Review do Xiaomi 15: Flagship Sensato

Design e tela familiares no Xiaomi 15

O Xiaomi 15 não sofreu alterações no design e na tela em comparação com o Xiaomi 14 testado no ano passado. O telefone é relativamente compacto para um modelo 2025, e seu tamanho proporciona uma excelente ergonomia e sensação de uso.

Com classificação de resistência IP68 contra poeira e água, o Xiaomi 15 apresenta uma estrutura de alumínio que é agradável ao toque e é levemente curvada, sem os desconfortáveis cantos afiados que parecem ser a tendência em outros telefones. A caixa vem convenientemente com uma capinha de proteção, e nossa unidade de análise veio com um protetor de tela pré-aplicado (removido para as fotos de estúdio).

A parte traseira é coberta por um acabamento de vidro fosco que pode ser preto, branco, verde ou prata, fica quase sempre livre de impressões digitais e é fácil de limpar. A ilha da câmera é desnecessariamente grande, mas seu tamanho pode ser usado para apoiar o dedo indicador e ajuda o telefone a não balançar tanto quando deitado em uma superfície plana.

Na parte frontal, a tela OLED plana de 6,36 polegadas é cercada por molduras finas, que ajudam a manter as dimensões do telefone compactas. O Xiaomi 15, assim como seu irmão Ultra, pode atingir altos níveis de brilho e é facilmente legível em ambientes externos, mas também pode ser reduzido para uso no escuro.

Como a maioria dos telefones topo de linha recentes, a taxa de atualização pode variar de 1 a 120 Hz, oferecendo animações suaves durante a rolagem do conteúdo, além de economizar energia em conteúdo mais estático ao não atualizar a tela com tanta frequência. A resolução do Xiaomi 15 é de nítidos 2670 x 1200 pixels e, diferentemente de outros telefones, não há opção de economizar mais bateria mudando para uma resolução mais baixa.

Xiaomi 15 com HyperOS 2 e Android 15 (e Anúncios)

Se você leu a análise do Xiaomi 15 Ultra, pode pular para a próxima seção. O Xiaomi 15 vanilla vem com o HyperOS 2.0.7.0 em cima do Android 15 e, embora a Xiaomi prometa muitos recursos de IA para seu sistema, todos os recursos da marca estarão disponíveis somente depois que esta análise for publicada.

A Xiaomi promete ferramentas de IA para escrita, traduções ao vivo, pesquisa semântica e os recursos usuais de IA generativa, como apagadores de objetos, aprimoramento de imagens (superamostragem), expansão de imagens e recursos de edição de imagens, como remoção de reflexos e edições do céu.

O suporte ao Gemini está a bordo, o que, por padrão, substitui o Google Assistant, mas não é tão integrado aos aplicativos originais quanto nos celulares rivais.

Depois de atualizar uma instalação limpa no Xiaomi 15, obtivemos os mesmos 10 aplicativos de terceiros do modelo Ultra, mas o armazenamento usado foi um pouco menor, 38,7 GB. Prepare-se para ver esse número aumentar à medida que os novos recursos de IA chegarem via OTA, especialmente se você comprar o modelo básico de 256 GB.

Quanto ao suporte de software, a Xiaomi promete quatro atualizações de sistema operacional e atualizações de segurança por 6 anos. Isso não está no mesmo nível do suporte de sete anos do Google ou da Samsung, mas ainda é muito bom para um telefone principal.

Desempenho mais do que suficiente para aplicativos e jogos

Equipado com o chip Snapdragon 8 Elite, 12 GB de RAM LPDDR5X e 256 ou 512 GB de armazenamento UFS 4.0, o Xiaomi 15 ofereceu um desempenho suave nas tarefas diárias, como esperado. Não notamos nenhuma diferença prática em relação ao modelo Ultra com ainda mais RAM e esperamos que o telefone envelheça bem durante sua vida útil de suporte.

Em benchmarks sintéticos, o Xiaomi 15 teve o mesmo desempenho de outros telefones equipados com o mesmo processador, enquanto os testes gráficos do 3DMark não puderam ser executados para esta análise.

Nos jogos, o Xiaomi 15 executou o PUBG Mobile e o Grid Autosport sem problemas e permaneceu frio ao toque, mesmo com configurações gráficas altas, exatamente como um carro-chefe deveria fazer. Por outro lado, a Xiaomi conseguiu colocar anúncios até mesmo na barra lateral do jogo, o que parece fora de lugar em um dispositivo de US$ 1.000.

Ótima câmera principal, ultra-wide medíocre

Por não ser um "Ultra", o Xiaomi 15 faz algumas escolhas sensatas no departamento de câmeras, com o kit testado e comprovado de uma câmera grande, ultragrande e telefoto. A primeira é claramente a estrela do show, com um sensor maior de 1/1,31'' com 50 megapixels e uma lente de abertura rápida de f/1,62.

Os outros dois sensores têm o mesmo tamanho, 1/2,76'', com a ultra-wide apresentando uma abertura f/2.2 e a teleobjetiva com zoom 3x f/2.0. Na frente, a câmera de selfie de 32 megapixels tem uma lente f/2.0.

Os dias de teste do Xiaomi 15 estavam nublados e sem brilho, o que não é o cenário ideal para avaliar as fotos tiradas com ele. Apesar disso, ficamos satisfeitos com os resultados da câmera principal e da teleobjetiva 3x, que, em alguns casos, pode oferecer bons resultados com ampliação de até 5x ou 10x.

As fotos ultra-amplas não estavam no mesmo nível, com cores semelhantes, mas menos nítidas. A diferença aumentou em situações de pouca luz, com resultados muito mais escuros para a câmera ultra-wide.

À noite, as limitações da câmera ultra-grande angular ficam evidentes, pois ela se esforça para capturar luz suficiente, resultando em imagens suaves e com poucos detalhes quando visualizadas no tamanho original. O modo noturno oferece algumas melhorias, tornando as fotos mais adequadas para telas menores (por exemplo, aplicativos de mensagens ou mídias sociais), mas não o suficiente para impressões de alta qualidade.

Por outro lado, as câmeras principal e telefoto têm melhor desempenho em condições de pouca luz, especialmente ao lidar com fontes de luz sem brilho excessivo. O modo noturno aprimora ainda mais essas fotos, aumentando o brilho sem superexposição. O modo retrato dedicado oferece duas opções distintas, enquanto o grande sensor principal contribui para um atraente efeito bokeh (desfoque de fundo).

O Xiaomi 15 também tirou boas selfies, com tom de pele natural, nitidez suficiente e, principalmente, sem efeitos de beleza. O modo retrato foi melhor do que o esperado, lidando bem com a separação do fundo, mesmo em torno de fios de cabelo soltos.

Bateria grande no Xiaomi 15

Apesar das dimensões compactas, o Xiaomi 15 tem uma grande bateria de 5240 mAh. E para uso normal em aplicativos de mensagens e algum consumo de conteúdo, o telefone durou o dia todo com alguma capacidade extra no tanque.

Sessões de jogos mais longas e navegação GPS constante exigirão uma recarga ao longo do dia, e foram necessários 49 minutos para uma recarga completa em nossos testes usando um carregador de 120 W da Xiaomi. Meia hora na tomada foi suficiente para 80% da carga, o que deve durar um dia inteiro na maioria dos casos de uso.

No teste de bateria PCMark, que simula uma carga de trabalho constante com a tela ligada, o Xiaomi 15 durou 17 horas executando o teste entre 80 e 20% de carga, o que é uma boa pontuação para um telefone tão compacto.

Vale a pena mencionar que, embora o Xiaomi 15 seja compatível com carregamento com fio de até 90 W usando os adaptadores HyperCharge proprietários da marca, o telefone não inclui nenhum na caixa. O carregamento sem fio está disponível a até 50 W, mas sem suporte a Qi2. E, por fim, há o carregamento sem fio reverso.

Onde comprar o Xiaomi 15

Não temos informações oficiais sobre a venda do Xiaomi 15 no Brasil, mas ele deverá estar disponível por meio de vendedores terceirizados, como seus antecessores. Na Europa, os preços começam em € 999 para o modelo com 256 GB de armazenamento (cerca de R$ 6.100), então o jeito é esperar e converter para saber se vale a pena.