Se isto acontecer, pare de usar seu smartphone imediatamente!

AndroidPIT Smartphone On fire
© nextpit

Smartphones são pequenas maravilhas da engenharia, combinando componentes eletrônicos e substâncias químicas voláteis em um pacote projetado para te entregar de forma segura e eficiente os últimos memes no Facebok. Mas nem sempre tudo sai como planejado, e há situações em que as coisas podem sair de controle e colocar em risco a integridade do aparelho e até mesmo a vida do usuário. Se uma delas acontecer com você, pare de usar seu smartphone imediatamente!

Bateria inchada

As baterias usadas em nossos eletrônicos, incluindo nossos smartphones, funcionam baseadas em reações químicas cuidadosamente calculadas. E sob condições normais de uso elas são bastante estáveis. Mas uma bateria defeituosa, seja porque foi “sobrecarregada” (carregada além do limite) ou carregada por um carregador ou smartphone defeituoso, se torna instável. As reações químicas mudam, e muda também seu comportamento.

Uma das reações que podem ocorrer é a oxidação do eletrólito da bateria (o “Lítio” no nome das baterias de Lítion-Íon). Essa reação tem como subproduto gás, que sem ter por onde sair se acumula dentro da bateria e faz ela inchar como um balão. Chega um momento em que a bateria “estoura”, expondo seu conteúdo ao ar.

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Baterias inchadas são verdadeiras bombas relógio / © NextPit

Em contato com o oxigênio do ar os sais de lítio reagem violentamente e entram em combustão. Ou seja, sua bateria pega fogo. E um incêndio causado por lítio é algo muito violento: já vi uma bateria em chamas abrir um buraco no tampo de uma mesa de escritório em questão de minutos. 

Portanto, nunca use ou recarregue uma bateria inchada, pois ela pode ser uma bomba-relógio. Se você suspeita da bateria de seu smartphone, faça um teste: remova ela do aparelho (se possível) e coloque sobre a mesa. Se ela ficar perfeitamente plana sobre a superfície, tudo bem. Mas se “balançar” ela está deformada e precisa ser trocada. Se o smartphone tem uma bateria fixa, procure sinais de que a tampa traseira está deformada ou mal encaixada.

Superaquecimento

É normal um smartphone esquentar durante uso intenso, como após uma sessão com seu jogo favorito. O que não é normal é esse aquecimento chegar ao ponto em que é desconfortável tocar no smartphone ou deixá-lo no bolso. Especialmente se ele nunca fez isso antes.

Isso pode acontecer por causa de uma bateria defeituosa (vide item acima), mas em nosso país tropical algo muito comum é o superaquecimento dentro do carro. Você pendura o smartphone no painel do carro, liga o Waze e pega a estrada. E não percebe que, além do calor gerado pelo uso normal, o smartphone também está sendo “cozido” pela luz do sol no painel.

Muitos smartphones tem um limite de segurança e mostram uma mensagem na tela informando que a temperatura está alta demais e ele precisa ser desligado. Se isso acontecer, desligue o aparelho e coloque-o à sombra, em um local fresco. Deixe-o ali por pelo menos meia hora, ou até perceber que a temperatura voltou a níveis normais.

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Tenha cuidado / © NextPit

O problema aqui também é relacionado à bateria. Baterias de Lítio-Íon tem uma faixa específica de temperaturas para operação, com um limite de cerca de 50ºC. Acima disso pode ocorrer o que se chama de “Thermal Runaway”, uma reação em cadeia impossível de controlar.

Simplificando um pouco, o calor acelera reações exotérmicas dentro da bateria, que produzem calor, que vão acelerar ainda mais as reações, e por aí vai. O resultado são chamas que podem chegar a uma temperatura de 400 ºC, e só vão se apagar quando todo o material da bateria tiver sido consumido.

Até lá, é grande a chance de que material ao redor do seu smartphone também esteja em chamas, e você tem um grande problema nas mãos. Veja os vídeos de incêndios causados pelas baterias do Galaxy Note 7 e você terá uma boa idéia do perigo.

Cabo rompido

É frequente ver pessoas usando cabos USB rompidos, com fios expostos ou enrolados em fita isolante. E cada vez que vejo isso, tento conscientizar a pessoa do risco que ela está correndo, nem sempre com sucesso.

As pessoas pensam que como um carregador USB opera a 5 Volts, não há perigo caso tomem um choque já que a voltagem é “baixa”. Mas o que mata é a corrente, não a voltagem. E mesmo os carregadores USB mais básicos operam a 1 Ampére.

Quão perigoso é isso? Bem, 100 miliampéres (um décimo da corrente de um carregador) passando pelo seu corpo por 2 segundos são o suficiente para causar morte por parada cardíaca. Mesmo um corrente muito baixa, de apenas 10 mA, é suficiente para “travar” os músculos, fazendo com que você não consiga largar o objeto que lhe deu choque.

USB Cable Damage
Acredite, já vi pessoas usando cabos neste estado. / © Wikimedia Commons

Não são raras as notícias de pessoas que morreram por usar um smartphone enquanto ele estava sendo carregado. E na maioria das vezes um cabo rompido é a “arma do crime”, às vezes ligado a cúmplices como carregadores piratas, que não tem mecanismos de segurança que protegem o usuário em caso de curto-circuito.

Os cabos rompidos tem outro problema: com mau-contato, você não estará recarregando a bateria de seu aparelho de forma eficiente. Ela vai levar muito mais para recarregar, e a corrente intermitente pode até danificar o circuito de carga do smartphone, levando ao primeiro problema desta lista. 

Resumindo a história: cabos USB são baratos e fáceis de encontrar. Se o seu está danificado, troque já.

Tela quebrada

Esse não é um risco de vida para o usuário, mas sim para o smartphone. Eles são máquinas muito delicadas, e uma tela quebrada é mais uma porta para que umidade e poeira possam entrar no aparelho. E isso pode causar danos que serão mais caros do que uma simples troca de tela, como oxidação na placa-mãe. Quanto mais tempo você usar o aparelho neste estado, maior o risco.

Eu sei, nem sempre dá para consertar uma tela quebrada logo que um acidente acontece. Talvez você não tenha tempo de levar o aparelho a uma autorizada, ou não pode ficar sem celular enquanto espera o reparo, ou a grana está curta e o conserto fica para “quando der”. Mas troque a tela o quanto antes puder.

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Telas quebradas podem facilitar a entrada de umidade e poeira no smartphone, causando mais danos / © NextPit

Uma forma de minimizar o risco de danos com uma queda é usar uma “capinha” ou case flexível, popularmente conhecidos como “case de silicone”. A borracha ajuda a absorver a energia do impacto, e pode reduzir a chance de danos.

Há quem jure que uma película de vidro (também conhecida como “anti impacto”) reduz o risco de quebra da tela, mas eu pessoalmente não acredito neste superpoder. Na melhor das hipóteses elas são feitas com o mesmo material da tela (muitas vezes com material inferior), e um impacto que quebra uma certamente poderá quebrar a outra.

E você, já passou por alguma destas situações? Deixe sua opinião nos comentários

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1 comentário
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Todas as mudanças foram salvas. Não há rascunhos salvos no seu aparelho.
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  • 73
    Jairo rios 25/02/2020 Link para o comentário

    Utilizar um gadget com bateria inchada ou utilizar carregador com fio a adiado é pedir para que ocaria um acidente , tela trincada considero como defeito estético , se o dano for pequeno só colocar uma película por cima até for possível trocar a tela