O iPhone é caro, mas menos do que você imagina
Sim, um iPhone 13 novo é muito caro, independentemente de ser mini, Pro ou Max. Mas há outros fatores que colocam os valores de compra em perspectiva — tanto que no final das contas até mesmo o iPhone 13 Pro não custa muito mais do que um celular Android intermediário. Será que ficamos loucos? Confira nossos cálculos e descubra.
O ponto mais importante na hora de discutir valores, na verdade, não é o preço de venda. Como disse, é claro que é assustador pagar quase R$ 10.000 por um celular, mas a questão é: o que você realmente recebe pelo seu (suado) dinheiro? E por quanto tempo?
Preço efetivo ≠ preço de compra
Apesar de todas as promessas de atualização da Samsung e rivais Android, os iPhones ainda recebem atualizações por muito mais tempo. Além da qualidade do acabamento, o valor da marca e preços de venda estáveis a longo prazo, esta é provavelmente uma razão importante pela qual o valor de revenda dos iPhones é significativamente maior do que o da concorrência.
Uma pesquisa rápida no site Trocafone, especializado em compra de celulares usados para revenda, dá uma dimensão da desvalorização dos diferentes celulares ao longo do tempo. Até mesmo o iPhone 11 Pro Max de dois anos atrás tem um valor de revenda maior do que o ainda novo Galaxy S21 Ultra. O cálculo do custo efetivo após dois anos tem uma distorção importante devido à variação do dólar, mas mesmo considerando o preço do iPhone 13 Pro Max (R$ 10.499) para o modelo de 2019, ele teria se desvalorizado menos do que o S21 Ultra:
- iPhone 11 Pro Max
- Preço de lançamento: R$ 7.599;
- Valor após 24 meses: R$ 3.385;
- Custo efetivo: R$ 4.214.
- Samsung Galaxy S21 Ultra
- Preço de lançamento: R$ 9.499;
- Valor após 8 meses: R$ 2.314;
- Custo efetivo: R$ 7.185.
É claro que isto é apenas um exemplo e, dependendo do tempo de revenda, esta comparação pode inclinar-se mais em uma direção ou em outra. Além disso, os celulares Android têm preços menos estáveis do que os iPhones, portanto você pode economizar com um pouco de paciência (clientes da Samsung já estão bem acostumados com isso). Aqui está um pequeno exemplo com preços em 22/09/2021, cada um determinado pela comparação de preços em lojas on-line respeitáveis para a versão mais barata da memória:
- iPhone 12 Pro Max
- Preço de lançamento: R$ 10.999;
- Comparação de preços set/2021: R$ 7.578;
- Economia: R$ 3.421 (31%).
- Samsung Galaxy Note 20 Ultra
- Preço de lançamento: R$ 7.999;
- Comparação de preços set/2021: R$ 4.299;
- Economia: R$ 3.700 (46%).
Se você esperar, pode economizar dinheiro independentemente do sistema operacional favorito, claro. Mas a desvalorização do iPhone em termos percentuais é sempre menor, raramente chegando perto dos 50% muitas vezes encontrados no mercado Android.
A propósito, de acordo com um estudo da empresa BankMyCell, o pior desempenho na família iPhone foi do iPhone SE (2020). Ele perdeu no exterior 38,32% do valor original oito meses após seu lançamento. Aliás, oferecemos mais detalhes sobre isso no nosso guia de como e onde vender melhor seu iPhone usado:
Comparação de preços a longo prazo
Existem também maneiras alternativas de pensar no valor do aparelho ao longo do tempo. E se eu não quiser vender ou descartar meu celular, mas usá-lo "até o final"? Poderia comprar um iPhone 13 mini por R$ 6.599 e provavelmente usá-lo por seis anos com atualizações do sistema operacional.
Ou poderia comprar três smartphones Android por R$ 2.000 cada no mesmo período. Com o preço do iPhone mini é possível comprar três Redmi Note 10 na loja oficial da Xiaomi no Brasil, o modelo até tem mais megapixels, potência de carregamento ou câmeras que o iPhone 13, mas não só fica para trás em termos de desempenho, como não terá cinco (ou seis) anos de suporte com correções de segurança e novos recursos com atualizações de sistema.
- iOS 15: sete recursos que iPhones velhos não vão receber
- Tudo o que você precisa saber sobre o iOS 15
E não se esqueça: no mesmo período você "consumirá" três celulares, portanto terá acumulado três vezes os custos de fabricação, embalagem e transporte em sua "pegada de carbono". Mas voltaremos ao tema da sustentabilidade em um momento.
Como a concorrência consegue um preço baixo?
Mesmo que os custos efetivos sejam globalmente mais baixos no iOS, ainda há a questão de como o preço mais baixo é conseguido no Android — além de menos ou piores recursos, é claro. Isto pode ser visto em publicidade no sistema operacional, falta de segurança dos dados ou a revenda de informações pessoais, por exemplo. Mas os efeitos sociais ou ecológicos também desempenham um papel importante.
Privacidade e segurança de dados
"Quão seguros estão meus dados?" é uma pergunta importante em vista das violações de dados e escândalos de espionagem. Mesmo os especialistas em segurança da Norton são incapazes de dar uma resposta clara à questão de se o iOS ou Android é melhor neste ponto— especialmente porque o próprio comportamento do usuário desempenha um papel importante. O que é certo, entretanto, é que fabricantes como a Apple (especialmente desde iOS 14.5) e Samsung (com a Knox) fazem mais pela segurança dos dados do que outras.
Publicidade na interface
Outra tendência nos últimos anos é o financiamento cruzado do dispositivo através da exibição de anúncios na interface do sistema ou nos próprios apps. Ao comprar um celular barato, você talvez tenha esta surpresa. Pelo menos algumas fabricantes, como a Samsung, estão recuando. Para outras fabricantes é preciso apelar a truques para remover a publicidade, como no caso da Xiaomi.
Condições de trabalho
Não é segredo: a Apple produz seus aparelhos na China, e no passado tivemos relatos terríveis sobre as condições de trabalho na Foxconn, Pegatron e outras empresas terceirizadas. No entanto, é preciso dar crédito à Apple por pelo menos não fugir do assunto. A empresa publica um relatório anual de progresso (2021, PDF) sobre as condições de trabalho em seus fornecedores. É claro que há muito marketing envolvido aqui, sem dúvida. Mas ao menos é mais transparente do que outras empresas.
Proteção ambiental
A Apple anunciou em 2019 que neutralizará suas emissões de carbono. Entretanto, isto só diz respeito à própria empresa, não à cadeia de fornecedores, responsáveis por cerca de três quartos da pegada de carbono de um iPhone. Entretanto, a Apple prometeu compensar esta parte até 2030, por exemplo, através do reflorestamento. A próxima década mostrará se isto não passa de promessa ou será bem-sucedido. Mas neste caso também pelo menos há um plano.
Conclusão: o iPhone é melhor que o Android?
Não me interpretem mal: é claro que todos os pontos acima não dizem respeito a todos os fabricantes Android. A Apple está longe de ser uma santa, e certamente há fabricantes Android que se saem melhor em um ou mais dos pontos mencionados acima. Mas, na maioria das vezes, se o produto é muito barato, a pessoa acaba pagando de outra forma — ou alguém paga essa conta no final.
Só você pode responder a pergunta se o iPhone é o mesmo o melhor celular para o seu caso — e é claro que você é bem-vindo a discutir os argumentos acima nos comentários. De qualquer forma, os iPhones não são tão caros quanto a maioria das pessoas imagina.
Coloquei os preços em perspectiva e cheguei à seguinte conclusão: nenhum iPhone novo vale o que custa. Nenhum. Aliás, vale o mesmo para os Android topo de linha e alguns intermediários. Mas esses, pelo menos, descem do pedestal depois de um tempo no mercado (saudemos a INFIDELIDADE do usuário Android às marcas!).
Onde tem s21 ultra por 2300?
"Uma pesquisa rápida no site Trocafone, especializado em compra de celulares usados para revenda, dá uma dimensão da desvalorização dos diferentes celulares ao longo do tempo."
Não se trata do valor de mercado, e sim do valor de recompra.
Da mesma maneira, é óbvio que não dá para comprar um iPhone 11 Pro Max por R$ 3.385.
¯\_(ツ)_/¯
Seguindo esse raciocínio, um iPhone usado (mas recente) seria um bom custo benefício. Usando o exemplo do artigo, para uma pessoa que gasta 1 mil reais todo ano num intermediário qualquer, seria mais vantajoso pegar um 11 PRO MAX por 4 ou 5 mil, que com certeza vai durar bem mais de 4 anos sem sentir sinal cansaço.
Apple vendida no preço de países desenvolvidos é uma alternativa, no Brasil é palhaçada... Tá certo que a Samsung também tá meio apelativa, a Xiaomi em parceria com a DLixo então nem se fala mas não dá não... Brasil é fora de realidade os preços da Apple.
Os produtos da Apple são pornograficamente absurdamente caros no Brasil , comprando nos EUA ou Paraguai , possuem excelente custo X benefício.