (ao invés da galeria toda), de impedir que o banco use sua informação para marketing (através do Apple Card) e de dar ou não autorização à localização (no Safari).
Além disso, aplicativos como o Apple Maps permitem que o acesso à localização não seja ligado a uma pessoa específica - o que impediria as empresas de saberem onde o pai da história está, ou de ter acesso a sua galeria de fotos, diminuindo consideravelmente a exposição de seus dados.
Para ver quais alterações de privacidade podem ser feitas em cada aplicativo nativo da Apple, clique aqui.
Fonte: MacMagazine
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