Review do Xiaomi Pad 7: Clone da Apple com Muito Orgulho!

Preço e disponibilidade

O Xiaomi Pad 7 foi apresentado oficialmente na MWC 2025, que acontece em Barcelona. Na conversão direta atual, o tablet deve custar cerca de R$ 2.058,11 na versão mais básica de 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. A variante de 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento, por sua vez, fica no valor de R$ 2.753,28. Lembrando que esses não são os valores oficiais, já que o novo dispositivo ainda não tem data para chegar ao Brasil.

O tablet Pad 7 estará disponível nas cores Graphite Grey, Mirage Purple e Sage Green (cinza, roxo e verde). Os acessórios do dispositivo são a Focus Pen, que funciona como uma caneta stylus, e o Focus Keyboard. A Xiaomi lançou ainda uma versão Pro do dispositivo, com 512 GB de armazenamento, 12 GB de memória RAM e uma versão fosca da tela.

Design: Xiaomi Pad 7 é inspirado na Apple

O Pad 7 parece um iPad (comparação). O design do tablet conta com as mesmas vantagens da Apple, mas o produto da Xiaomi é muito mais fino, com apenas 6 mm de espessura. Pesando somente 500 g, ele é muito mais adequado para viagens do que a maioria dos notebooks. Porém, como a tela possui bordas finas, não é fácil segurá-lo, e o mesmo acontece com o modelo da Apple.

No entanto, as bordas ao redor da tela são bastante simétricas e a câmera frontal é na horizontal. Particularmente, gosto de saber que a lente não está embutida em um entalhe em forma de gota d’água, como é o caso da Samsung. O mesmo se aplica ao suporte magnético para a caneta stylus, acessório opcional, que é carregada sob indução quando conectada.

Agora, gostaria de falar um pouco sobre os acessórios. Acho genial que a Xiaomi tenha integrado uma espécie de proteção para a caneta, mesmo na capa magnética mais barata. Ao virar o case, a caneta fica muito mais protegida para não cair, então não tenho muito a reclamar.

A capa de teclado opcional chamada Focus Keyboard se aproxima muito do Magic Keyboard da Apple em termos de design e qualidade. O tablet chega a passar aquela sensação de que está flutuando alguns milímetros acima do teclado, e ele é facilmente conectado ao acessório por meio de contatos na parte traseira. Com isso, o teclado não permanece conectado quando o tablet e o acessório são desconectados, diferente da solução Bluetooth da concorrente Huawei.

O tablet conta ainda com entrada USB 3.2 Gen 1, permitindo o uso de SSDs externos com até 5 GB/s ou ainda a conexão a monitores externos. Junto à tela Thunderbolt, o Pad 7 se torna uma substituição conveniente do notebook.

Por fim, a única crítica que ainda tenho a fazer sobre o design do Xiaomi Pad 7 são os alto-falantes. Eles têm um som muito fraco e parece até que são de smartphones e não de um dispositivo maior. Apesar dos quatro alto-falantes do Xiaomi Pad, a Apple consegue ter um desempenho muito superior.

Tela: sem OLED no Xiaomi Pad 7

Com uma alta resolução de 3,2K, taxa de atualização rápida de até 144 Hz e brilho de até 800 nits, esperamos uma tela de alto desempenho no Xiaomi Pad 7. Ainda que a tela conte com bons recursos, uma breve olhada na concorrência revela algumas desvantagens.

A Samsung, por exemplo, oferece no seu Galaxy Tab S10 Ultra (review) uma tela AMOLED de 14,6” com pico de brilho de até 930 nits. Já a Apple conta com uma tela mini-LED, atingindo níveis de brilho de até 1.600 nits para conteúdos HDR. Além disso, ambas as fabricantes oferecem versões menos reflexivas de suas telas, facilitando o uso ao ar livre. Com o MatePad 11.5 S, a Huawei também entrega uma opção acessível de tablet com tela fosca.

Ainda que a tela da Xiaomi seja inferior na teoria, seu painel de 11,2 polegadas impressiona no dia a dia. O contraste moderno do painel LCD é alto suficiente para quase se passar por uma tela OLED. Devido à alta taxa de atualização, o HyperOS da Xiaomi também é rápido. Testamos ainda a caneta stylus Focus Pen, e vou falar brevemente sobre ela.

Assim como na Apple, Samsung e Huawei, acho impressionante como as canetas stylus para tablets se tornaram precisas em 2025. Semelhante à S-Pen da Samsung, a caneta Stylus da Xiaomi possui três recursos especiais úteis para fazer apresentações, por exemplo. Sua apresentação pode ser controlada usando seus três botões e é possível também ativar a função de varinha mágica para destacar o que está sendo mostrado.

A Xiaomi consegue garantir que a digitação de texto por meio do reconhecimento de escrita manual não seja totalmente ruim, então os usuários terão uma boa alternativa à excelente Apple Pencil.

Software: Qual o sistema operacional do Xiaomi Pad 7?

Um dos motivos que faz o iPad da Apple ser tão adequado para substituir um notebook é o software. Mas com o HyperOS 2, encontramos um Android 15 tão personalizável quanto o iPadOS no Xiaomi Pad 7. O sistema operacional chega com as melhores otimizações de tablet no universo do Android até o momento.

Faz muito tempo que não testo um tablet da Samsung, mas sei que a OneUI ainda é bastante popular. Porém, com a Xiaomi, o sistema operacional parece ainda mais orgânico por ter uma forte referência ao iPadOS. Se conectarmos um teclado, por exemplo, veremos um menu rápido no lado esquerdo, que também pode ser usado para exibir um teclado virtual. Removendo o teclado externo, o Pad 7 nunca fica confuso e nunca deixa de exibir este teclado virtual, algo que acontece bastante com outros tablets Android.

O modo de estação de trabalho no HyperOS 2 também impressiona. Com ele, o Android funciona muito mais como um sistema operacional de desktop, entregando janelas flutuantes e móveis livremente. Como você pode ver nas capturas de tela, consigo assistir a um vídeo no YouTube e fazer anotações ao mesmo tempo. A Xiaomi entrega muito bem essa experiência, sem interrupções. Quando conectado a um monitor externo, o HyperOS quase se passa por um sistema operacional completo.

O tablet também integra algumas funções de IA, mas elas não são tão poderosas quanto o Apple Intelligence ou o Google Gemini. Você pode iniciar pesquisas baseadas em contexto, remover objetos e pessoas de imagens, e muito mais. Se preferir, o Gemini também pode ser usado no dispositivo, sendo uma vantagem da Xiaomi em relação aos tablets da Huawei.

Por último, mas não menos importante, a garantia de atualização da Xiaomi me incomodou. Enquanto alguns smartphones já recebem atualizações de segurança por cinco anos ou mais, a fabricante entrega apenas três anos de atualizações de segurança e duas de versões adicionais do Android. Essa decisão, infelizmente, reduz significativamente a vida útil do tablet.

Desempenho: o Xiaomi Pad 7 acompanha processador Qualcomm

Preciso fazer outra comparação com a Huawei: a Xiaomi ainda depende dos poderosos chips da Qualcomm. Com o Snapdragon 7+ Gen 3, temos um chip rápido de médio porte que entrega velocidade se combinado com 8 GB ou 12 GB de RAM LPDDR5x. Infelizmente, para o armazenamento, apenas o UFS 3.1 é usado. A capacidade de armazenamento também é bastante limitada, entregando um máximo de 256 GB. Isso significa, portanto, que o Pad 7 não é um substituto real para o notebook.

Agora, vamos dar uma olhada no desempenho do tablet Pad 7 nos testes de benchmark. Infelizmente, também temos limitações aqui. Nosso benchmark padrão 3DMark não funcionou no dispositivo da Xiaomi. Então, em vez de baixar os testes necessários, o aplicativo nos mostra uma mensagem de erro, dizendo que algumas fabricantes colocaram os servidores necessários para o download em uma “lista negra”. Como a Xiaomi já bloqueou os testes de benchmark no passado, já sabemos que é essa mesma a causa do problema. Vamos conferir os resultados:

Como os benchmarks sugerem, o Xiaomi Pad 7 oferece uma experiência Android realmente satisfatória no uso diário. Com os aplicativos carregando em poucos instantes, podemos realizar até as tarefas mais exigentes, como editar imagens no Adobe Lightroom e jogar games sem restrições. Testamos os jogos Asphalt Legends, NFS No Limits e Call of Duty: Mobile. Em todos os casos, o Xiaomi Pad 7 foi capaz de reproduzir esses jogos nas configurações gráficas mais altas.

Infelizmente, ficamos sem o teste de estresse 3D Mark para avaliar melhor o gerenciamento térmico do tablet. Na minha experiência, o Pad 7 da Xiaomi não apresentou queda de desempenho devido a um superaquecimento.

Quando olhei os padrões de transmissão fiquei um pouco irritado. Em vez do Wi-Fi 6E, o Pad 7 deveria ter Wi-Fi 7, pois até os smartphones mais atuais da marca já usam o padrão mais moderno. Além disso, o USB 3.2 Gen 2 garantiria taxas de transferência de dados mais altas, o que é mais vantajoso na hora de trabalhar com discos rígidos externos, por exemplo. Também senti bastante falta da disponibilidade de uma versão com um modem móvel.

No entanto, em um geral, o desempenho do Xiaomi Pad 7 é impressionante. Com capa de teclado opcional e um sistema operacional amplo, o tablet é um substituto útil e ultraportátil de um notebook, mas com memória limitada.

Câmera

No ano retrasado, testamos o Xiaomi Pad 6 e criticamos principalmente o conjunto de câmeras. Novamente, a câmera traseira do Pad 7 promete mais do que pode cumprir. O módulo quadrado abriga somente uma única câmera de 13 MP. Os outros três círculos no elemento são falsos ou contam com flash ou um microfone.

Mesmo que eu não goste dessa enganação, não me sinto tão incomodado por ela. Na minha opinião, câmeras são insignificantes em tablets, e no Xiaomi Pad 7 elas são suficientes para chamadas em vídeo ou digitalização de documentos. Ainda que a câmera traseira com foco automático não seja muito usada, a Xiaomi poderia ter dado mais atenção à câmera frontal.

O posicionamento da câmera frontal no lado mais longo da tela é melhor do que em muitos modelos mais antigos de tablets. No entanto, a qualidade não é alta sem o foco automático. O fato de a Xiaomi usar a câmera para o reconhecimento facial sem infravermelhos ou matrizes de pontos, como é visto no iPad, cria um risco de segurança. Logo, mesmo que o desbloqueio facial seja prático, a própria fabricante avisa que fotos também podem ser usadas com essa finalidade.

Sobre as funções de vídeo, tenho pouco a dizer: é possível gravar a um máximo de 4K a 30 quadros por segundo por meio da câmera traseira, enquanto a frontal suporta apenas 1.080 p a 30 fps. Considerando essa configuração, chega a ser engraçado saber que a Xiaomi incorporou um modo de diretor profissional no tablet.

Bateria e carregamento

Com bateria de 8.850 mAh, o Xiaomi Pad 7 promete longa duração na teoria. A mesma promessa foi feita para o modelo anterior, que foi menos convincente nos testes. Talvez, a fabricante tenha trabalhado na eficiência energética do sistema operacional. Para mim, o modelo atual se mostrou um bom companheiro para o dia a dia, além de ser totalmente confiável.

Usei o tablet para trabalhar, inclusive para escrever essa avaliação. Também usei o dispositivo para jogos e assistir a vídeos no YouTube, e tudo funcionou muito bem, sem representar um tipo de consumo incomum para a capacidade da bateria. Em minha estimativa, é possível um tempo de funcionamento de 8 a 10 horas fora da tomada. Lembrando que configurei a taxa de atualização da tela para “até 144 Hz”, e o brilho da tela para o máximo.

Esse resultado é enfatizado pelo benchmark de bateria PC Mark Work 3.0, que simula o uso contínuo do tablet. Aqui, o dispositivo durou pouco menos de 10 horas, mas quando a bateria está quase no final, é possível aproveitar o carregamento rápido com 45 W. A tabela de carregamento ficou da seguinte forma: