No sapato da globalização da Xiaomi, uma pedra chamada Brasil
Você talvez esteja se perguntando: o que, após dias no Havaí cobrindo um evento da Qualcomm essa guria tem para dizer sobre a Xiaomi. Se você está entre aqueles que lembram que fui responsável por dar a notícia da saída deles do Brasil no ano passado deve estar ainda mais surpreso.
Minhaquestão com a Xiaomi nunca foi de amor, e nem de ódio, mas de alguém que acompanha o mercado com os olhos mais abertos – e sempre lamentei que eles tenham saído do país. Ainda mais depois de ver a apresentação da Xiaomi no primeiro dia do Snapdrgaon Summit da Qualcomm, que foi quando percebi que o Brasil se tornou uma verdadeira pedra no sapato da empresa.
Ao final da apresentação sobre Always On PC da Qualcomm, Lei Jun, fundador, Chairman e CEO da Xioami subiu ao palco como uma das três convidadas chinesas – que, eu apostaria, ajudaram a bancar o evento para mais de 300 jornalistas e analistas. Além de Xiaomi, ganharam espaço na programação Baidu e Netease. De fato, a Qualcomm é uma parceira importante: desde 2011 já foram lançados sete topos de linha com Snapdragron e, no evento, Jun aproveitou parar anunciar o seu próximo flagship com Snapdragon 845, linha também anunciada no recente evento. Segundo ele, já são 238 milhões de dispositivos da Xiaomi equipados com Qualcomm.
A Xiaomi é uma companhia de apenas sete anos que já ocupa o quinto lugar tanto em número de celulares fabricados quanto vendidos, logo atrás de Samsung, Apple, Huawei e OPPO e, de acordo com dados da IDC, assim deve fechar 2017. De acordo com dados da consultoria, no terceiro trimestre deste ano, a empresa cresceu 102.6%, tornado-se número 1 na Índia, empatada com Samsung.
Além disso, a Xiaomi está no top 5 de 12 países, além de China, com grande parte deles localizado na Ásia, Oriente Média e Leste Europeu. Neste ano, a Xiaomi deu um passo importante para a sua globalização ao iniciar as vendas do seu smartphone na Espanha.
Segundo disseram analistas da Kantar em um relatório recente, a chinesa já vendeu mais de 1,4 milhão de smartphones no "Big Five EU" (Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália e Espanha), mesmo sem representação local, apenas vendendo como importados. Por esse e outros motivos a Kantar sinaliza que a chegada da Xiaomi no mercado europeu deve balançar as coisas por lá.
E o Brasil, onde fica na rota da Xiaomi?
Para Renato Pasquini, analista e diretor da área de TICs dentro da consultoria Frost, ainda é possível que vejamos a volta da Xiaomi para o Brasil em breve, pois para qualquer marca se tornar verdadeiramente global é preciso estar na América Latina e no mercado brasileiro.
Basta ver o exemplo da Huawei, que já cresceu bastante nos países latinos, menos no Brasil. Há, no entanto, alguns entraves em termos de tributação, para que empresas chinesas cheguem com tudo no país, algo que Samir Vanin, da taiwanesa Mediatek, já me confidenciou que é uma questão, de fato. Assim como Vanin, Pasquini acredita que em algum momento os chineses devem chegar com tudo no Brasil, não apenas com smartphones, mas com investimentos em outros setores, como o de automóveis, setor que recentemente sofreu uma redução nos impostos.
Para ele, há sempre a questão do desconhecido, uma vez que essas marcas chinesas não são famosas em grande escala. No Brasil, quem conhece as marcas chinesas como Oppo é porque acompanha o mercado de tecnologia. Por isso, Pasquini apostaria que as marcas de smartphones devam chegar com aparelhos robustos, mas na faixa mais abaixo, low end. "Elas precisam conquistar um espaço, vai levar algum tempo, não é do dia para a noite. E eles já têm ido para a África, para a Índia, com investimentos". No caso específico da Xiaomi, Leonardo Munin, analista da IDC, acredita que a empresa teria um trabalho redobrado para apagar a má impressão da saída.
Há ainda especulações sobre a China Mobile entrar no capital da Oi e com isso trazer junto os fornecedores de aparelhos, porque já compra por escala, e poderia fazer algo no Brasil caso se concretize. "Eles devem se adaptar para garantir algum tipo de incentivo fiscal e poder trazer aparelhos de mais alta gama", explica Pasquini.
Mas o especialista relembra: no Brasil, é difícil basear qualquer operação só em venda online. "No Brasil os canais são muito importantes, sejam as principais lojas de varejo ou mesmo operadoras. Hoje é bem concentrado no varejo tradicional. Às vezes tem uma explosão de vendas na Black Friday, mas não é o constante do ano, não".
Quais foram os erros da Xiaomi, segundo analistas
- Ter trazido um aparelho de entrada como se fosse flagship. Trazer um flagship é importante para fortalecer a marca, mas o que faz volume de vendas é o aparelho mais de entrada;
- Basear a operação em vendas online – na época, segundo Leonardo Munin, analista da IDC, as vendas online correspondiam a bem menos de 20% das vendas totais do mercado;
- Chegou comparando o Redmi 2, que era um produto intermediário, com o iPhone, que é um topo de linha. Quando o brasileiro comparava percebia que o aparelho perdia e até isso estragou a estratégia de fazer barulho com a imprensa;
- Tiveram problemas de logística por começar só importando, faltaram produtos e não tinham produtos para entregar;
- Não prestar atenção nas estratégias de canais, varejo e operadoras, que no Brasil sempre foram mais fortes. A Xiaomi até tentou fazer uma ação com a Vivo, mas não resolveu a situação.
*A jornalista viajou para o Havaí a convite da Qualcomm.
Todo mundo vem e fala, ah aparelho Ching Ling, china não presta....
Na china existe de tudo, do pior ao melhor, igual no Brasil tem da melhor pessoa como mais chinelo... então existem fábricas e fábricas
Realmente as pessoas tem medo de migrar de uma marca pra outra por medo, mas tem que pesquisar preços, review e muito mais.
Pensando nisso, fui mais a fundo nas pesquisas da Grande Xiaomi, Fui ver que atualmente não tinha no Brasil, original mesmo nada. Pesquisei um pouco, uma solução para importar da China, mas sem sucesso, pois sairia muito caro se fosse taxado.
O Redmi Note 4X 64GB, Me impressionou muito, tanto custo benefício, quanto qualidade e design, descobri a ZonaMóvel Xiaomi Brasil, com preço excelentes e um ótimo atendimento tanto na pré, como na pós compra, mas quando meu aparelho chegou no centro de distribuição foi extraviado. Imediatamente fiz contato com a loja, e prontamente fui atendido, entenderam a situação e me mandaram imediatamente outro aparelho via sedex pedindo desculpas (olha que o problema foi nos correios).
Chegou em 2 dias, fiquei muito satisfeito pois, ja comprei na Americanas, um Zenfone, demorou muito, sem falar no atendimento péssimo. Só pra ressaltar quem quiser uma loja de confiança ZonaMóvel Xiaomi Brasil.
Conheci essa loja ano passado, também recomendo
Interessante a matéria, nos dá visão sobre as particularidades de nosso mercado. Gostaria de sugerir uma matéria que tratasse do caso da Sony, com os Xperias, pois sumiram das prateleiras do varejo, fora das grandes cidades. Nestes locais, trata-se de um ilustre desconhecido.
Já tive um Xiaomi e não tenho do que reclamar, bom aparelho. Espero que volte.
tudo que é chines é uma porcaria, produto de péssima qualidade.
Pena que 90 % dos aparelhos são fabricados na China incluindo Samsung, Lenovo, Huawei, LG, Apple, e de acordo com o que você falou é tudo de baixa qualidade.
Sim, por muitas décadas foi assim, porém agora o mercado chines já evoluiu muito
Tudo bem que a tributação no Brasil seja difícil, mas ele é para todos então para de choro e outra coisa, desprezar um mercado consumidor de mais de 200 milhões com uma renda razoável não é uma atitude muito inteligente para quem pensa em se expandir
O Brasil é uma pedra no cu do mundo inteiro. Principalmente dos brasileiros.
Brasil eh ridículo.... Temos uma forma de tributação antiquada e que favorece a falcatrua.... Em primeiro lugar essa aberração de carga tributária.... Em segundo lugar o que se tributa.... Nos temos um bilhão de controles porque tributamos de forma errada.... Icms tributola circulação... Iss serviços... Ipva veículo automotor.... Sabe a solução??? Tributar o dinheiro..... Exatamente isso.... Simples de resolver.... Coloque umas aliquotas sobre as transações bancarias.... E está resolvido o problema... Da falcatrua e da burocracia... Simples.... O dinheiro que você está pagando boleto eh para telefone.... 5% já eh do governo... Direto.... Está transferindo para seu pai.... 1% governo..... Está comprando um carro... 5% já vai pro governo.... Está comprando peça para industrializar?? 1% governo..... Está sacando 80mil... Na boca do caixa?? 12% governo... Acabou o problema.... Mas aqui nao.... Vc compra e o que controla eh a nf que emitiram.. No fim do mês tem apuracao.... Aí o cara gasta a grana e não paga.... Aí começa o rombo... Quem faz tudo certo paga pelo errado... E estamos aonde estamos.... Cada transação um código informando pra onde vai.. De onde sai pra onde vai.... Facilllll....
Para o seu plano dar certo teria que tirar todas as cédulas de circulação e o dinheiro ser exclusivamente eletrónico.
Não necessariamente.... Mas poderiam ser criadas algumas alternativas para isso....
Não consigo pensar em uma alternativa. Enquanto houver cédulas o dinheiro vai passar de mão em mão sem pagar imposto.
Tem jeito pra tudo.... Vai comprar e pagar com dinheiro vivo que já estava em mãos antes da data de corte nao tributa.... Vai sacar dinheiro vivo... Informe o motivo do saque e já será tributado a uma aliquota mais alta...claro q isso aqui eh superficial demais.... Mas da para achar alternativas.... Na essência vc tributária a movimentação financeira criando códigos específicos de tributação com aliquotas mais baixas uma vez que todos seriam tributados na hora... Tipo uma cpmf.... E arrecadaria infinitamente mais do que essa lambança que eh hj.... Bancos controlando tudo para o governo....tudo eletronico...
Procure por Marcos cintra imposto unico....
Mas pense só nisso, uma vez o dinheiro sacado , ele passa de mão em mão sem pagar imposto. Como que uma pessoa que está em casa e vai sacar dinheiro para as compras do dia a dia vai dizer na hora do saque o que vai fazer com o dinheiro? Toda vez que você saca dinheiro ele já tem endereço certo? No meu caso não. Se eu pago um profissional liberal com dinheiro ele pode pagar outro que pode pagar o zé da quitanda, que pode pagar o funileiro que pode pagar o cara que ajudou a pintar o carro que pode pagar aquela senhora que faz doces para festa que pode pagar....
Entendeu? Rastrear moeda é impossível. A única maneira seria eliminar a moeda e passar a usar dinheiro eletrônico.
Sacou dinheiro paga 7%...
Acho que você não entendeu qual é o problema, Claudio. Tudo bem, pode até cobrar 50% de quem sacar, mas depois o dinheiro fica rodando infinitamente. Além disso, seria a volta do escambo. As pessoas começariam a usar outras formas de pagamento. Não dou 6 meses para aparecer uma moeda digital brasileira se isso acontecer, cobrando muito menos imposto ou taxa.
Na época da CPMF um cheque chegava a passar por 10 mãos diferentes antes de ser depositado. Tudo isso por causa de 0,38%. Imagina o que aconteceria com essas taxas de 7, 10% ou qualquer outra, ainda mais com papel moeda que tem valor garantido.
Aqui nas cidades do interior de SP os chineses começaram a dominar com grandes lojas de "bugigangas" (estilo 1,99). Não duvido que em breve invistam em outros setores. Quanto à Xiaomi, acredito que SE voltar para o Brasil não será tão cedo. Talvez se instale em outro país da América do Sul e trabalhe com algum modelo de importação.