O que é a fragmentação do Android e como ela afeta você?
A fragmentação é um mal endêmico e que afeta a todos os usuários Android, a menos que você tenha um cobiçado Nexus, que roda a versão mais pura e atualizada do SO do Google. Logo, quase todo dispositivo que você encontra por aí traz uma versão desatualizada da plataforma, com alguns aparelhos tendo uma versão que está até três anos defasada.
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Mas o que é a fragmentação?
Todos falam que o principal problema do Android é a fragmentação. Não precisamos procurar muito para notar que quase todo modelo com o SO em questão executa uma versão diferente (leia-se defasada) da última atualização liberada pele Google.
Logo, a fragmentação é basicamente isso: um mundo heterogêneo de smartphones Android e, particularmente, com quase todos os dispositivos rodando uma versão obsoleta do sistema.
Cada modelo de smartphone tem uma versão do Android, uma versão do kernel e um número de compilação que, raramente, coincide com outro modelo. Há uma infinidade de versões do SO, entre as adaptações dos fabricantes (a grande maioria) e as ROMs da comunidade (uma porcentagem muito reduzida).
A gama é enorme, sendo o KitKat e o Lollipop as edições que dominam esse universo, com 68% de participação, seguido pelo Jelly Beam, com 20% e, finalmente, o Marshmallow, versão mais atual da plataforma, com 10%.
A partir do momento em que o Google torna público o código-fonte do Android, o chamado Android Open Source Project (AOSP), começa a corrida das fabricantes para adaptar o firmware e atualizar seus smartphones o quanto antes (normalmente, os topos de linha têm prioridade) com a útlima versão. Isso é algo que os usuários esperam com ansiedade, já que, supostamente, a edição mais atual do SO teria novas funcionalidades e melhor rendimento.
O que se perde em cada atualização
O Google está constantemente melhorando o seu sistema operacional e, desde o Marshmallow, temos mais atualizações de segurança para proteger o sistema de possíveis ataques de malware. Isso é um processo necessário. Dessa forma o Google deixa de dar suporte a versões obsoletas, já que ele terá apenas uma linha de desenvolvimento.
A variedade de dispositivos e o excesso de customização por parte das fabricantes são as principais causas para os updates do Android demorarem tanto
O problema vem por parte das fabricantes. No momento em que elas começam a comercializar um smartphone, elas pegam o código-fonte do Android e o adapta às suas necessidades e a do hardware do dispositivo. O problema é que, no pior dos casos, é que elas não voltam a se preocupar em atualizar o software do smartphone, nem sequer com updates de segurança.
Nenhum sistema é 100% seguro e cada dia se descobrem brechas que precisam ser corrigidas. O Google sabe disso e se preocupa, mas, para muitas das fabricantes, a atualizar um dispositivo não é um processo tão simples. Os recursos são limitados e entram em jogo inúmeros fatores.
Primeiro, temos a adaptação do código: como as fabricantes querem manter suas marcas registradas no sistema, isso faz com que o processo de adaptação seja mais demorado. A seguir, temos a grande variedade de dispositivos. Ou seja, se um fabricante tem três modelos no mercado, é mais fácil de atualizá-los. Mas, se ela tem 70 deles, 90% será deixada de lado na hora de receber o update.
Por último, se adaptação do sistema operacional é profunda e inclui muitos recursos e aplicativos por parte do fabricante, o processo de atualização será maior do que o imaginado.
Dessa forma, existem muitos modelos de smartphones Android que nunca receberam ou receberão a versão mais atual do SO, devido a falta de recursos e o processo demorado. Por isso, a ideia é priorizar os topos de linha e os mid-range mais vendidos. O restante perde a oportunidade de receber o update e se tornar mais seguro.
E como essa fragmentação nos afeta?
Ter uma grande variedade de dispositivos dá um ótimo poder de escolha ao usuário, mas também tem suas desvantagens. A maioria das fabricantes tem uma oferta muito parecida em relação ao hardware. O que diferencia uma da outra é, primeiro de tudo, o preço. A seguir o design e, logo depois, os recursos extras.
Ter funções exclusivas, na verdade, não é um aspecto determinante, mas as fabricantes lutam em todas as frentes e destacar esses diferenciais é uma forma de fazer com que seu produto seja um pouco mais original. Na Samsung, por exemplo, temos um painel de atalhos muito peculiar; já a interface da Huawei abdicou da gaveta de aplicativos e no OnePlus, posso optar por fundo escuro no menu de Configurações, por exemplo.
A parte ruim é que nem todos os dispositivos são atualizados para a última versão do código original e isso pode ser perigoso se o fabricante não se preocupa em corrigir, ao menos, os erros de segurança.
O Android é um sistema operacional de código aberto, o que significa que todo mundo pode ver como ele funciona por dentro e personáliza-lo ao seu gosto. Pessoalmente, acho que isso é algo maravilhoso. É um desprendimento interessante e serve para que possamos aprender mais sobre o sistema e desfrutá-lo melhor. A vantagem é clara: customização. Mas isso implica também em diversidade e fragmentação.
No final, o principal culpado de tanta fragmentação - e a consequente falta de atualizações - é a enorme variedade de dispositivos. E os principais afetados por isso somos nós, os usuários. Com isso, não faltam casos de smartphones comprados há pouco tempo e que ficam com o sistema obsoleto com pouco mais de um ano de uso.
A luta contra a fragmentação
Há, claro, fabricantes que levam as atualizações muito a sério e tentar realizar o update o mais rápido possível todos os dispositivos que estejam sob seus cuidados. Um bom exemplo é a Motorola. A fabricante norte-americana - hoje sob o controle da Lenovo - mudou de forma radical sua política de firmware quando esteve sob propriedade do Google.
O sistema operacional que está na linha Moto é, basicamente, o código-fonte que sai do Google. A fabricante apenas incorpora alguns apps como o Moto, o Rádio FM e seu próprio aplicativo de câmera. Isso, somado a um catalogo de dispositivos mais enxuto, faz com que as atualizações do Android cheguem a quase todos os seus modelos com mais de dois anos de uso.
O Google sabe que a fragmentação é o calcanhar de Aquiles do Android. Para tentar pressionar as fabricantes que usam o seu SO, a empresa já ameaça até mesmo liberar uma "lista da vergonha", mostrando quais empresas demoram mais para atualizar os seus dispositivos.
O que eu posso fazer contra a fragmentação?
Como usuário, você pouco pode ser feito para que essa montanha se mova. Somos a parte passiva do processo e o que nos resta é esperar - ou manter no bolso sempre o dispositivo mais atual, o que exige (muito) dinheiro. Mas, da próxima vez em que você trocar de smartphone, escolha uma fabricante que não lance tantos aparelhos anualmente, já que isso é que torna as atualizações mais demoradas.
Mas, se você é um usuário avançado do Android, você pode arriscar em usar uma ROM customizada. Mas evite aquelas cujo desenvolvimento do update demore demais ou que não sejam atualizadas com regularidade.
Meu smartphone está atualizado, ao um conselho nao facam isso,meu aparelho está um lixo
Essa é uma discussão e tanto.
A fragmentação para uns - como eu - é o grande calcanhar de Aquiles do sistema. Já para outros isso é uma grande vantagem. Não há como agradar a gregos e troianos.
Tenho um Lumia 930 com o WM10. O que tenho a dizer dele? É fantástico!
O sistema Windows Mobile 10 é sensacional.
Comprei um Lenovo Vibe K5 porque esse Lumia aí de cima resolver rolar escada abaixo e o seu display fechou.
Não é possível usar o telefone e essa tela completa custa, hoje, quase R$900,00.
Daí a decisão de comprar o Vibe que me custou R$869,00.
Até gostei do launcher da Lenovo. É caprichado.
O Lollipop no aparelho roda com fluidez.
Até aqui a fragmentação não tinha me afetado diretamente.
Bem, até minha esposa optar por um Moto G4 Plus e pedir para instalar uma determinada música como toque.
Ah pronto! O que fiz com quatro ou cinco toques no Vibe K5 foi um parto no Moto G4.
Até que ela desistiu de esperar por causa do adiantado da hora.
Não consegui fazer um arquivo enviado via Whatsapp ser configurado como toque.
Essa é uma operação simples. Muitos vão apresentar diversas receitas de como fazer.
Mas isso devia ser trivial, intiuitivo no sistema e pronto.
Qualquer usuário deveria conseguir fazer sem um mínimo de complicação.
No WM10 e no iOS você consegue fazer com pouquíssimos passos.
Por isso sou grande crítico da fragmentação do Android.
Resolvi comprar o display do Lumia pela internet (China) e conserta-lo.
Voltarei para o WM10.
Não sei se é possível fazer isso mas se a google pude-se obrigar as fabricantes a usar o android praticamente puro em todos os aparelhos inicialmente e depois cada fabricante disponibilizaria via OTA suas próprias customizações no sistema(que no caso é o motivo do atraso nas atualizações) .
Sei que existem varias dificuldades para que isso ocorra, mas acredito que aumentaria bastante a velocidade das atualizações.
.
Exato.
Ficaria como o Windows Mobile, por exemplo.
É um SO de código fechado, onde todos os aparelhos tem o SO com a mesma cara e com pouca intervenção das fabricantes, que no máximo podem mexer no papel de parede, na tela de boot, adicionar alguns aplicativos próprios (o que não significa que essa ação modificará demais o ecossistema, já que é uma ação prevista e que não mexe em funções internas do SO) e alguns toques próprios, por exemplo. No Windows 10 Mobile, inclusive, a Microsoft é quem toma conta das atualizações, seja o aparelho fabricado por ela (um Lumia ou um Surface) ou por uma OEM. É mais ou menos como acontece no Windows PC também.
"escolha uma fabricante que não lance tantos aparelhos anualmente", ou seja, esqueça que existe samsung e sony
LG e Asus, também.
"O que eu posso fazer contra a fragmentação?"
Instale uma custom rom se disponível.
A Cyanogenmod costuma rodar melhor que as roms disponibilizadas pelas fabricantes, inclusive as da Motorola.
A Google mesmo não dá exemplo, visto que o Nexus 4 é um aparelho que facilmente rodaria o Android N e nem o Marshmallow recebeu.
Mas a hora dele chega.
E ela precisa dar prioridade aos outros.
Então, poder contar com Custom ROM é uma boa alternativa se a pessoa não quer ficar com SO defasado mas ainda não quer trocar de aparelho.
Quem compro samsung como eu sófre nessa hr, mais fazer o que cidade pequena e poucas opcões de aparelhos é fóda.
E a Samsung fabricou exelentes aparelhos que ficaram obsoletos para o público, por motivo da falta de atualização de software, e bem que alguns desses aparelhos antigos se comparados com fabricações recentes, ganham de longe em relação a hardware e recursos. Perdem apenas pela falta do suporte de S.O. e manutenção física por falta de componentes no mercado. E são bem mais baratos que alguns lixos eletrônicos de hoje.
Cyanogem Mod e ROMs alternativas.
Dependendo do aparelho, pode dar um trabalhinho pra colocar a primeira ROM, mas depois que você pega a prática, é de boa (é só ter paciência pra ler alguns tutoriais). Às vezes elas rodam mais liso que as ROMs originais.
É o preço da customização e liberdade do Linux, ser open source é ter direito a divergir, no GNU/Linux é mais fragmentando ainda, o mais popular é o Ubuntu, baseado este no Debian, mas há milhares de distribuições, com sistemas de pacotes diferentes, com ambientes de desktop diferentes (KDE, GNOME, Unity, Cinnamon, XFCE, LXDE, MATE...), tem suas vantagens e desvantagens esse modelo..
Quem manda deixar atualizações por conta de fabricantes. Se a Google fosse responsável por isso, as coisas seriam diferentes.
E isso não me afeta em nada, uso Windows 10 e ontem saiu uma nova build, não uma de testes, mas sim uma versão final para todos! Um dia o robô chega lá (ou não)!
A xiaomi junto a apple são as fabricantes que mais atualizam seus diapositivos. Isso, porque elas não entopem o mercado com vários tipos de celulares.
"O quão importante é ter um Android atualizado para você?"
Depois de conhecer a MIUI, mal me importo com atualizações do Android...
Apesar de afetar, grande parte dos recursos funcionam em aparelhos antigos, e devido ao tamanho do android fica dificil controlar isso.
Meu Moto G 2014 xt1069 com Root, está na ROM AOSP versão 5.1.1 por opção!!! Existe uma versão 6.0.1, mas não quis ela por causa de uns apps que gosto muito e que não encontrei similares compatíveis. Meu smartphone está perfeito!!! Super rápido e com uma duração de bateria espetacular. Não tenho do que reclamar desse dispositivo. Mas como tudo na vida tem que evoluir, não vejo a hora de fazer uma troca por um Moto G edição turbo pra aplicar novamente o Root e ter uma super maquina em mãos. Motorola Forever...kkkkkkk...
O que posso fazer? Comprar um Xiaomi e esquecer de problemas com atualizações :)
Só porque ela manda atualizações de firmware?
A Samsung também manda. E com a TouchWiz dela, uma pessoa não precisaria necessariamente se preocupar com uma nova versão do Android Puro, por exemplo.