A teoria do ano S, ou ano par: porque alguns smartphones não impressionam
Apesar da exigência por inovações incríveis a cada ano, as fabricantes de smartphone não colocam anualmente no mercado todas aquelas tecnologias que desejamos. Na verdade, parece até que em alguns anos rola uma preguiça e os novos modelos chegam quase iguais aos do ano passado. Você também percebe isso? Já ouviu falar da teoria do ano S, a teoria do ano par?
Essa não é uma teoria oficial, nenhuma fabricante confirma isso, mas quando examinamos de perto as marcas e seus modelos, principalmente os topos de linha, fica fácil perceber o que acontece. Essa teoria não é confirmada, inclusive, por causa dos motivos de seu uso.
Mas por que fala-se nesses nomes? Temos Ano S e Ano Par, como esse em que estamos agora, 2018. Os dois significam a mesma coisa, mas podem estar relacionadas a modelos e fabricantes diferentes. Os maiores exemplos são as linhas Galaxy S e os iPhones da Apple.
Teoria do ano par
Essa teoria se aplica melhor a linha Galaxy S, mas podemos ver que diversos fabricantes acabam seguindo a gigante coreana. Pela linha S, topo da marca, podemos ver que, em certos anos, a Samsung traz coisas incríveis, boas novidades e que, em outros, os modelos parecem uma cópia do anterior, requentando funções.
Coincidentemente, os modelos mais "sem graça" da linha S são apresentados em anos pares, e daí vemos esse nome. O Galaxy S9 é um lindo e ótimo aparelho, mas não trouxe uma enxurrada de novidades como trouxe o Galaxy S8, e o design é o maior exemplo disso. Eles são quase idênticos, e o sensor em posição polêmica foi a maior modificação.
E podemos dizer o mesmo do Galaxy S7, que segue bem o visual do Galaxy S6, sendo que esse último foi quem introduziu a tela Edge. E é por isso que esperamos tanto pelo Galaxy S10, que deve vir muito diferente e com novidades aguardadas.
Teoria do ano S
Aqui entramos no terreno do iPhone, portanto serei breve. Graças ao termo S, a Apple deixou clara sua estratégia de trazer, em anos alternados, smartphones com melhorias pontuais nos aparelhos, tirando de campo a obrigação de apresentar novo design ou de derrubar o queixo do público.
Essa moda começou no iPhone 3GS e morreu no iPhone 6S, mas foi apenas o nome que mudou. A ideia da Apple de continuar fornecendo disrupções bianuais continuou, mesmo que sem a letra S. O mais recente exemplo disso é o atual lançamento, dessa semana, onde três novos iPhone X chegaram, quase sem mudanças no design.
Pegando outros exemplos, podemos falar da Xiaomi, com a linha Mi Mix e o atual Mi Mix 2S, e também da OnePlus, com seus modelos T. São modelos lançados em menos de um ano, é verdade, e por isso se diferenciam um pouco dos outros, mas o conceito é o mesmo.
Por que isso acontece?
Apesar de o mais fácil de pensarmos estar na questão da preguiça, não é exatamente por isso que essa teoria se confirma. O principal motivo pode estar no P&D das empresas, pois desenvolver não é fácil e nem barato. P&D, para quem não sabe, é o departamento de pesquisa e desenvolvimento das fabricantes.
É fato que elas, principalmente Apple e Samsung, desenvolvem maravilhas e que muitas delas já estão prontas e em testes. Poderiam ser aplicadas no próximo lançamento das marcas, mas isso não seria esperto. Queremos muito pôr logo as mãos nessas novidades, mas é preciso que as empresas paguem o que está no mercado atualmente.
Biometria abaixo da tela, variação de abertura, reconhecimento facial, snaps modulares. Não é em apenas um ano que essas tecnologias – às vezes desenvolvidas por muitos anos – se pagam. Antes de partirem para os intermediários, essas novidades dependem das margens de lucros maiores dos topos de linha para se pagarem, e assim patrocinarem as próximas pesquisas.
- Você ainda precisa de topo de linha ou um intermediário é suficiente?
- Por que lançam tantos aparelhos por ano?
Gastar bala colocando todas as novidades no mercado de uma vez só, assim que estão prontas, faz com que as empresas percam dinheiro e com que consumidores fiquem bravos, sentindo que seus investimentos altos são uma piada para as fabricantes.
Faz sentido para você? O que acha dessa teoria?
Fico pensando que inovação as pessoas querem e para qual finalidade. O iPhone chegará ao Brasil por uns 8k e terá pessoas que irão comprar apenas pra bater poucas fotos, usar Whatsapp, Instagram, jogar as vezes e dizem que ele trás um status hein. Não só iPhone, Galaxy Note quase neste valor, deveríamos discutir como boicotar essas empresas, cada vez que essas empresas "inovam", o preço sobe e povo paga apenas para usar 5 ou 6 aplicativos que rodam em qualquer celularzinho Snapdragon 660. Eu sei que sempre tem exceção, aqueles hardcore, mas são minoria. A maioria esmagadora usa apenas isso. Possuo um S7 com a Superman ROM e extremamente satisfeito, eu adoraria ter um S9, iPhone, Note 9, mas pagar +4k pra satisfazer o ego sem necessidade? A maioria dos brasileiros nem podem ter esses aparelhos(alguns compram mesmo assim), inclusive leitores deste site, acompanho o lançamento de novos aparelhos aqui e venho ler os comentários, a maioria sempre diz que é um absurdo o valor e todo ano querem mais inovação sabendo que vai aumentar os preços. Os smarts já chegaram num patamar que a inovação é apenas atualização dos componentes que já tem, volto a perguntar, que inovação as pessoas querem? Leitor por baixo da tela, por íris, 3D, + tela, soc + rápido, + armazenamento... e ai? Tudo isso num é um perfume novo para todas tecnologias que já tem nos aparelhos comuns! Não é o foco aqui, é um site de tecnologia, sou amante do mesmo, mas não adianta inovar se a cada ano nosso poder de compra diminui e temos menos acesso a eles.
Como você bem comentou Pedro Henrique, as pessoas querem novidade, pelo menos o mercado adora isso, ai empurra qualquer coisa para o consumidor e o mesmo compra.
A sua tese eu também costumo comentar muito por aqui, alguns amigos meus mesmo apertados, tem S8, S9, um já tem iPhone X, e olha que não são pessoas ricas, mas fazem de tudo para comprar, se apertam, ai não podem viajar, passear, nada. Eu tenho um aparelho modesto, simples, J1 Mini, uso para minhas necessidades básicas, em breve comprarei um melhor, mas não vou abandonar o meu atual, cada um deve fazer uma reflexão do que realmente precisa. Você mencionou que tem um S7, já é um estupendo aparelho, quem dera se todo brasileiro pudesse ter um aparelho desse. Que é um excelente modelo.
O mais importante é estarmos felizes com aquilo que temos, eu tenho uma tese também, que digo sempre, eu não preciso de um Mercedes Benz para ser feliz, tenho um Etios, comprei seminovo, e é tão bom quanto o Mercedes e tem um ótimo conforto, ainda ganho na economia, seguro, enfim. Sei o que estou comprando e pesquiso durante meses, ainda negocio desconto, se eu não consigo desconto, não compro.
Seria maravilhoso se cada brasileiro pudesse entender a sua realidade, já passei apertos financeiros, mas graças a Deus nunca tive dívidas, meu pai me ensinou desde cedo, '' se você não tem dinheiro, não faça dívida. '' E isso faz a diferença, no caso ainda dos smartphones, estão caríssimos, por que tem sempre alguém que compra, ai eleva o preço ao máximo. Eu, aproveito a oportunidade, espero meses, ou seja, o momento certo, já fiz excelentes negócios assim.
Por mais dinheiro que a pessoa tenha, ninguém consegue ter tudo, agora, se souber poupar, vive muito melhor e pode comprar coisas boas no momento adequado, essa é a diferença. Mas a grande maioria infelizmente não pensa assim, tem gente que acha que dinheiro dá em árvore.
Seria ótimo se as escolas no futuro tivessem a disciplina educação financeira, ajudaria muito a termos cidadãos mais conscientes.
Eu compartilho do seu método financeiro. A galera ta cobrando tecnologias que mano... todas já existem e é só uma perfumaria. Eu já vi alguns apps para iPhone(não sei se tem para android) que fazem metragem do local apenas com a câmera, esse tipo de coisa é fantástico se feito com precisão. Vale o preço pra um engenheiro e tal, agora desbloquear a tela por íris, sensor abaixo da tela... tela maior, cara me desculpa mas isso não é inovação e ao meu ver não vale a troca de aparelho. Quando rolar uma tela com holograma à la Tony Stark, ai sim... fora algo absurdo assim, não vejo sentido essas matérias, os caras cobram inovação como se fosse a parada mais easy do mundo e tivesse dinheiro para pagar com exceção de uns 15% dos leitores aqui, basta olhar os comentários qndo tem matéria de lançamento com valores. Deveriam ter matérias sobre como boicotar essas empresas, como cobrar dos políticos para diminuir esses impostos absurdos! Isso sim.
O S está mais como pequenas reestilizações como acontecem nos automóveis, se formos reparar, essas pequenas melhorias, não trazem grandes novidades, mas pequenos aperfeiçoamentos, nada de tão expressivo assim, mas funciona muito bem para as empresas terem uma oportunidade de subirem os preços como de costume.
Realmente é algo que nós como consumidores e estamos de fora querendo sempre mais inovação não vemos, mas que realmente faz muito sentido vendo pelo lado da empresa. Ótima matéria Stella
Faz sentido, mas o S10 vai surpreender.
surpreender no sentido de usar tecnologias que concorrentes ja usam
De certa forma, faz todo sentido essa teoria.
"Biometria abaixo da tela, variação de abertura, reconhecimento facial, snaps modulares. Não é em apenas um ano que essas tecnologias – às vezes desenvolvidas por muitos anos – se pagam. Antes de partirem para os intermediários, essas novidades dependem das margens de lucros maiores dos topos de linha para se pagarem, e assim patrocinarem as próximas pesquisas."
isso é verdade muitas vezes aparelhos caros chegam com alguma tecnologia "exclusiva" que a gente olha e pensa do porque aquilo só aparecer em aparelhos Top se nem é aquilo tudo, tipo fone de ouvido Bluetooth, já da pra achar bem baratinho por ai, porque não lançar um aparelho intermediário com fone Bluetooth? tá certo que claro não tem a mesma qualidade de um modelo caro, mas vários aparelhos sempre vão recebendo novas versões mas o fone de ouvido barato que vem junto ao aparelho é quase sempre o mesmo...
Cabe as concorrentes da Samsung e Apple aproveitarem do mais do mesmo quando de anos pares e se esforçar e tentar inovar , obviamente não copiando o design como o notch , mas sim trazendo algo de novo.
Já expliquei mais de uma vez aqui, sobre a sazonalidade praticadas por várias empresas ao redor do mundo, então dessa vez preferi dar um crtl C/cntl V de uma dissertação que fiz em outra matéria, aqui mesmo no AP, segue:
Não sei o porque tanto espanto (principalmente pela mídia especializada), sobre a quase nenhuma mudança do design do Note 9 em relação ao Note 8?
As mudanças de design efetuada pela Sammy segue uma lógica (apenas em seus flagships, infelizmente). Assim como foi com os S6/S7 e S8/S9 as mudanças de design são feitas de dois em dois anos, o que eles chamam de TIC TOC (estão no ano TOC, apenas com um face list dos devices). Grandes mudanças pedem ser aguardadas para o ano que vem (ano TIC).
E isso não é uma "invenção" da Samsung. Outras grandes empresas fazem o mesmo com alguns dos seus produtos, como por exemplos a Toyota e Honda em relação aos Corollas e Civics, respectivamente. Remodelam os veículos, aguardam dois anos e fazem o facelist e depois de mais dois anos fazem novas remodelações, dando um ciclo de quatro anos.
Sim, a estratégia do Tick Tick foi criada pela Intel, e pode ser aplicada aqui também, embora a Intel use isso a cada 18 meses com mais frequência.
Independente de tudo isto, nenhuma das menções nesta notícia justificam o fato de fabricantes como Samsung e Motorola não parar de fragmentar as suas linhas. Como exemplo, o Galaxy S4 (2013) representa o termo fragmentação com as suas variantes Mini, Value e Active, mesmo com quase 11 novidades de software para a época com o 4.2.2 Jelly Bean, mais do que qualquer outro modelo. Assim como acontece com o o modelo G7 ThinQ, com as suas variantes One e Fit.
A Samsung sozinha se mostrou capaz de atualizar um modelo, fragmentar e lançar várias funcionalidades novas ao mesmo tempo para cada modelo, ainda existentes nos topo de linha atuais, enquanto LG lançava apenas o Knock On com G2 e G2 Mini, Motorola lançava o app Moto Actions para o Moto X e Sony apresentava ao mundo a interface OMS para o Z1 e Z1 Compact, responsável por tematizar a interface do sistema e equalizar áudio.
"Oh, tempo bom..." - Emicida
Mas, enfim, esta simples teoria é o resultado para atrasos e abandonos em atualizações de software, correções de segurança, garantias ou até mesmo o simples desleixo das fabricantes com os seus usuários.
O engraçado é que mesmo fragmentando, a Apple ainda consegue manter o suporte dos seus dispositivos pelo fato de ter mais controle sobre os seus lançamentos.
No final das contas, o usuário quer ver algo inovador no aparelho e não consegue, visto que as fabricantes não conseguem mais dar conta da demanda de tantos lançamentos.
Poderiam aprender com Oppo, Vivo e OnePlus, assim como a Huawei, por exemplo, que oferecem cada vez mais novidades nos seus topos de linha, ano após ano, com uma quantidade MÍNIMA de aparelhos no mercado. Quanto tempo levou para o Find X chegar ao mercado como um tiro certeiro na modularidade em tempos de tela sem bordas? Assim como o Vivo XPlay 6, apresentando ao mundo a impressão digital abaixo da tela, e o lendário Moto Z com os seus snaps? Enquanto isto, quanto tempo foi perdido apresentando uma leva de dispositivos por ano? E quem quer ver tanto aparelho assim?
Por este motivo um iPhone é exclusivo e vale mais, um OnePlus vale mais, um Honor vale mais, um Desire ou um U11 valem mais, ou até mesmo os próprios NOKIA valem mais do que muitos lançados até hoje.
É preciso mais sabedoria na hora de decidir entre oferecer novidades e apresentar mais um aparelho ao mercado. E é esta sabedoria que falta na maioria das fabricantes modernas. E a fabricante que concilia estas duas vantagens na experiência ganha pontos no mercado mobile.
Engraçado que vc fala de fragmentação de Samsung e dps fala da Huawei, que deve ter uns 5 tops de linha(P20, P20 Pro, Mate 10, Mate 10 Pro e Mate RS), isso sem contar os Honor.
Mas pense comigo: a Huawei atende a mais de 2.5BI de pessoas só no oriente. Lá é vantagem lançar. E pros lados da América, que concentram apenas 25% da população mundial para serem disputados entre Samsung, Apple, Motorola, Asus, Sony e tantas outras? Isso porque a Samsung perde 1BI só na China, hein?
Você sabe que Huawei vende como água por lá, diferente daqui, onde só compramos J por falta de escolha.
A Samsung tem S e Note disponível, LG tem G e V disponível, entre várias que poderiam ser vendidas aqui. Vendem? Sim, nas mas não têm espaço ou recursos para tais práticas.
Em partes, sim. Mas fica aquela questão de que existem alguns recursos que são implementados em custom ROMs que funcionam da maneira como esperada e são realmente úteis, mas, somente depois de um certo tempo é que aparecem nas ROMs das fabricantes. Isso, claro, falando a nível de software. Em termos de hardware, esse sim, requer um cuidado mais detalhado quanto ao seu lançamento.