AOSP (Android Open Source Project): saiba o que é e para que serve
O Android é um sistema operacional de código aberto. Mas, antes do mundo poder colaborar com o ele, o projeto passa pelas mãos do Google. O Big G colabora com uma série de fabricantes de smartphones para produzir um código open source que será a base dos nossos aparelhos. E foi assim que começou o Android Open Source Project ou, simplesmente, AOSP.
AOSP - Android Open Source Project
Como você já deve ter percebido a sigla AOSP é o acrônimo de Android Open Source, ou, "Projeto de código aberto Android", em português. Esta é a plataforma do Google que é distribuída às fabricantes e desenvolvedores independentes, responsáveis por adaptá-lo para os seus dispositivos.
O AOSP também é conhecido como o "Android puro", termo usado para descrever o Android antes das modificações feitas por terceiros. E que também é o mais parecido com o sistema que o Google coloca em seus dispositivos Pixel.
Quando a sigla é usada para descrever uma ROM, quer dizer que esta versão do sistema operacional Android está baseada no código-fonte saído diretamente do Google, sem que ninguém tenha colocado as mãozinhas nele antes do desenvolvedor.
Da baunilha às fabricantes
Não, não é o nome de uma novela mexicana. O Google apelidou carinhosamente de Vanilla (ou baunilha) a versão do Android puro que compartilha com as empresas. Com este código em mãos, as fabricantes modificam e adicionam adaptações e sua camada de personalização ao hardware dos seus aparelhos.
Ou seja, o Android mais puro de todos seria a versão Vanilla e cada edição do sistema que vemos em um dispositivo é uma versão modificada da mesma. Os antigos Nexus, por exemplo, não tinham nenhuma função extra sobre a versão inicial, mas incluíam os GApps (apps do Google), que não fazem parte do código aberto. O mesmo acontecia com os aparelhos da linha Moto. Os aplicativos que você via no dispositivo são desenvolvidos pela Motorola.
O sistema embarcado nos Pixels não é o Vanilla, o AOSP. Isso porque o próprio Google pega a versão Vannila do Android e coloca funções especiais para seus aparelhos. Por isso que o launcher dos Pixels se chama Pixel Launcher, e também por isso que eles trazem os GApps.
Para utilizar os GApps, as outras fabricantes precisam pagar ao Google, embora o AOSP seja gratuito. É assim que o Google acaba rentabilizando seu sistema.
Em casos extremos, temos como exemplo a Samsung e Huawei, que transformam tanto o código do Google a ponto de torná-lo quase irreconhecível e, inclusive, têm seus próprios nomes para a interface. Todas as versões finais que se encontram nos aparelhos são chamadas de OEM releases. OEM é a sigla para Original Equipment Manufacturer ou ("Fabricante de equipamentos originais" em português), e releases são as versões.
Estas edições finais são uma mistura da versão baunilha do código aberto do Google e o código particular ou fechado das fabricantes de dispositivos ou de algum dos seus componentes, como é o caso da Qualcomm.
ROMs baseadas em AOSP
Muitas das ROMs que você encontra pela internet levam o AOSP como sobrenome. Isso significa que os desenvolvedores colocaram os drivers do hardware do dispositivo (normalmente livres) e seus próprios apps no código aberto do Android.
Há vários projetos de ROMs customizadas baseados em AOSP. Todos estes têm algo em comum, que é tentar liberar ainda mais o SO Android, sem a influência do Google. Claro que a sua missão também é melhorar o rendimento do dispositivo e livrá-lo de bloatwares. Sendo assim, as ROMs customizadas melhoram a qualidade do smartphone em comparação com o sistema operacional que o mesmo traz de fábrica.
E você, o que acha da estratégia do Google de compartilhar o código base com todas as fabricantes?
A estratégia do Google é brilhante. Deixa praticamente todo mundo escravo deles.
Eu me esforço pra usar somente as Roms customizadas e sem os Gapps.
Uso sempre aplicativos Open Source.
Me sinto menos vigiado e não gosto de deixar tudo no controle deles, tem uns poucos malucos igual eu por aí... rs
Obrigado pelo texto, boa leitura.
Também faço isso, inclusive desinstalei o Google play services
Se não fosse por isso, hoje teríamos em mãos celulares assim como tínhamos nos anos 2000. Cada uma desenvolvia seu sistema e ele funcionava unica e exclusivamente para o aparelho em questão. Talvez de uma forma melhorada como fazia a Blackberry.
Mas hoje vejo um benefício em partes, embora podemos ter uma comunicação boa entre aparelhos, temos um aumento na quantidades de versões de software. Isso é um dos pontos em que prejudica nas atualização. Algumas até acho que ficaram melhor do que o android pelado, mas creio que seja mais benéfico só nos topos de linha, mas essa fragmentação ainda acho um problema. Agora eu gostaria muito de ver outro sistema entrando no mercado, como exemplo o da Huawei.
Excelente artigo. Agora estou entendendo bem várias siglas do mundo Android.
E sobre a pergunta final, eu acho excelente a atitude do Google.