Review do Google Pixel 6 Pro: excelente e exclusivo
O Google tem um flagship e ele atende pelo nome Pixel 6 Pro. Processador próprio customizado, tela curva de 120 Hz, câmera teleobjetiva e um upgrade de memória e bateria em relação ao Google Pixel 6. Hardware e software trabalham em conjunto aqui para oferecer a melhor experiência com os serviços de Inteligência Artificial do Google, mas a diferença de preço para o modelo básico realmente se justifica?
Prós
- Tela adaptável de 10-120Hz
- Câmera super versátil
- Android 12
- Cinco anos de atualizações de segurança
- Certificação IP68
- Preço
Contras
- Ferramenta Magic eraser
- Tempo de carregamento da bateria
- Disponibilidade de armazenamento limitada por região
- Um produto de nicho
Google Pixel 6 Pro direto ao ponto
O Google Pixel 6 Pro possui um sistema de câmeras versátil e excelente, uma tela competitiva e um processador que promete oferecer melhor performance para serviços baseados em Inteligência Artificial (AI) e Aprendizado de Máquina (ML). O carro-chefe do Google em 2021 é um pacote completo, mas ainda é um produto de nicho.
Vendido em regiões seletas, como Estados Unidos e alguns países da Europa, a linha Pixel não possui a linha de distribuição de dispositivos como iPhone e Galaxy. No passado, o Google enfrentou problemas com falta de estoque e, em 2021, com a escassez de peças no mercado por conta da pandemia da Covid-19, o cenário não parece otimista.
Em relação ao Pixel 6, a variante Pro possui uma câmera teleobjetiva que funciona muito bem, uma tela maior, curvada nas laterais e com taxa de atualização de 120 Hz, mais bateria, memória RAM e opções de armazenamento interno. O frame de alumínio dá uma impressão mais Premium ao Pixel 6 Pro também. Mas é isso, ao total, essa diferença adiciona 300 dólares a mais na conta.
Com toda o barulho em cima do lançamento do Pixel 6 Pro, a flagship do Google, a sensação é de que a linha possa finalmente decolar. Porém, isso ainda é uma pergunta sem resposta. Os celulares Pixel são de nicho, o Google possui uma parceria importante com as empresas com as quais o seu flagship poderia concorrer. No fim das contas, essa parceria vai falar mais alto.
Infelizmente, o Google Pixel 6 Pro não está disponível oficialmente no Brasil. Mas é possível comprar o celular por meio da importação independente.
Design original e tela de 120 Hz
O projeto da linha Pixel 6 gira ao redor da barra do módulo da câmera. De acordo com o Google, essa foi a solução mais elegante para poder oferecer um lente teleobjetiva para o modelo Pro. Como consequência, temos um dispositivo com design único. Outra característica visual marcante é o tamanho da tela do celular.
O que gostei:
- Design original;
- Taxa de atualização da tela de 120 Hz;
- Tela sem bordas;
- Posições dos botões.
O que não gostei:
- Leve sombra nas laterais curvas em determinados ângulos;
- Apenas uma opção de tamanho de tela.
Olhando de frente, o Google Pixel 6 Pro é praticamente apenas tela. O display OLED tem 6,7 polegadas e as bordas laterais são curvas, o que oferece uma boa impressão ao consumir conteúdo. No entanto, dependendo do ângulo que movemos o aparelho, uma leve sombra pode ser percebida.
Mesmo com uma tela grande e uma bateria considerável, o Pixel 6 Pro é um dispositivo bonito e elegante, fabricado em vidro Gorilla Glass Victus e com estrutura de alumínio. Em comparação com os diversas flagships do mercado, o Pixel 6 Pro se sente Premium, e me lembra muito o Samsung Galaxy S21 Ultra.
Na parte de traz, o módulo da câmera em barra se torna uma assinatura para a série Pixel 6. Mesmo com a elevação significativa, em nenhum momento tive minha experiência prejudicada por esse formato. Os botões estão na posição certa, mesmo quem tem uma mão pequena pode alcançá-los sem dificuldade.
Aliás, usando a nova opção de uso do celular com uma mão adicionada ao Android 12, fica muito fácil navegar pelo sistema em um celular com tamanha diagonal de tela. No entanto, este ainda é um celular pesado, são 210 gramas e suas medidas também são imponentes: 163.9 x 75.9 x 8.9 mm.
Por fim, a tela de 120 Hz torna tudo mais fluido e suave. A taxa de atualização adaptativa automaticamente configura o aparelho de 10 para 120 Hz dependendo do conteúdo que consumimos na tela. Além disso, o sensor biométrico posicionado sob o display permite desbloquear o aparelho rapidamente e de forma segura.
Performance de flagship
O Tensor é o primeiro SoC desenvolvido exclusivamente pelo Google e o objetivo principal deste processador é lidar com os processos de Inteligência Artificial (AI) e Aprendizagem de Máquina (ML) do software direto no dispositivo. Ou seja, o processamento de imagem e linguagem acontece de forma privada e local, sem armazenamento na nuvem.
O que gostei:
- Desempenho consistente;
- Android 12 e Material You;
- Cinco anos de atualizações de segurança;
- Sem super aquecimento de hardware.
O que não gostei:
- Disponibilidade de variantes de armazenamento limitadas.
Para isso, o Google criou um Sistema Integrado no Chip (SoC) com dois núcleos Cortex-X1, dois núcleos Cortex-A76 e quatro núcleos Cortex-A55 intermediários para tarefas com menos consumo de energia. O SoC trabalha em conjunto com a GPU Mali G78 e 12 GB de RAM.
Deixando a ficha técnica de lado, o Google Pixel 6 Pro demonstrou uma performance consistente, sem aumento significativo de temperatura ou qualquer tipo de erro e lentidão. O tempo de processamento do software da câmera é rápido, bem como o uso de recursos multitarefas e das respostas de aplicativos do sistema.
A minha crítica, no entanto, vai para a disponibilidade de variantes de armazenamento limitada em algumas regiões. Isso porque o Pixel 6 Pro é um smartphone voltado para o processamento de imagens e linguagem, tendo a câmera como grande destaque. Sem oferecer suporte para cartão microSD, muitas pessoas estarão reféns da nuvem a longo prazo.
Na tabela comparativa de benchmark abaixo, é possível notar que o SoC Tensor consegue atingir resultados significativamente melhores do que os chips Snapdragon 888 do Xiaomi Mi 11 Ultra, mas acaba quase em um empate com o Exynos 2100 do Samsung Galaxy S21 Ultra, por exemplo. Em relação ao processador A15 Bionic SoC do iPhone 13 Pro, o Tensor fica atrás quando comparado no banco de dados do benchmark 3DMark.
Google Pixel 6 Pro
Modelo/Benchmark | Google Pixel 6 Pro | Samsung Galaxy S21 Ultra | Xiaomi Mi 11 Ultra | Apple iPhone 13 Pro |
---|---|---|---|---|
Geekbench 5 (single/multi) | 1.043/2.876 | 942/3.407 | 1.123/3.619 | - |
3DMark Wild Life | 6.446 | 5.375 | 5.621 | 9.665 |
3DMark Wild Life Stress Test | 6.367 | - | Falha por superaquecimento | 9.694 |
Android 12 e Material You integrados
O Google Pixel 6 Pro é o primeiro smartphone a sair de fábrica rodando o Android 12. Além disso, temos a integração das cores do sistema às opções de cor do próprio aparelho, deixando hardware e software mais integrados do que nunca.
O tema dinâmico do Material You permite customizar de forma profunda as cores do sistema e de aplicativos. Assim, do software da câmera às opções de configuração seguem a mesma paleta de cores.
Além disso, os recursos do Painel de Privacidade e indicadores de uso dos recursos do celular, como microfone e câmera, estão a bordo do Pixel 6 Pro. Aliás, em relação à segurança, o Google afirmou que a sexta geração dos Pixel receberá até cinco anos de atualizações de segurança, bem como três anos de atualizações do Android.
Conjunto de câmeras versátil e divertido
Os dispositivos Pixel são conhecidos pela qualidade da câmera e com o Pixel 6 Pro não é diferente. Temos aqui um conjunto de três lentes, com destaque para a câmera teleobjetiva de 48 MP, capaz de capturar imagens com zoom óptico de 4x. Além disso, o recurso Super Res Zoom oferece resultados impressionantes.
O que gostei:
- Versatilidade da câmera;
- Cores precisas e vívidas;
- Super Res Zoom impressiona;
- Modo Movimento é uma ótima adição;
- Câmera frontal ultrawide.
O que não gostei:
- Magic eraser.
Assim como o Pixel 6, a variante Pro conta com uma lente principal de 50 MP capaz de capturar imagens de 12 MP por meio da técnica de combinação de pixels. O Google optou por usar o sensor Samsung GN1 de 1/1,31 polegadas (com pixels de 1,2µm), com abertura f/1,85 e estabilização óptica (OIS).
Os aparelhos também compartilham a configuração da câmera ultra grande-angular de 12 MP com abertura f/2,2 e tamanho do pixel de 1,25 µm, com campo de visão de 114º. E a câmera frontal usa um sensor de 11 MP, com a opção de captura de imagem com campo de visão ultra grande-angular.
De modo geral, as imagens captadas com o Pixel 6 Pro possuem excelente colorimetria e, mesmo com o foco em fotografia computacional, o processamento digital das fotos mantém as propriedades naturais das cenas. Em outras palavras, imagens captadas em ambiente bem iluminados não passam por um tratamento agressivo. A câmera do Pixel 6 Pro trabalha muito bem a faixa dinâmica, com respeito aos detalhes e nitidez.
Mas o que torna o Pixel 6 Pro o flagship dessa série é a câmera teleobjetiva de 48 MP, capaz de captar imagens com zoom óptico de até 4x e digital de até 20x. Logo, a versatilidade da câmera do Pixel 6 Pro é o que marca um upgrade da série.
O modo noturno do Google sempre esteve entre os meus preferidos quando o assunto é processamento de imagem em ambientes com baixa iluminação. No entanto, com o Pixel 6 Pro, foi possível usar a câmera à noite sem mesmo ativar o recurso, o que achei realmente impressionante em alguns casos, deixando a cena captada um pouco mais natural.
Durante o meu teste, usei as configurações automáticas praticamente o tempo todo.
Em relação ao software da câmera, o Google oferece um layout limpo e algumas novidades, como o Modo Movimento, por exemplo, que deixa o uso da câmera mais criativo. Os controles de ajuste de exposição, contraste e balanço de branco estão disponíveis direto na tela e são fáceis de configurar, bem como alternar entre uma lente e outra.
O recurso Magic Erase, no entanto, é realmente difícil de aplicar, pois, apesar da Inteligência Artificial (AI) da câmera conseguir entender perfeitamente as pessoas ou objetos indesejados que precisam ser removidos da foto, a edição não é boa. Confira o resultado abaixo:
Um teste comparativo da câmera do Google Pixel 6 Pro com os principais concorrentes de 2021 será publicado nessa semana.
Autonomia de bateria satisfatória
Com uma tela grande de 120 Hz e poder de processamento avançado, o Pixel 6 Pro foi construído com uma bateria de 5.003 mAh. Assim como a Apple e Samsung, no entanto, este dispositivo não segue a tendência de velocidades de carregamento de fabricantes como Xiaomi, OnePlus e Oppo.
O que gostei:
- Opção de carregamento sem fio disponível.
O que não gostei:
- Adaptador de recarga não incluído na caixa;
- O tempo de recarga total é lento.
Em um dia de uso intenso, o Google Pixel 6 Pro teve uma autonomia de 14 horas. O que não é ruim para um dispositivo com tela de 6,7 polegadas com taxa de atualização de 120 Hz. Neste dia, praticamente 25% da bateria foi consumida pela câmera e 5% pelo jogo Free Fire. O tempo de uso da tela foi de 4h30min.
Em um dia de uso normal, consegui usar o aparelho por um dia inteiro, chegando ao fim da noite com 16% da carga. Contudo, não tive tempo suficiente para testar a autonomia da bateira a longo prazo. Logo, espere pela atualização desta seção nos próximos dias!
Em relação ao tempo de carregamento, o desempenho do Pixel 6 Pro é muito próximo daquilo que Apple e Samsung oferecem. Ou seja, a recarga pode durar até três horas dependendo do modo de carregamento definido. Por padrão, o Pixel 6 Pro está configurado para fazer o carregamento adaptativo, recomendado para recargas noturnas, ou seja, enquanto se dorme.
Contudo, mesmo com o modo de carregamento adaptativo desativado, carregar 30% da bateria pode levar 1h15min. O que, de acordo com a minha experiência, pode ser consumido em duas horas de uso da câmera.
Google Pixel 6 Pro – Especificações Técnicas
Ficha técnica | |
---|---|
Produto | |
Foto | |
Tela | OLED LTPO de 6,7 polegadas 1.440 x 3.120 pixels (512 PPP) a 120 hertz |
SoC | Google Tensor 2x ARM Cortex-X1 @ 2.80 GHz 2x ARM Cortex-A76 @ 2.25 GHz 4x ARM Cortex-A55 @ 1.80 GHz 20x ARM Mali-G78 (GPU) |
Memória (variam conforme a região) |
12 GB LPDDR5-6400 128 GB, 256 GB ou 512 GB UFS 3.1 |
Micro SD | n/d |
Câmera principal | 50 MP | f1.85 | 25 mm | 1,2 µm | 82° FoV | OIS (sensor Samsung GN1: 1/1.31'') |
Ultra grande-angular | 12 MP | f/2.2 | 16,3 mm | 114° FoV |
Teleobjetiva | 48 MP | f/3.5 | 104 mm | 0,8 µm | 23,4° FoV | 4x zoom óptico | OIS (sensor Sony IMX586: 1/2'') |
Vídeo | 4K a 60 fps (traseira) 4K a 30 fps (frontal) |
Selfies | 11 MP | f/2.2 | 1,22 µm | 94° FoV |
Áudio | Alto-falantes estéreo |
Bateria | 5.003 mAh |
Carregamento com fio | Máx. 30 watts |
Carregamento sem fio (Qi) | Máx. 23 watts |
UWB | Sim |
Certificação IP | IP68 |
Preços (no exterior) | A partir de US$ 899 / € 899 |
não disponível no Brasil |
Conclusão: excelente, mas ainda exclusivo
O Pixel 6 Pro é o flagship do Google que esperamos há anos. A empresa construiu o próprio SoC para levar adiante o projeto de desenvolvimento de AI e ML que considera o futuro da interação com a tecnologia. Em relação aos modelos anteriores, a nova geração é um divisor de águas e teve upgrades em muitos sentidos, especialmente considerando o modelo Pro.
O Google Pixel 6 Pro está disponível em poucos países e, apesar de todo o investimento em marketing do Google, a série ainda deve ser considerada de nicho. Dificilmente os modelos Pixel de 2021 farão frente aos iPhones e Galaxies, pois apesar do excelente desempenho de câmera e qualidade de hardware, passam pela capacidade de distribuição limitada do Google.
Em 2021 podemos esperar por mais pessoas adquirindo dispositivos Pixel, pois os preços praticados pelo Google estão mais agressivos. O Pixel 6 Pro pode ser comprado por 899 dólares, o que para um flagship é muito atraente.
Agora, resta saber se conceitos geek como Inteligência Artificial, Fotografia Computacional e Aprendizado de Máquina conseguem ser traduzidos para o grande público. Neste momento, me parece difícil, mas isso não significa que o Google Pixel 6 Pro não seja ótimo!
Por fim, respondendo a pergunta do início: os 300 dólares cobrados a mais pelo Pixel 6 Pro se justificam? Pessoalmente, acredito que não. Sou fã da linha Pixel e utilizo smartphones do Google há mais de três anos, logo, o que o software da câmera é capaz de entregar a partir da fotografia computacional já me basta, não preciso de uma câmera teleobjetiva, apesar de achar-la funcional.
Além disso, uma tela de 90 Hz me basta, pois já é uma experiência confortável, e continuaria sendo para os próximos dois ou três anos. Contudo, essa é uma pergunta que deixo para você responder. O que é realmente importante para você? Se os extras do Pixel 6 Pro são relevantes no seu dia a dia, pronto, os 300 dólares se justificam.
E aí, o que você achou do flagship do Google para 2021? Teria um Pixel 6 Pro se fosse comercializado no Brasil? Por quê?
olá Camila .. ! obrigado e parabéns pelo review bem completo .. tenho um Pixel XL 3a e me pergunto se um 6 Pro seria uma boa compra depois de um ano.. O que vc acha disso?
Se ele vendesse no Brasil eu possivelmente compraria tenho vontade em ter um smartphone do Google desde o tempo dos nexus, peguei uma vez um nexus 5 que foi feito pela LG, se não me engano o único vendido por aqui, é mesmo ele já bem antigo quando o peguei voava, só a bateria que já não era mais a mesma, importar infelizmente não o faria já tive problemas e fiquei receoso, mas se tivesse alguém conhecido que fosse pra lá ou se vendesse por aqui compraria fácil.
Se ele fosse vendido no Brasil até entraria como opção interessante... Se bem que os preços não seriam tão atraentes...
Olha, penso que seria talvez mais barato que os smartphones da Apple. Queria muito ver isso acontecendo.
Mais barato que Apple com certeza! Preço deles é absurdo.