O Nokia 6 é apenas uma versão melhorada do Asus Zenfone 2

Em 2015, a Asus provou que é possível trazer um dispositivo mid-range com 4GB de memória RAM e boas especificações a um preço acessível. Em 2017, a Nokia reinventou a fórmula Zenfone 2 e, ao investir em um processador Snapdragon 430 (MSM8937), anunciado em 2015, a empresa conseguiu baratear bastante o dispositivo.

Essa, aliás, é uma conhecida tática da Xiaomi que, ao investir em componentes internos com um ou dois anos de mercado, consegue baixar preços e fazer com que seus aparelhos sejam comercializados para um número maior de pessoas.

Eis por que o Nokia 6 é uma versão melhorada do Zenfone 2

Em 2015, a Asus optou pela parceria com a Intel para a fabricação do Zenfone 2, um smartphone que apostou tudo na capacidade de memória RAM e, por muito tempo, oferecia 4G de RAM de forma exclusiva. Aliás, isso foi o que estabeleceu a Asus no mercado naquele ano como fabricante de smartphone global.

Contudo, o uso do Intel Atom como processador acabou freando a entrega de atualizações do sistema operacional do aparelho, bem como o investimento de desenvolvedores na criação de ROMs customizadas para o Zenfone 2.

Já com o Zenfone 3, a Asus preferiu uma parceria com a Qualcomm.

A Nokia, por outro lado, já saiu acertando com o novo smartphone. A opção de trazer o Snapdragon 430 oferece mais possibilidade em relação às atualizações do sistema, este que saiu de fábrica com o Android 7.0 Nougat, e ainda faz com que a comunidade possa desenvolver uma série de opções em software alternativo ao aparelho.

Além dos sensores das câmeras frontal e traseira terem uma resolução maior, o design do Nokia 6 coloca o aparelho a um ou dois níveis acima do Zenfone 2, diria até mesmo do Zenfone 3.

Porém, é esperado que um smartphone lançado em 2017 seja superior em inúmeros sentidos a um smartphone de 2015. No seu primeiro smartphone rodando com Android, a Nokia optou por investir em especificações certeiras, não ousou, e traz um excelente intermediário às lojas. O imenso mercado chinês será o termómetro para a fabricante finlandesa e sua parceira, a HMD Global.

A Nokia não informa sobre a possibilidade de vermos tal smartphone em mercados emergentes, como no brasileiro ou no indiano, mas, acredito que este seria um caminho certo, visto que grandes das suas concorrentes nestes países, como a Lenovo, a Huawei e a Xiaomi também pretendem alavancar seus dispositivos nestas regiões em 2017, em especial, claro, na Índia.

A Nokia não me surpreendeu com o seu primeiro Android, mas ainda tem pelo menos mais seis oportunidades de fazer isso em 2017.