Quatro mitos exagerados sobre o WhatsApp

1. A aparição das "flechinhas azuis" estragaram relacionamentos

Uma das novidades mais comentadas ao longo dos anos do WhatsApp é a aparição das flechas duplas na cor azul, que confirmam que uma mensagem foi lida pelo destinatário. Apesar da possibilidade de desativar esta opção no menu de Configurações do app, muitas pessoas ainda desconhecem essa possibilidade ou, simplesmente não querem fazer, porque desejam se certificar que o seu interlocutor acessou o que foi enviado.

O problema é que, mesmo se tratando de algo opcional, muitos usuários acusaram o WhatsApp de sabotar relacionamentos (namoros, amizades, etc) ao introduzir as flechinhas azuis no comunicador. Em resumo, é mais fácil "matar o mensageiro" (o WhatsApp, com o perdão do trocadilho) do que confiar no bom senso das pessoas. 

A função é bastante útil, meus caros. Precisamos apenas controlar nossa ansiedade ao esperar por uma resposta. Às vezes, nosso interlocutor simplesmente não pode responder.

2. Existem apps que monitoram nossas conversas no WhatsApp

Já começo dizendo que este mito é mais falso que uma nota de R$ 3. Mas o fato é que, com a popularidade gigantesca do WhatsApp, muitos desenvolvedores com as piores intenções (que por sorte são poucos) tem criado uma série de apps que prometem monitorar as conversas dos contatos que você quiser.

A bem da verdade é que este tipo de app serve somente para inscrever o número do seu telefone em serviços "premium" de mensagens SMS sem o seu consentimento. Com isso, você veria a sua conta telefônica com algumas cobranças indevidas. Ou, se você tiver um plano pré-pago, créditos indo pelo ralo por causa desses SMSs.

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Há alguns anos, eu até encontrei alguns casos de pessoas que me diziam que conheciam alguém, que era primo de um cunhado de um desenvolvedor, que conseguira desenvolver um app que monitorava conversas no WhatsApp. E que o tal aplicativo só não estava no Google Play porque o Google sabia que ele funciona e, portanto, não autorizava sua publicação.

Mas, em resumo: tudo isso não passa de lenda.

3. O WhatsApp espiona nossas conversas

Quando trocamos de smartphones, temos a opção de migrar nossas conversas do antigo aparelho para o novo. Mas isso só pode ser feito transferindo o arquivo correspondente de um dispositivo para o outro, já que nossas conversas não ficam armazenadas no servidor do WhatsApp. E até temos um artigo ensinando como fazer isso. 

Voltando ao mito que muitos fazem questão de propagar, diversos rumores voaram internet afora de que para o WhatsApp, bastaria ter acesso ao seu número de telefone (que, sim, está no banco de dado da empresa) para conseguir acessar todas as nossas conversas. Um evidente exagero. 

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Primeiro porque, tecnicamente, isso é praticamente impossível, já que graças a criptografia End-to-End, usada pelo WhatsApp, as conversas ficam por pouquíssimo tempo nos servidores da empresa. Mais precisamente, elas ficam arquivadas lá até o o destinatário da mensagem visualizá-la, ou seja, em 99,9% dos casos, isso acontece em segundos. 

Segundo, no Android, as conversas podem ser armazenadas tanto na memória interna quanto em um cartão microSD se o usuário assim quiser. Logo, para ter acesso a elas, o "espião" precisa roubar o seu telefone e quebrar a(s) senha(s) do aparelho para lê-las. Ou hackear a sua conta de email para acessar as conversas, caso você escolha esse modo de backup para gravar os dos diálogos do comunicador.  

Em suma, é muito pouco provável que alguém se dê a esse trabalho na esmagadora maioria dos casos. Mas vá convencer os paranóicos - e a Justiça brasileira - disso. 

4. WhatsApp acabará integrado ao Facebook

Vamos terminar essa relação falando de um mito que se espalhou mundo agora desde que o WhatsApp foi comprado pelo Facebook em fevereiro de 2014: a de que o comunicador acabará sendo integrado a rede social e, com isso, ele acabará invadido por anúncios publicitários de todos os tipos, como já acontece na plataforma criada por Mark Zuckerberg. 

Ainda que esse raciocínio faça algum tipo de sentido - afinal, o Facebook gastou US$ 19 bilhões pelo comunicador e precisa achar um jeito de lucrar com ele - a verdade é que nem a própria rede social ainda achou um jeito ideal de monetizar com o WhatsApp.

Além disso, quando o mensageiro foi comprado, o contrato estipulava que suas operações seriam mantidas de forma independente, logo, é difícil mensurar até onde o Facebook tem ingerência nas estratégias comerciais do WhatsApp. 

Para completar, o Facebook tem dado bastante atenção ao seu próprio comunicador, o Facebook Messenger, que vem ganhando diversos recursos legais, como os bots. Enquanto isso, as novas funcionalidades do WhatsApp chegam ao usuário a passos de tartaruga. Ou seja, é difícil imaginar que um vá "engolir" o outro à médio ou longo prazo. Mas, mesmo se isso acontecer, será que seria tão ruim assim?

E que outro mito exagerado sobre o WhatsApp você conhece? Compartilhe com a gente.