Review do Xiaomi Mi 5: excelente, bonito e (quase) acessível

Xiaomi Mi 5 – Data de lançamento e preço

O Xiaomi Mi 5 possui duas variantes de armazenamento interno, uma de 32GB e outra de 64GB. Além disso, conta com o modelo Pro, que oferecerá 128GB e cerâmica na sua fabricação. Assim como temos as variações de armazenamento, também temos diferenças no preço dos dispositivos. Na tabela abaixo, você confere quanto custarão:

No entanto, é preciso levar em consideração que quando o aparelho chegar a mercados fora da China, teremos taxas incluídas. Mas, ainda assim, estamos falando de especificações que ficam muito acima da média para o preço, especialmente quando comparamos com o LG G5 e com o Galaxy S7, respectivamente, 636 dólares e 3.799 reais.

Apesar de toda a expectativa formada pelo anúncio da entrada do dispositivo em mercados globais, ainda não há previsão de chegada do Mi 5 ao Brasil, muito menos data de lançamento, visto que a proposta da Xiaomi no país ainda não contempla a venda de smartphones high-end.

O Mi 5 oferece suporte na rede 4G brasileira

Vale ainda mencionar que, os modelos disponíveis para a importação vem com o firmware chinês. Ou seja, você poderá trocar o idioma apenas para Inglês, e não para Português do Brasil. Se você comprar através de uma loja online, verifique se a variante do Mi 5 vem com os aplicativos do Google, caso contrário a instalação deverá ser manual.

O bom é que, ao contrário dos EUA ou de alguns locais na Europa, o Mi 5 oferece suporte na rede 4G do Brasil. O aparelho usa a Banda LTE 7 (2600MHz) FDD, que hoje é utilizada pelas operadoras do país para comunicação da tecnologia 4G.

Xiaomi Mi 5 – Desenho & Qualidade de Construção

O modelo do Mi 5 que testei veio com 64GB de armazenamento interno, logo, é fabricado em vidro e metal. Toda a vez que tocava no aparelho me sentia espantada com a leveza em minhas mãos: são 129 gramas apenas. O curioso é que todos que me pediam para pegar o dispositivo também ficavam impressionados com o design e a leveza do Mi 5.

O Mi5 é um smartphone que não vai pesar no bolso em todos os sentidos

Sou usuária do Xperia Z2, que pesa 163 gramas, e é claro que estava estranhando a falta dos outros 34 gramas. O metal ao redor do aparelho deixa-o com cara de smartphone de 2016 e a traseira com as bordas curvas, como vimos no Galaxy S7, oferece uma excelente pegada.

O Mi 5 possui uma tampa traseira de vidro muito fina, que pode até confundir o usuário em relação ao modelo de cerâmica, mas, quando olhamos para o vidro, ele não brilha tanto quanto o material usado na construção da versão Pro.

Este modelo vem agora com o botão físico da home, coisa muito comum dos concorrentes Apple e Samsung. Além disso, temos ali também a função de leitor de digitais. Tive a chance de adicionar três das minhas impressões digitais e, infelizmente, o reconhecimento do toque não é tão rápido quanto poderia ser. Aliás, como disse no meu diário com o aparelho, me lembrou muito a experiência que tive com o Galaxy S5 no passado.

Além disso, assim como no iPhone e nos Galaxy, quando estamos na tela de bloqueio, é necessário dar uma pressionada no botão para ativar o display antes de desbloquear.

Na parte inferior, temos uma porta USB Type-C, ou seja, esta é a prova de que na China as empresas estão investindo neste novo recurso, mesmo tendo uma linha grande de acessórios com o padrão Type-B. Abaixo, na seção "Bateria", falo mais sobre este recurso.

O estranhamento maior que tive com o aparelho foi em relação aos botões capacitivos. Não sei se isso é de fato um resquício da minha experiência com o Galaxy S7 Edge, mas os botões do Mi 5 são apenas pontos, distribuídos de cada lado do botão físico da home.

Na parte traseira, a câmera está posicionada bem rente ao canto superior esquerdo, e vem com Flash de LED dual-tone. De acordo com Hugo Barra, este dispositivo foi planejado, desenvolvido e construído em um período de dois anos, pois tudo deveria estar no devido lugar. Ainda é cedo para dizer se tudo está realmente no lugar, mas a primeira impressão é bem boa.

E a parte de trás é 100% plana e me lembra muito qualquer Xperia, apesar das bordas laterais curvas.

Na parte da frente, temos o logo característico da Mi. Particularmente, gostaria de ter visto pelo menos a versão Pro sem esta marca, pois deixaria o aparelho mais elegante e neutro.

Por último, ainda vale mencionar que, em relação ao design, as bordas laterais do Mi 5 são quase imperceptíveis. O grande lance do design do Mi 5 é oferecer uma espessura bem pequena, mesmo com uma bateria de 3.000mAh.

E a impressão que temos com o aparelho em mãos é de que, realmente, o Mi5 é um smartphone que não vai pesar no bolso. Em todos os sentidos.

Xiaomi Mi 5 – Tela

A tela do Mi 5 é de 5,15 polegadas e a resolução é Full HD IPS. Alguns usuários podem ficar decepcionados com a decisão da Xiaomi de implementar uma resolução de 1080p. Mas, na verdade, isso não é tão ruim quanto parece, se considerarmos que o olho humano distingue com dificuldade a diferença entre resolução Full HD e QHD. Ou então, os custos de produção.

O fato da Xiaomi ter apostado em uma tela Full HD me deixou feliz, confesso, pois manteve-se dentro da filosofia da empresa: trazer especificações que possibilitam entregar um smartphone com o preço mais acessível possível. Além disso, a qualidade da tela não deixa a desejar aos modelos LCD que temos no mercado.

A resolução da tela é mais do que suficiente para as tarefas do dia-a-dia, bem como o brilho. Tive a chance de usar o aparelho em diferentes situações, como dentro e fora de um ambiente, sob a luz intensa do sol ou em dias chuvosos, e a experiência foi a melhor possível. A saturação é excelente e oferece cores muito realistas.

Graças ao redesenho do LED de fundo em relação ao Mi 4, o brilho máximo aumentou para 600 cd/m². O Mi 5 também vem com o contraste adaptativo dos pixels, o que significa que temos um grande controle sobre o brilho da tela. Este recurso só é possível por causa da tecnologia presente no processador Snapdragon 820, que regula o brilho para que as áreas brancas pareçam menos brilhantes que as escuras.

Agora, não se engane pensando que as bordas são extremamente finas. Elas são, mas quando a tela possui um fundo branco, vemos perfeitamente uma moldura preta ao redor daquilo que devemos considerar a tela. Isso me lembrou muito os dispositivos da HTC.

Xiaomi Mi 5 – Software

O novo carro-chefe da Xiaomi chega de fábrica com o software da fabricante, a MIUI 7, com base no Android 6.0 Marshmallow. É o primeiro smartphone da companhia a rodar com esta versão do SO da Google. Vale ainda dizer que são 175 milhões de usuários ativos usando a MIUI 7, que possui um time de 750 desenvolvedores. O software possui updates semanais e, não é problema nenhum dizer que a MIUI é uma das interfaces de usuário mais dinâmicas já usadas em um smartphone.

Durante o meu tempo de hands-on com o dispositivo, durante o MWC 2016, o modelo que testei trazia os aplicativos do Google em sua maioria. Contudo, a minha variante de teste para o review não tinha a mesma ROM. Em contato com a nossa parceira em Shenzen, fui informada de que no início de abril, um novo software estará disponível para o Xiaomi Mi 5. E, este, deve trazer a integração com os GApps de forma nativa.

Atualizaçao: A build internacional da MIUI 7 está disponível no fórum d MIUI e contém a integração com os GApps. Durante meu teste, levei em consideração o posicionamento errado da nossa parceira na China e acabei não acessando o fórum da MIUI. Peço desculpas aos fãs da marca e prometo atualizar este review assim que possível com a informação correta sobre o software do Mi 5.

A MIUI é uma das interfaces de usuário mais dinâmicas já usadas em um smartphone

Desta forma, minhas impressões para este review serão em cima da ROM chinesa do Mi 5. Tal sistema operacional não oferece o idioma Português, apenas Inglês e Chinês e, claro, e não traz os aplicativos do Google pré-instalados. Assim, se você importar um Mi 5, tenha certeza de verificar a ROM instalada no dispositivo antes. A chamada multi ROM traz além da Play Store pré-instalada, os demais Google Apps de forma nativa.

No Mi 5 rodando a multi ROM é possível instalar o novo firmware do Mi 5. Até mesmo o Xiaomi Redmi 3 já vem com esse manual de instrução fácil para fazer o flash dos arquivos e substituir o firmware chinês pela versão internacional.

A cada nova descoberta da MIUI me sinto mais inteligente

Como já falei anteriormente, a busca no Mi 5 lembra a dos dispositivos da Apple e, para acessa-la, é preciso deslizar o dedo na tela inicial de baixo para cima. O movimento oposto traz a barra de notificações e os atalhos rápidos. Logo, você precisará de um tempo de adaptação para sair do padrão de mercado para algo, como posso dizer, fora do quadrado. E isso não é um ponto negativo, pelo contrário. A cada nova descoberta da MIUI me sinto mais inteligente, pois percebo como a interação com o sistema pode ser mais intuitiva e funcional.

Xiaomi Mi 5 – Performance

O Mi 5 é embalado pelo processador Qualcomm Snapdragon 820, e o meu modelo de testes vinha com 3GB de memória RAM. Vale dizer que este é considerado o processador mais veloz de 2016 e também foi usado no LG G5 e na versão norte-americana do Galaxy S7.

Na apresentação do Mi 5, Hugo Barra disse que o aparelho chegou a pouco mais de 142 pontos nos testes de benchmark como o AnTuTu. Contudo, o máximo que consegui chegar repetindo teste após teste foi 135.597 também no AnTuTu. O que é superior ao nosso teste com o Galaxy S7 e mesmo o resultado de benchmark de terceiros do LG G5.

A GPU Adreno 530 do Mi 5 faz um bom trabalho gráfico. Apesar da qualidade da tela do Galaxy S7 Edge ser superior a do Mi 5, ambos oferecem a mesma grande experiência em games. Contudo, o Mi 5 teve um aumento de temperatura considerável durante jogos. Depois de 20 minutos intensos com o Asphalt 8, o aquecimento do aparelho era perceptível. Nada que se compare ao superaquecimento do Xperia Z3+ na época do seu lançamento, mas ainda assim sentimos o aparelho esquentar.

Abaixo, você confere a diferença de temperatura do Mi 5 em pouco mais de 10 minutos após começar a jogar Asphalt 8. A temperatura do aparelho foi medida usando o app CPU Temp e sai de 28º para 40º, e esta diferença pode ser claramente sentida nas mãos:

O Mi 5 usa muitos dos novos recursos do Snapdragon 820, com destaque para a tecnologia de sinal do processador da câmera, que assegura a melhoria na qualidade das imagens. Aliás, é preciso dizer que a câmera do Mi 5 em ambientes com luz oferece a melhor experiência que já tive em um smartphone Android até hoje.

A memória interna do sucessor do Mi 4 também foi otimizada. A Xiaomi usa a memória flash UFS 2.0, a mesma que vimos a Samsung usando no Galaxy S6, no ano passado. Essa tecnologia de memória flash opera até 450 MB/s, fazendo com que qualquer app seja aberto em frações de segundos. Porém, a ROM chinesa ofereceu muitos bugs durante meus testes, infelizmente.

Xiaomi Mi 5 – Câmera

As câmeras do Mi 5 possuem 16 megapixels na lente traseira e 4 MP na câmera frontal, com largura de pixel maior. O LED da parte traseira é duplo e a câmera é completamente plana, ou seja, não possui anel ao redor ou protuberância.

A câmera possui OIS, logo é equipada com um estabilizador ótico de imagem, que usa quatro eixos de estabilização. Eles corrigem aquela tremida que ocorre quando movemos o aparelho, resultando naquele efeito borrado.

Aproveitei um dos primeiros dias de calor em Berlim, cerca de 16 graus, e fui até a East Side Gallery para fazer algumas fotos com a câmera do Xiaomi Mi 5. Na tela do dispositivo, as imagens pareciam reluzir, mas foi quando consegui abrir a pasta DCIM no computador que fui realmente arrebatada pela qualidade desta lente IMX298 da Sony.

Em resumo, a câmera do Xiaomi Mi 5 é fantástica. À primeira vista, achei a qualidade das imagens em lugares bem iluminados melhor que a do Galaxy S7 Edge. Além disso, a saturação é excelente e o respeito aos tons da pele quase incomum.

Para conferir algumas imagens deste teste, acesse o meu perfil no Google Fotos, be como o perfil do meu colega Eric Herrmann.

Contudo, a boa impressão resume-se a ambientes bem iluminados. O fato do Mi 5 ter uma abertura f/2.0 deixa a experiência com o sensor da câmera inferior a do Galaxy S7 e, muito provavelmente, a do LG G5, quando usamos o aparelho em ambientes com iluminação precária.

O estabilizador de imagem óptico funciona por meio de quatro eixos; dois de rotação e duas transversais e faz um bom trabalho em vídeos.

Xiaomi Mi 5 – Bateria

A bateria do Xiaomi Mi 5 é de 3.000mAh, mesmo sendo um smartphone realmente fino. O aparelho possui a tecnologia Quick Charge 3.0 da Qualcomm, que oferece 20% mais rapidez de carregamento se comparado às gerações anteriores. Para carregar o aparelho a 100% foram necessários de 70 à 80 minutos.

A bateria do Xiaomi Mi 5 dura um dia sem problemas

O fato da tela de 5,15 polegadas ter uma resolução Full HD otimiza o consumo de energia. Pude usar o aparelho por sete dias, e posso afirmar que a bateria do Xiaomi Mi 5 dura um dia sem problemas. Apesar de caixa compacta, a autonomia de energia dos 3.000mAh são possíveis por causa do aumento da densidade de energia a 685 Wh/l. 

Além disso, o aparelho utiliza o padrão da porta USB Type-C, que promete mais velocidade de carregamento e transferência de dados. Contudo, tive mais dores de cabeça por causa deste recurso que benefícios. O fato desta ser uma tecnologia adotada em poucos aparelhos até o momento, e de termos a maioria dos nosso acessórios e adaptadores usando o padrão micro USB 2.0, me obrigou a carregar o adaptador e o cabo para cima e para baixo.

Isso não é de todo ruim, claro, afinal de contas, toda nova tecnologia vem com um preço. Mas, se você não é um sujeito que se adapta de forma rápida, leve este detalhe em consideração na hora da compra.

Xiaomi Mi 5 – Especificações Técnicas