A tecnologia que você não vê: estamos preparados para essa mudança?
Está na hora da tecnologia ficar em segundo plano? No passado, as pessoas eram convidadas para o lançamento de novos televisores nas lojas, mas agora as novas tecnologias estão se integrando de forma quase invisível em nossas casas. Mas será que isso faz realmente sentido? Seria esta a "computação ubíqua" pela qual os tecnólogos deliram? Nós testamos um dispositivo bastante curioso e que nos fez entender melhor isso!
Tecnologia invisível vs. computação ambiente
Este é um teste do alto-falante IKEA Symfonisk. Nele, vou tratar da qualidade de áudio, design e instalação. Porém, também quero refletir sobre o conceito desta moldura de som Wi-Fi.
Afinal de contas, a gigante sueca dos móveis e decoração IKEA e a especialista em áudio Sonos não estão apenas tentando equipar produtos convencionais com funções técnicas adicionais. Acima de tudo, o duo está tentando ocultar a tecnologia no nosso cotidiano.
Para onde quer que olhemos, há luzes piscando, alarmes tocando e sons de campainha - de acordo com alguns especialistas, isso é um fator de estresse que deve ser combatido com a "desintoxicação digital". Mas será que a tecnologia está pronta para dar um passo atrás e ficar em segundo plano?
O que a "Inteligência Ambiental" deve conseguir
A direção que a Sonos e a IKEA estão tomando ultimamente — e Carl Pei com sua start-up "Nothing" — é chamada de "computação ambiental" ou "computação ubíqua/pervasiva". A ideia por trás disto é colocar os dispositivos em rede de tal forma que eles melhorem nossa vida cotidiana de maneira independente e pouco visível. Isto não é só um sonho para o futuro, pois já está acontecendo em todos os celulares.
Os sensores de luz ambiente, por exemplo, escurecem automaticamente a tela do seu smartphone. E se você quiser, sua conexão de dados é desligada quando você entra na rede Wi-Fi de casa. Seu celular faz isto de forma tão autônoma e discreta que você nem percebe em boa parte dos casos.
O dispositivo realiza uma função que está ligada às suas necessidades e aos seus desejos. Se o dia estiver bem claro, a tela do smartphone aumentará o brilho para que os olhos possam perceber o conteúdo no aparelho. A visão da computação pervasiva enxerga esse tipo de ajuste automático em mais e mais cenários.
Mas é claro que tudo isso precisa de uma experiência discreta. O Nothing Ear (1), por exemplo, é transparente, portanto, pode desaparecer nos ouvidos da pessoa. Mas quão prático é oferecer este design sem o poder da tecnologia?
Até que ponto algo é prático quando a tecnologia já ocupa um lugar secundário? Especialmente se temos que ativá-la quando a utilizamos. Para chegar ao fundo desta questão, vou falar sobre a caixa de som IKEA Symfonisk.
Tão invisível que acaba caindo no esquecimento
Como você já deve ter percebido, fiquei bastante interessado em um alto-falante que também serve de objeto de decoração. O som é bom e o formato é inovador. No entanto, eu tive um problema interessante com o Symfonisk no dia a dia: eu me esquecia constantemente que ele estava à minha disposição.
E agora você pode entender porque comecei com uma pequena tese sobre a "tecnologia ubíqua". O IKEA Symfonisk mostra muito bem porque precisamos absolutamente de tecnologias inteligentes, nas quais a parte "tech" seja menos perceptível e ainda útil.
Quando algo se torna invisível, mas nós precisamos associá-lo ativamente a uma ação, isso é um problema. Por exemplo, meu pai tem uma casa inteligente rudimentar em que a maioria dos interruptores de luz em seu apartamento já perderam a utilidade. Se eu pensar na ação "quero acender a luz", primeiro tenho que lembrar do Smart Speaker que preciso ativar com um comando de voz.
Isto é incômodo e oposto ao objetivo da computação ubíqua. A configuração "inteligente" no apartamento do meu pai não move a tecnologia para o segundo plano e não facilita minha vida cotidiana. Ela requer uma mudança de pensamento e substitui o acionamento de um interruptor por um fluxo de pensamento muito mais complexo.
De volta ao meu apartamento, quando quero ouvir música, tenho sempre que me lembrar que o quadro na parede pode cumprir este papel. Um serviço que não torna minha vida mais fácil, e sim mais difícil. Especialmente porque, como jornalista de tecnologia e fã de música, produtos de áudio é o que não faltam em casa.
Em uma instalação Sonos existente, seria uma questão diferente. Aqui, a minha vontade de ouvir música seria assumida por um objeto que claramente satisfaz essa ação. O quadro Symfonisk se juntaria então "inteligentemente" à configuração e eu não teria que me envolver ativamente com ela.
Este obstáculo a ser superado com a "inteligência ambiente" é incrivelmente empolgante. Como uma assistente inteligente descobre minha necessidade enquanto a tenho (ou antes)? Como os futuros alto-falantes em quadros me impedirão de ter que repensar e sentirei falta de apertar botões e interruptores para controlar a música? Não é à toa que existe uma tendência para a fotografia analógica e o vinil, onde tudo ainda funciona "tão bem manualmente".
Portanto, a tecnologia tem que permanecer visível por um momento, para enriquecer nossas vidas. O que não significa que produtos como o Symfonisk sejam ruins. Afinal de contas, se gostamos de um produto novo, por que não continuar usando até nos acostumarmos com ele?
O design transforma a música em quadro de parede
Caso ainda não tenha ficado claro: o IKEA Symfonisk combina o design de um quadro com a funcionalidade de um alto-falante sem fio. Para isto, a IKEA e a Sonos cobriram uma estrutura de plástico medindo 58 x 40 x 6 centímetros com um tecido no qual um total de 12 ilustrações podem ser impressas. Graças ao Wi-Fi, é necessário apenas um cabo de energia no alto-falante, com a opção de uso de um cabo Ethernet para redes cabeadas.
Gostei:
- O equilíbrio entre um quadro e um alto-falante Wi-Fi funciona bem;
- Boa organização de cabos;
- Cabo de energia de alta qualidade com revestimento de tecido.
Não gostei:
- Não funciona com bateria - o cabo fica sempre pendurado na parede;
- Sem telas personalizáveis;
- Posição dos botões não é bem indicada.
A ideia de colocar a tecnologia em um quadro na parede lembra bastante a Samsung. Você talvez conheça os televisores "The Frame" da marca, que também podem ser montados quase invisivelmente na parede. Mas como você tem que olhar para a TV enquanto a usa, há um problema aqui: ou você está constantemente olhando para cima ou você pendura o "quadro" na altura de visualização do sofá. Isto não é problema com o IKEA Symfonisk.
Como eu não queria furar a parede para meu teste — o que é aconselhável, já que o Symfonisk pesa seis quilos — coloquei o quadro Wi-Fi em uma prateleira acima do meu sofá. A distribuição de peso permite que ele seja montado sem um acessório fixo, e a caixa de som fica apoiada por um par de feltros (foto acima) que a IKEA fixa na parte de trás do aparelho. Alternativamente, a IKEA fornece as cavilhas e parafusos necessários para a instalação na parede.
A organização do cabo de energia revestido de tecido é inteligentemente resolvida. Com um comprimento de 3,5 metros, oferece muita flexibilidade para instalação. Você o conduz na parte de trás primeiro através de um prendedor de velcro e depois através de discretos sulcos. Desta forma, a parte traseira do IKEA Symfonisk fica nivelada com a parede.
Se você comprar duas das molduras IKEA Symfonisk você pode conectá-las em cadeia. Naturalmente, a IKEA oferece um cabo correspondente.
Se você não gostar do design mostrado nas fotos, pode trocar o visual clichê-YouTuber-de-tecnologia por outras 11 estampas, e você também pode comprar a moldura em branco, se preferir.
Ironicamente, uma das desvantagens que notei no design foi o cabo. Especialmente quando pendurado na parede, ele realmente estraga o visual limpo do Symfonisk. Uma bateria recarregável integrada teria sido bem-vinda. Além disso, não há indicação de onde exatamente os três botões de controle estão localizados no quadro. Portanto, você tem que tatear com a mão se quiser aumentar e diminuir o volume do alto-falante.
TL;DR: em relação ao design, gostei do IKEA Symfonisk. Com um pouco de habilidade, literalmente se esconde na sua casa e é exatamente para isso que ele serve. É uma pena, no entanto, que seja difícil ocultar o cabo de energia e não se possa imprimir os próprios quadros.
Som e configuração controlados pela Sonos
A IKEA trouxe uma parceira forte para seus alto-falantes Symfonisk: a Sonos! Os norte-americanos especialistas em áudio incluíram um woofer de 102 milímetros e um tweeter de 25,5 milímetros no dispositivo. A música é enviada para o quadro via Wi-Fi. E, felizmente, o alto-falante Symfonisk suporta o padrão AirPlay 2 da Apple.
Gostei:
- Muita potência para um... Quadro de parede;
- Fácil de instalar;
- Sempre ligado e acessível.
Não gostei:
- Bastante pesado;
- Equalizador com somente 2 bandas;
- Sem Bluetooth...
- ... logo, nem todo o conteúdo de áudio é transferível.
Após desembalar e pendurar o IKEA Symfonisk na parede, você tem que conectá-lo à sua rede Wi-Fi. O aplicativo Sonos S2, que está disponível gratuitamente para Android e iOS, irá guiá-lo com fotos e ilustrações. Tudo fica mais fácil se você já tiver outros alto-falantes da Sonos.
Desta forma, você pode integrar o Symfonisk em um grupo e desfrutar de som estéreo ou até surround, dependendo do quanto você estiver investido no ecossistema.
No meu caso, criei um ambiente e integrei o alto-falante à sala de estar. No Spotify, a música podia ser enviada diretamente para o ambiente configurado via Wi-Fi e voilá, a música começa. O sistema Sonos é compatível com muitos serviços populares de streaming de música e até mesmo com o padrão AirPlay 2.
Como de costume para um alto-falante Wi-Fi, porém, você sempre transmite a música para o dispositivo especificamente a partir de uma fonte. Isto é uma desvantagem em comparação com alto-falantes Bluetooth que podem ser definidos como uma fonte de áudio externa em seu celular.
Se um serviço como o YouTube não é compatível com o Sonos, você não pode ouvir vídeos ou música através da moldura da imagem. O Bluetooth teria sido realmente prático como uma função adicional aqui.
Em geral, as características sonoras do IKEA Symfonisk penderam para os graves no teste. Se você for como eu e não gostar do perfil de fábrica, pode ajustar o equalizador no aplicativo da Sonos. Para ser mais preciso, é um equalizador de 2 bandas com um botão adicional para volume.
Tenho certeza de que muitos compradores vão gostar das características do som pré-definido. Mas especialmente pelo fato da moldura ficar pendurada na parede e estar tão próxima das orelhas dos vizinhos, não gosto do ajuste original.
TL;DR: a moldura Symfonisk tem uma quantidade surpreendente de potência, que está concentrada principalmente na faixa dos graves, e pode ser realmente divertido com a música certa! A instalação é fácil e a possibilidade de integrar o Symfonisk em uma configuração existente da Sonos também é engenhosa!
Apesar das objeções, tecnologias ubíquas são recomendadas
Gostaria de fechar esta avaliação subjetiva sobre se a tecnologia deve desaparecer do nosso dia a dia com uma conclusão objetiva. O IKEA Symfonisk é um produto recomendável apesar de todas as objeções filosóficas que você leu até aqui.
Em termos de qualidade de áudio, é incrível o que a Sonos e a IKEA tiraram de um aparelho que tem apenas 6 centímetros de espessura. A opção de integração nas configurações Sonos ou Symfonisk existentes também torna o quadro uma discreta arma secreta para sua sala de estar. E tanto a construção quanto o mobiliário dão ao produto uma qualidade surpreendente a um preço competitivo em países em que é oferecido.
Entretanto, como acontece com muitos alto-falantes Wi-Fi, sinto falta do Bluetooth, porque no final você pode usar consideravelmente mais fontes de áudio. Além disso, o cabo de energia poderia ser aposentado por uma bateria opcional ou integrada, mas nenhuma delas está disponível. O fato de você não poder usar as próprias ilustrações também incomodará muitos usuários.
Mas se você estiver interessado na caixa-de-som-Wi-Fi-quadro-de-parede, você pode definitivamente comprá-lo. Estou realmente curioso para saber a sua opinião sobre o dispositivo e sobre o tema principal deste artigo nos comentários. Talvez você já esteja pronto para isso enquanto eu ainda sigo brincando com interruptores e botões.
Se for como retratado no artigo, não acho evolução e nem que compensa.
Poderia ser tipo uma caixa de som inteligente conectada a algum serviço de assistente como Amazon ou Google.
Poderiam até demorar um pouco mais no desenvolvimento e usar algum tipo de carregamento sem fio à distância como já foi apresentado pela Xiaomi.
Na minha opinião, faltam exatamente essas funções, para falar de computação ambiente neste caso.
Detectores de movimento que reconhecem o usuário na sala ou localizam o smartphone em seu bolso para transmitir música automaticamente também são extensões úteis.
O conceito básico de IKEA e Sonos é bastante interessante, embora eu pessoalmente prefira alto-falantes clássicos.
Espero que você entenda esta mensagem. Mandei traduzi-lo pelo Google e desejo um bom dia!
A tradução ficou ótima. Concordo plenamente.