O que uma bicicleta inteligente é capaz de fazer? (Ou o que você pode fazer com ela)
Bicicletas elétricas não são lá uma novidade. Mas e se além de elétrica, a bicicleta fosse também mais inteligente? Uma “smart bike”, talvez. Demos uma voltinha na Cowboy, uma e-Bike produzida na Bélgica, para entender do que ela é capaz.
Comercializada por 1.990 Euros (cerca de R$ 8.900) pela empresa de mesmo nome, a Cowboy está no mercado há quase um ano. Feita em alumínio, ela pesa cerca de 16 Kg e à primeira vista não chama a atenção, toda pintada em preto fosco. O motor elétrico de 250 Watts é embutido no quadro e a bateria, com autonomia para 70 Km, é encaixada sob o selim.
Ela é rápida: se você tiver pernas fortes, pode chegar a 35 Km/h. Não há marchas, então você só precisa se preocupar em pedalar. Freios hidráulicos, um farol na frente e uma luz de freio atrás, sob o selim, completam o pacote de segurança. Não há nenhuma forma de suspensão, mas ela se comporta de forma bastante estável.
Tá, e a parte “inteligente”?
O destaque da Cowboy não é a bicicleta em sim, mas sim o app usado para controlá-la, que foi desenvolvido ao mesmo tempo que ela. Para desbloquear a Cowboy e ativar o motor, você precisa do aplicativo (disponível para Android e iOS), que se conecta à e-Bike via Bluetooth.
Com o app você pode ver, com precisão e em tempo real, como o motor está se comportando. Escureceu? As luzes podem ser ligadas e desligadas através do aplicativo. E não se preocupe: depois de desbloqueada, se o smartphone parar de funcionar (por qualquer motivo) você pode continuar a dirigir.
O app também funciona como um sistema de segurança: a Cowboy é rastreada por GPS, e se alguém mover sua bicicleta enquanto ela estiver bloqueada você receberá uma notificação. Mas o aplicativo não apenas desbloqueia e trava a bicicleta e acende a luz. Também há um modo de navegação, para que você possa chegar ao seu destino com segurança e rapidez.
Além disso é possível ajustar os parâmetros, como o modo off-road, que permite atingir velocidades até 30 Km/h em vez dos 25 Km/h padrão. Na verdade a velocidade da bicicleta pode ser ajustada de acordo com as necessidades do ciclista.
O aplicativo também oferece uma linha direta para o suporte da Cowboy - e funciona nos dois sentidos. Se a empresa descobre que a bateria está com defeito ao instalar uma atualização, o fabricante entra em contato com o proprietário da bicicleta diretamente para propor uma troca.
Você também pode parear a Cowboy com vários smartphones se quiser compartilhar a bicicleta com sua cara metade ou um companheiro de quarto. Dito isto, todos os ciclistas devem usar a mesma conta Cowboy. A fabricante promete adicionar mais recursos ao app no futuro.
Em um teste prático, consegui pedalar por mais do que os 70 Km prometidos pelo fabricante. A bateria é removível e recarregada separadamente da bicicleta, e uma carga completa leva cerca de 4 horas.
Várias coisas na Cowboy me agradam: o motor é muito potente, os freios funcionam muito bem e eu pessoalmente gostei do visual minimalista. Além disso, o aplicativo é bem pensado, e a perfeita harmonia entre a bicicleta e o app torna o seu uso muito prático.
Mas nem tudo é perfeito: o principal problema é que a bicicleta não pode ser usada sem um smartphone. Se ela estiver bloqueada e seu celular estiver “morto”, sem bateria, você vai ficar a pé. O peso máximo é de 110 Kg, o que deixa apenas 94 Kg para o ciclista e eventual bagagem. Falando em bagagem, a Cowboy é uma bicicleta projetada para uso urbano. Deslocamentos prolongados ou com bagagem dificilmente serão possíveis.
Ainda assim, pedalar em uma Cowboy é muito divertido. O preço de 1.990 Euro pode parecer salgado, mas é razoável considerando a configuração e o que ela oferece. E se você estiver em dúvidas, na Europa é possível agendar um test-drive com o fabricante, que leva a bicicleta até você.
Será que a idéia pega no Brasil?
Por aqui não temos nada parecido com a Cowboy (ainda), mas isso não significa que o mercado está parado. A Xiaomi está de volta ao Brasil, e um dos “dispositivos inteligentes” que ela pretende comercializar por aqui, e mostrar em sua primeira loja que será inaugurada em 1º de Junho, é justamente uma e-Bike.
O modelo é a QiCycle EF1, uma bicicleta elétrica dobrável que cabe em qualquer cantinho e pesa 14 Kg. Com motor elétrico de 250 Watts, ela tem autonomia de até 45 Km e computador de bordo que registra distância percorrida, tempo de percurso, calorias gastas, nível da bateria e permite ajustar o motor para três modos de direção: desligado, 50% da força (com o ciclista completando o resto) ou 100% da força.
Obviamente ela também se conecta ao smartphone, com um app que além de navegação também registra dados sobre a bicicleta e o percurso. Como em outros produtos da Xiaomi, a página oficial lista o “pedigree” de seus componentes, como baterias Samsung ou Panasonic (“as mesmas usadas pela Tesla”) e câmbio Shimano.
E você, já experimentou uma bicicleta elétrica? Acha a integração com um smartphone algo útil? Deixe sua opinião nos comentários.
Sonho de consumo um patinete da Xiaomi. Pra transitar dentro da cidade e perfeito. 🤩
O preço e o designe não agradaram tanto a mim.
"Ciclistas" que maldizem bicicletas elétricas, com ar "old school", ficou algo tão clichê que já tá enchendo o saco.
Alguns curtem bike elétrica outros não, e daí!? Pedalei a minha vida inteira numa bike "normal" e nem por isso acho quem usa as elétricas menos ciclistas do que eu.
concordo, o dia que eu não tiver mais força e/ou disposição pra pedalar minhas bicicletas eu vou preferir uma bicicleta destas a inves de algo com moto a gasolina... Também prefiro compartilhar o espaço com elas hoje
Inteligente e elétrica. Contraditório. Ciclistas de verdade entenderão.
9 mil custa uma moto com infinitas vantagens
Muito interessante essa bicicleta elétrica, pena o preço ser bem salgado.
vale mais a pena uma bicicleta boa normal, 9k é um valor mto alto pra esses poucos diferenciais.
Sem contar que a bicicleta normal é melhor para a saúde.