Review do Xiaomi Redmi Note 9T: será que o 5G compensa as falhas?
O Redmi Note 9T é um dos smartphones 5G mais baratos do mercado, com um preço de aproximadamente R$ 1.600 no exterior. Mas será que o 5G é suficiente para diferenciá-lo dos outros modelos Redmi Note 9 da fabricante e outros celulares 5G acessíveis da Realme, OnePlus ou Motorola?
Prós
- Desempenho do MediaTek Dimensity 800U
- Excelente autonomia
- Desempenho da câmera em luz natural
- MIUI 12
Contras
- Design repetitivo
- Falta versatilidade ao conjunto de câmeras
- Sem certificação IP
- Propagandas na interface
Redmi Note 9T: nossa opinião
Anunciado em janeiro de 2021, o Xiaomi Redmi Note 9T é um modelo intermediário da família Redmi Note 9 equipado com um processador MediaTek Dimensity 800U, 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento.
O Xiaomi Redmi Note 9T foi lançado na Europa com preço de tabela de cerca de R$ 1.600 (€ 249,90) para o modelo de 64 GB e de R$ 1.900 (€ 269,90) para o modelo de 128 GB. Não há previsão para a chegada do modelo ao Brasil.
O Redmi Note 9T traz um módulo fotográfico triplo com uma câmera principal de 48 MP, uma lente macro e de profundidade com 2 MP cada. O smartphone é equipado ainda com uma bateria de 5.000 mAh, compatível com uma recarga rápida de 18 W.
Logo de cara, temos uma ficha técnica e uma relação custo-benefício que já fez muito sucesso no passado. De fato, o Redmi Note 9T é um bom representante da Redmi e um smartphone acessível. Por outro lado, a receita perdeu um pouco de sua graça ao longo dos últimos anos e com o Note 9T isso fica ainda mais claro.
Um modelo acessível não precisa necessariamente ser genérico ano após ano, de versão para versão. Basta lembrar do Poco F1, que enlouqueceu a mídia especializada e até clientes fiéis a outras marcas. No caso do Redmi Note 9T, penso que a Xiaomi poderia ter oferecido mais novidades. Inferior ao Redmi Note 9 Pro na minha opinião, o principal argumento do Redmi Note 9T é o 5G, não pela sua utilidade imediata, mas pela durabilidade que dá ao smartphone se você quiser mantê-lo por um longo tempo.
Design volumoso e sem inspiração
O Redmi Note 9T é muito semelhante às muitas outras variações do Redmi Note 9, exceto no que diz respeito ao design.
Em resumo, gostamos:
- Do revestimento fosco e da textura na traseira.
Em resumo, não gostamos:
- É quase uma réplica do Poco X3;
- Peso considerável e tamanho excessivo;
- Sem certificação IP.
À distância, o Note 9T se parece com o Poco X3 NFC e seu módulo fotográfico, que se destaca em relevo, disposto em um conjunto circular rodeado por um anel metálico.
O acabamento em plástico já é esperado nesta faixa de preço. Acho inclusive que o efeito fosco aqui é mais sofisticado do que as imitações baratas de vidro no resto da linha Redmi Note 9. A traseira também é marcada por uma textura que dá uma melhor aderência e reduz as marcas de impressões digitais. No entanto, ela também tem a infeliz tendência de acumular poeira.
Por outro lado, o logotipo de certificação CE e o ícone da lata de lixo cruzada são excessivamente visíveis e estragam a experiência visual ao segurar o Redmi Note 9T na minha opinião.
À frente, a tela tem um bom aproveitamento de área, o que é, mais uma vez, muito comum nesta faixa de preço. O "queixo" e as bordas são bastante discretos em relação ao que você encontra na concorrência (com relação tamanho/tela de 84%), ainda que esteja muito longe de um desenho sem bordas. Por fim, um recorte para a câmera de selfie está localizado no canto superior esquerdo.
O smartphone também é bastante pesado com quase 200 gramas e sua tela de 6,5 polegadas não é exatamente adequada para uso com uma só mão. O smartphone não tem certificação IP de resistência à água ou poeira, mas oferece um slot duplo SIM e microSD.
No geral, achei o design do Redmi Note 9T pouco atraente. Este não é o meu critério de compra na maioria dos casos, muito menos em um smartphone intermediário, especialmente quando nenhum dos pontos fracos comprometem a experiência do usuário.
Uma tela LCD IPS mediana
O Redmi Note 9T apresenta um painel IPS LCD de 6,53 polegadas com definição de 2.340 x 1.080 pixels (Full HD+) e proporção 21:9 .
Em resumo, gostamos:
- Do brilho máximo de 450 nits;
- Da relação dentre tamanho e proporção de tela.
Em resumo, não gostamos:
- Da calibração de cores de fábrica;
- Problemas de persistência;
- Sem alta taxa de atualização.
Li em muitos reviews na concorrência que o painel estava muito mal calibrado por padrão. Não tenho meios para confirmar esta afirmação ou embasá-la com números. Mas só de olhar para o smartphone, percebi que a tela do Redmi Note 9T tinha um problema perceptível de ajustes de cores.
Os tons são excessivamente pastéis, com tons escuros sem profundidade e cores claras brilhantes demais. Durante os testes da câmera, fiquei surpreso com a diferença na exibição das fotos que observei entre a tela do Redmi Note 9T e a tela do meu PC após exportá-las.
A tela também sofre de uma discreta persistência de imagem, visível especialmente durante as animações ou ao navegar por páginas. Na prática, fica a sensação de uma "sombra", com vestígios da imagem anterior que não desaparecem instantaneamente (conhecido também pelos termos em inglês "ghosting" ou "motion blur"), algo bastante comum em painéis LCD.
Há poucas semanas, meus colegas Rahul e Ben travaram uma discussão acalorada sobre as vantagens de uma tela OLED de 60 hz sobre um LCD de 120 hz. No caso do Redmi Note 9T, a Xiaomi reuniu o pior dos dois argumentos, usando um bom e velho painel LCD de 60 hz. Pessoalmente, prefiro uma tela com maior fluidez, especialmente para jogar no smartphone.
O resultado disso é que a tela não surpreende durante o uso, mas esta não é uma falha exclusiva do Redmi Note 9T. Pessoalmente, gostaria de ver pelo menos um painel OLED a 60 Hz, especialmente considerando a faixa de preço do smartphone, em comparação com os seus antecessores.
Mas para a maioria das pessoas, a tela do Redmi Note 9T é perfeitamente utilizável na dia a dia, com uma luminosidade média de 450 nits, o que é bem suficiente, mesmo em plena luz do dia. No entanto, lamento que esteja limitado a uma taxa de atualização de 60 hz, bem como os problemas de tempo de resposta.
Desempenho sólido
A Xiaomi alterna entre a MediaTek e a Qualcomm para os chips de seus smartphones Redmi. O Redmi Note 9T conta com o MediaTek Dimensity 800U 5G. Um processador octa-core de 7 nm, com 4 núcleos Cortex-A76 de alto desempenho a 2,4 GHz e 4 Cortex-A55 de baixa potência a 2 GHz.
No lado da GPU, há uma ARM Mali-G57MC3. O conjunto é alimentado com 4 GB de RAM LPDDR4X e um armazenamento UFS 2.1 em 64 GB ou UFS 2.2 em 128 GB. No papel, o chip Dimensity 800U pode ser comparado a um Snapdragon 750G (8 nm, octa-core 2 Cortex-A77 + 6 Cortex-A55) da Qualcomm.
Em resumo, gostamos:
- Do desempenho consistente para esta faixa de preço;
- Conjunto dá conta de jogos moderados.
Em resumo, não gostamos:
- Das limitações gráficas necessárias em alguns games.
A comparação não ajuda tanto, já que ainda não conseguimos testar nenhum smartphone equipado com o Snapdragon 750G para servir como comparação. Devemos encontrá-lo em breve no Samsung Galaxy A52 5G, sendo que no mercado asiático ele já equipa o Xiaomi Mi 10i (também conhecido como Xiaomi Redmi Note 9 Pro 5G na China ou Mi 10T Lite).
Determinar o nível de desempenho do smartphone ficou um tanto complicado porque o benchmark gráfico mais interessante — o 3DMark — travou repetidamente durante meu teste. Este é um problema cada vez mais comum que também encontrei com o Huawei Mate 40 Pro ou o Xiaomi Mi 10T Pro e até é compreensível em protótipos ou modelos pré-lançamento, mas não em unidades de avaliação.
De qualquer forma, o chipset Dimensity 800U do Redmi Note 9T é mais poderoso do que o Snapdragon 720G no Redmi Note 9 Pro. E em uso, bem como nos benchmarks, o MediaTek Dimensity 800U oferece um desempenho consistente que se aproxima até mesmo das pontuações que obtive no passado com um Snapdragon 765G.
O Call of Duty Mobile funciona muito bem com os gráficos definidos para "médio" e todas as opções gráficas desligadas. Genshin Impact engasga muito, a menos que os gráficos estejam definidos para "baixo". Você realmente precisa baixar as suas ambições gráficas para evitar quedas de quadros e travamentos.
Em resumo, temos uma relação preço/desempenho muito respeitável para um smartphone intermediário. Esqueça os ajustes gráficos "ultra" e 60 FPS em jogos mobile, mas para o resto, o Redmi Note 9T tem especificações sólidas, que devem satisfazer a maior parte das suas necessidades diárias.
Câmera tripla não empolga
O Redmi Note 9T tem um módulo fotográfico triplo:
- Lente principal grande-angular de 48 MP, com abertura de f/1,79 e pixels de 0,8 µm;
- Lente macro de 2 MP, com abertura f/2,4 e pixels de 1,75 µm;
- Sensor de profundidade de 2 MP, com abertura f/2,4 e pixels de 1,75 µm.
Em resumo, gostamos:
- Do sensor principal de 48 MP;
- Um bom nível de detalhes durante o dia.
Em resumo, não gostamos:
- Módulo fotográfico sem qualquer versatilidade (zoom, ultra grande-angular);
- Tendência a sobre-expor a cena;
- Fotos noturnas com ruído digital e suavização artificial;
- Dupla macro+profundidade supérflua.
Fotos do Xiaomi Redmi Note 9T com luz natural
De dia, a câmera do Redmi Note 9T cumpre bem o seu papel. Ela é baseada em um sensor Samsung S5KGM1 ISOCELL, ou Isocell GM1, que é bastante conhecido e difundido em aparelhos da categoria.
A Xiaomi força o contraste para obter mais detalhes, ativando por padrão os modos HDR e IA. Mesmo assim, no geral, as fotos têm um aspecto natural. Por outro lado, noto que o ruído digital é perceptível demais para o meu gosto, mesmo nas imagens capturadas em plena luz do dia. É como se Xiaomi não quisesse exagerar na suavização (e na redução do ruído) para preservar a nitidez e o nível de detalhes.
A colorimetria também é satisfatória com um bom equilíbrio de branco, mas sem um alcance dinâmico suficiente. Notei uma tendência à exposição em excesso nas fotos, mas talvez tenha sido devido às condições de iluminação do meu teste, porque não encontrei este ponto em nenhuma outra avaliação.
Fotos do Xiaomi Redmi Note 9T à noite
À noite ou com pouca luz, as fotos ficam praticamente inutilizáveis sem o modo noturno. Por outro lado, o modo dedicado faz um bom trabalho, e o resultado são fotos competentes. Mesmo assim, é sempre bom pesar o desempenho fotográfico em relação à categoria de preço do smartphone.
O nível de ruído digital inevitavelmente reduz a qualidade das imagens. Mas penso que o Redmi Note 9T lida bem com fontes de luz fortes. As luzes da lua ou da rua, que "estouram" a imagem sem o modo noturno, são bem atenuadas com o modo ativado. Por outro lado, dê adeus ao nível de detalhes, perdido pela suavização feita pelo processamento de imagem que tenta, em vão, reduzir o grau de ruído e acaba embaçando a imagem.
Em resumo, nem mesmo a dupla inescapável (e totalmente supérflua) de sensores macro+de profundidade conseguiu me enfurecer o suficiente para fazer passar o tédio que o conjunto de câmeras provoca. 'Uau, outro sensor triplo que é bom de dia, ruim à noite, sem telefoto ou ultra grande-angular e com um processamento de software um pouco agressivo demais'. Que surpresa!
Todos já conhecemos a receita e ela até funciona bem para um smartphone nesta faixa de preço. Mas ao empurrar repetidamente a mesma pílula, lançamento após lançamento, o resultado é que não podemos deixar de reparar nas falhas da Matrix. E a apresentação da linha Redmi Note 10 mostra que não custava trazer um pouco mais de evolução no módulo da câmera.
Excelente autonomia
Como geralmente acontece nesta categoria de smartphones, e no Redmis em geral, o Redmi Note 9T tem uma grande bateria de 5.000 mAh. O smartphone aceita recarga rápida de até 18 Watts e a Xiaomi fornece um carregador de 22,5 watts na embalagem.
No benchmark PCMark, que simula um uso intenso e um tanto exagerado, o smartphone durou quase 15 horas antes de passar da barreira dos 20% de carga.
No uso "clássico", limitado a chamadas, redes sociais e o uso moderado de jogos e streaming, eu poderia facilmente passar quase dois dias de uso sem ter que ligar o smartphone à tomada. Por outro lado, a recarga é bastante demorada, longa demais para o meu gosto após usar o sistema Warp Charge 65, da OnePlus.
É preciso em média de pouco mais de 30 minutos para recuperar 30% da bateria e mais de 1h30 para carregar totalmente o Redmi Note 9T. Mas mesmo com um terço da bateria obtido com cerca de meia hora de carga, você pode facilmente usar o smartphone por um dia inteiro se for cuidadoso.
Eu gostaria de ter testado as opções de energia ao limite, medindo a autonomia com o modo de "ultra economia de bateria", que limita as funções do smartphone e o transforma em um telefone básico, para estender ainda mais o tempo de uso. Mas isso teria levado muito tempo e tive que devolver o aparelho.
Costumamos dar isso como certo, mas a autonomia do Redmi Note 9T é, como geralmente acontece com a Xiaomi, excelente.
Mais detalhes sobre o Xiaomi Redmi Note 9T
Vou mencionar aqui alguns pontos que, na minha opinião, não merecem ser aprofundados neste texto, mas que vale a pena mencionar:
- O Redmi Note 9T não oferece nenhuma certificação de resistência IP;
- Não aceita recarga sem fio;
- Roda a skin MIUI 12, mas com o Android 10;
- O leitor de impressões digitais na lateral direita é rápido e confiável;
- Não pude testar a conexão 5G, pois não tenho um plano compatível e, no final das contas, os resultados não seriam os mesmos fora de Berlim, onde vivo. Mas esse é o principal argumento de venda deste smartphone. O Redmi Note 9T é compatível com as redes sub-6 GHz, mas não com as famosas frequências milimétricas (ou mmWave) que podem se popularizar nos próximos anos.
- Portanto, temos suporte para as bandas de frequência anteriormente utilizadas no 4G: n1 2100 MHz, n3 1800 MHz, n7 2600 MHz, n20 800 MHz e n28 700 MHz, mas também a banda n78 3,5 GHz. O uso do MediaTek Dimensity 800U permite a combinação em duas bandas 5G para aumentar a capacidade de transmissão com a tecnologia Dual 5G (recurso conhecido como carrier aggregation).
Redmi Note 9T
Especificações | |
---|---|
Tela |
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CPU/GPU |
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RAM e armazenamento |
|
Bateria |
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OS | MIUI 12, baseado no Android 10 |
Módulo fotográfico traseiro |
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Câmera de selfie | 13 MP, abertura f/2,3, 1/3,1", 1,12µm |
Conectividade |
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Dimensões e peso |
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Preço de tabela | € 229 (R$ 1.600 em conversão direta) *sem previsão de lançamento no Brasil |
Conclusão
O Xiaomi Redmi Note 9T é mais uma variação discreta em uma gama de smartphones acessíveis que já se provou no mercado, e a cada ano coloca seus modelos nos rankings de vendas e listas de recomendações da mídia especializada.
É um bom Redmi Note e um smartphone muito bom em sua faixa de preço no exterior. Tem algumas falhas, tais como um módulo de câmera um tanto limitado e sem diferenciais, um design pouco atrativo e volumoso, além de uma conexão 5G com disponibilidade limitada no momento. Mas nenhuma destas falhas pesam contra a compra ou uma boa experiência do usuário.
O Redmi Note 9T oferece ainda um desempenho bastante sólido e à altura da sua faixa de preço, uma tela LCD de qualidade, embora mal calibrada por padrão e uma autonomia de bateria simplesmente excelente. Mas quantos outros smartphones não se encaixam nesta descrição?
Enquanto a Redmi se afasta gradualmente no Brasil da faixa dos R$ 2.000 para disputar espaço no segmento dos R$ 3.000, a concorrência só tende a ficar mais acirrada, mesmo dentro do catálogo da Xiaomi podemos encontrar o Mi 10 Lite, que na Europa é vendido na mesma faixa de preço do Redmi Note 9T.
O anúncio da linha Redmi Note 10 quebrou um pouco a monotonia do segmento, mas acredito que no Redmi Note 9T a receita da Xiaomi perdeu um pouco do sabor. Chega um ponto em que a repetição da fórmula mostra seus limites, e isso faz com que o Note 9T seja ofuscado pela nova geração da família. Após o lançamento da décima geração, quem sabe eu finalmente teste um Redmi Note sem sentir que estou escrevendo exatamente o mesmo texto que fiz para o modelo anterior.
A versão original deste teste foi escrita no NextPit.FR. O texto foi traduzido automaticamente e revisado por um dos nossos editores.
Não creio que o Redmi note 9 tenha vez após o lançamento da linha redmi 10, a nao ser que o preço despenque
Lançar o note 9t poucos meses antes do Note 10 realmente complica o interesse.
Parecido com o Galaxy S10 Lite dias antes do Galaxy S20... :)