A LG resolveu apostar bem alto no primeiro semestre de 2013 no Brasil, trouxe dois dispositivos ao mercado nacional que foram lançados globalmente no ano passado. A primeira frase deste artigo teste do LG Optimus G pode parecer estranha por um simples motivo, hoje, o Nexus 4 chegou ao Brasil ao valor de R$1.699, enquanto o Optimus G será vendido por R$1.999, o que poderia deixá-lo encalhado nas prateleiras do varejo nacional já que a semelhança entre os dois dispositivos é enorme. Porém, a LG têm um trunfo na manga: O Optimus G é a versão Plus do Nexus 4. Continue lendo este revirew do LG Optimus G e perceba nos detalhes o quanto a fabricante coreana acredita neste dispositivo.

Design

Com relação ao material utilizado pela LG no Optimus G, se colocarmos lado a lado com o Nexus 4, os dispositivos se parecerão muito. Tanto a parte frontal quanto a traseira vêm com o resistente Corning Gorilla Glass 2, por mais que você coloque em xeque que a carcaça utilize vidro, isto está no papel. Nas laterais, o display é decorado por um friso cromado estreito, bem como a parte da frente, o botão de volume - que também funciona para acionar atalhos - e o de energia. Aliás, este são os únicos botões encontrados no hardware. Ainda com relação à semelhança ao Nexus 4, na parte traseira a LG também trouxe um efeito visual perceptível ao movimentarmos o aparelho, mas é bem mais discreto que o do dispositivo desenvolvido em parceria com a Google.

O Optimus G não possui botões “home”, “voltar” ou “menu/multitask” físicos, em vez disso, a LG localizou as funções abaixo do display e aqui mora um detalhe muito bacana, os botões só aparecem quando a luz de fundo é acionada com um toque. O tempo desta iluminação é ajustável (nunca, 1,5 segundos, 3 segundos, 5 segundos ou sempre).

A tela possui 4.7 polegadas, não é o maior display do mercado, mas é suficiente para que uma mão como a minha não consiga contornar o aparelho, ao contrário de uma tela de 4 polegadas como a do Xperia J. Porém, o aparelho possui um ótimo grip e as dimenções de 131.9 x 68.9 x 8.45 contribuem muito para isso.

A câmera principal foi posicionada na parte de trás, no canto superior esquerdo do aparelho. Já no canto inferior direito existe uma pequena fenda, estreita e alongada para o alto-falante. A saída de áudio, onde o fone de ouvido pode ser conectado, fica à esquerda, na parte de cima do aparelho e, na parte inferior, está o slot micro-USB, no centro. Aqui também é impossível não fazer uma comparação com o Nexus 4, pois o Optimus G também possui dois parafusos Torx na parte de baixo do aparelho, que servem para dar mais estabilidade ao dispositivo.

Em relação a aparência do carro-chefe da LG, tudo parece bem encaixado, pois nada está solto ou fora do lugar, o dispositivo se encaixa confortavelmente na mão e é bastante elegante. O Optimus G é a prova de que a LG realmente investe em qualidade no design dos seus dispositivos, diferentemente de outras fabricantes coreanas que apostam no plástico para justificar peso e particidade!

Display

A tela do Optimus G é um dos pontos fortes deste smartphone. A tela é LCD e mede 4,7 polegadas na diagonal e está em pé de igualdade com o Nexus 4 ou o HTC One. A resolução de 318 ppi é suficiente para dar ao telefone a capacidade de oferecer ricos detalhes, uma visualização nítida até mesmo quando o usuário se depara com um texto pequeno.

A tela True HD IPS+ touchscreen com resolução de 1280x768p promete excelente contraste, bom brilho e uma reprodução de cores bastante realista. Na verdade, o display é o que mais agrada, o ângulo de visão é amplo, tanto que você pode identificar a tela segundos antes de ela se encontrar em ânugulo reto, é impressionante. Aliás, me lembrou bastante a minha experiência com o meu MacBook Pro em termos de qualidade de imagem.

O brilho pode ser ajustado automaticamente com base no ambiente em que o usuário estiver, funciona no uso diário, mas não é ideal. Por isso, a LG colocou a opção de regular o brilho da tela manualmente na barra de notificações, um atalho bastante funcional.

Software

Em termos de software, o carro-chefe da LG roda com o Android 4.1.2 e ainda não existe uma data específica para a atualização para a versão mais recente do OS da Google. A LG criou a própria interface de usuário, além do design próprio, trouxe também uma série de aplicativos e recursos adicionais. E, claro, por este motivo podemos comparar a abordagem da LG com a da Samsung, que trouxe uma penca de novos recursos ao Galaxy S4.

O design dos ícones e dos widgets, bem como a interface do usuário deixam a desejar em termos de criatividade. Os ícones são quadrados, duros e o desenho dá a impressão de que a LG lutou tanto para não copiar outras fabricantes que acabou voltando no tempo e trouxe uma simplicidade gráfica quase que ingênua. Outra coisa que incomoda: as ínúmeras opções de configuração na barra de notificações. Desde da ativação do NFC e Wi-Fi à Miracast e até mesmo a rotação da tela - que causou muito furor após o lançamento do Nexus 4, em 2012. A impressão que dá é que o "menu de configurações" foi substituído pela "barra notificações", que poderia levar o nome de "barra de ferramentas".

Uma característica muito comentada sobre o software do Optimus G são os aplicativos QSlide que podem ser acessados ​​a partir da barra de notificações. Como uma espécie de "solução flexível para multitarefa", a função permite que alguns apps sejam utilizados ao mesmo tempo em cima da tela que usuário estiver, além disso, podemos ajustar tamanho, posição e transparência dos mesmos. Assim, você pode navegar na internet, por exemplo, e ao mesmo tempo ler ou escrever uma mensagem. A ideia até é interessante, mas nada funcional, partindo do pressuposto de que os aplicativos mais utilizados não contam com este recurso, como é o caso do YouTube, pois para enviar um e-mail e ao mesmo tempo assistir a um vídeo, o recurso so pode ser utilizado em vídeos que estejam armazenados no dispositivo móvel. 

Muito mais útil é QuickMemo que combina imagens com uma função de notas: ao pressionar o botão de volume no meio, uma imagem é criada e o usuário pode tomar notas com o dedo. A operação é intuitiva e as possibilidades são infinitas.

O G Optimus também suporta Miracast, o fornecedor de multi-padrão sem fio para a transmissão de conteúdo, por exemplo, entre o smartphone e TV. Aqui, também, a LG utiliza uma solução de tela dupla para multitarefa. Por exemplo, enquanto na TV roda um vídeo em tela grande, você pode navegar na web com o telefone ou escrever uma mensagem. Até agora, apenas alguns dispositivos suportam Miracast, por isso, vale a pena dizer que a LG oferecendo tal suporte ao Optimus G.

Outras características convenientes incluem o Gerenciador de tarefas pré-carregado, que exibe uma lista de processos em execução, incluindo o carregamento de memória e processador, assim como o gerenciador de arquivos, que representa todos os dados armazenados em uma estrutura de pastas.

Uma coisa que me chamou a atenção em relação ao idoma do sistema operacional é que existe apenas a versão para Português europeu, porém, espero que isto esteja relacionado apenas aos aparelhos comercializados na europa.

Performance

O Optimus G está equipado com o chipset da Qualcomm Snapdragon S4 Pro, que tem clock de 1,5 GHz e uma GPU Adreno 320 ao seu lado. Ponto também para a memória de 2GB de RAM. Quando o dispositivo foi lançado no ano passado, o Snapdragon S4 Pro era um dos processadores top de linha, agora se encontra defasado pela nova geração Snapdragon 600/800. Abaixo, você confere dois testes de benchmark usados para medir a performance deste hardware: Quadrant e AnTuTu.

No uso diário, o processador causa bo impressão. A navegação entre os menus é bem fluida e desliza facilmente entre telas iniciais, os aplicativos são lançados rapidamente e as animações são executadas sem sem demora. O aquecimento da bateria em contra partida é um ponto negativo - mesmo durante a navegação normal, através do menu e a variedade de configurações, a caixa fica significativamente mais quente. A produção de calor também foi notada por alguns dos meus colegas que também testaram o dispositivo, sinal de que é provavelmente algo recorrente.

Câmera

A câmera do Optimus G possui uma resolução de 13 MP e conta com configurações dignas de equipamentos de luxo. Para uma câmera de telefone celular, os resultados são mais que satisfatórios e, depois que você aprende a equalizar os recursos, é possível tirar o máximo do dispositivo. Porém, vale salientar que a câmera tem uma tendência à subexpor as imagens.

Assim como já virou tendênica no cenário de smartphones, não existe gatilho físico para a câmera, porém, não é obrigatório utilizá-lo, pois pressionando o botão de volume no centro, o usuário dispara a foto. Logo, não espera a função zoom normal do volume para cima e para baixo.

O zoom digital deve ser usado com cautela. Como em todos os zooms digitais, não são um zoom "real" óptico, pois na realidade a câmera só vai aumentar a imagem, o que claramente afeta a qualidade da imagem. Eis o calcanhar de Aquíles das câmeras digitais dos smartphones.

OS recursos adicionais do apliicativo da câmera são bem interessantes de usar, o OptimusG oferece a possibilidade de ativar a câmera por voz, por exemplo, o que deixa os auto-retratos mais fáceis de fazer. Apesar de que durante o teste, este recurso funcionou apenas em três dos seis casos e teve um ligeiro atraso, porém funciona. Aliás, aqui entra uma questão interessante, pessoalmente, gosto de funções criativas, e a LG quase convenceu neste quesito, trouxe interações interessantes como esta ao smartphone.

A função HDR é um recurso que deve ser usado com moderação, pois assim como pode beneficiar uma imagem, pode deixar ela como cara de capa da Playboy. O recurso foi tão perturbador, que escrevi um artigo para explicar quando você deve usar e quando você não deve recorrer a esta função, que você confere aqui.

A função Panorâmica também cumpre com o propósito e pode ser operada facilmente - a direção não deve ser determinada com antecedência, primeiro você seleciona o sentido de rotação e, mesmo os movimentos bruscos são bem corrigidos pela câmera. O "tempo de captura" esconde um modo que registra imagens antes mesmo do usuário pressionar o botão do obturador. Na prática, parece que a câmera captura seis imagens e você pode escolher uma - o resto será apagado se necessário.

Todas as fotos deste teste em tamanho original podem ser encontradas aqui.

Bateria

A bateria tem uma capacidade de 2100mAh e um intervalo aceitável, mas não pode ser substituída, assim como a bateria do Nexus 4. A bateria se comportou muito bem enquanto testei o aparelho, praticamente um dia e meio, sendo que usei muito o navegador web e o streaming de vídeos, porém, pela falta de slot microSD, não tive minha experiência completa, já que o maior do meu tempo ocioso gosto de ouvir música ou jogar.

Aqui, uma coisa que me chamou muito a atenção, já que a barra de notificações traz a alma do aparelho, a LG deixou de fora a verificação rápida da porcentagem de carga restante da bateria na barra de notificações. Este tipo de informação aparece apenas quando você vai desbloquear a tela e, mesmo assim, apenas quando o cabo de carregamento está conectado. Caso contrário, você tem que desajeitadamente navegar pelo menu. (Atualizado em 28.03.2013 - Seguindo as indicações do Daniel Bocchi, moderador do fórum do AndroidPIT, é preciso ativar a função  "Porcentagem de bateria", no menu de configurações "Economia de bateria", para que a porcentagem apareça na barra de notificações). Aliás, considere que carregar o dispositivo na tomada será muito, mas muito mais eficaz que através do cabo USB, por exemplo. Este detalhe chamou muito a minha atenção, pois normalmente, carrego tranquilamente meus dispositivos usando este recurso, no caso do Optimus G, repensei este costume.

Especificações Técnicas

Juntando todas as características que encontramos no Optimus G, podemos dizer com certeza que este é um dos principais dispositivos presentes atualmente no mercado. Em termos de display e processamente de dados está realmente à frente, ainda mais quando você coloca o dispositivo à prova no dia-a-dia. O tamanho e o peso são aceitáveis, porém, a falta de um slot para cartão microSD pode ser um problema para alguns usuários, apesar de 25 GB de memória interna estar mais do que suficiênte.

Confira as principais especificações do LG Optimus G em detalhe:

• Tela de 4,7 polegadas com resolução de 1280 x 768 pixels (318 ppi)
• Processador Qualcomm Snapdragon S4 Pro de 1,5 GHz (Quad-Core)
• Unidade Gráfica: Adreno 320
• Memória RAM de 2 GB
• Memória interna de 25 GB, não expansível
• Câmera traseira de 13 MP
• Câmera frontal: 1.2 MP
• SO: Android 4.1.2 Jelly Bean
• NFC
• Google Now
• QuickMemo
• Dimensões: 131,9 x 68,9 x 8,45
• Peso: 145 gramas
• Bateria: 2100 mAh

Conclusão

O LG Optimus G é um smartphone muito bom para competir na corrida pela coroa no mercado de smartphones Android no Brasil. Porém, não chega em primeiro lugar, mas ainda assim se mantêm na primeira fila deste páreo. A desvantagem é que o aparelho carrega o selo de 2012, já que é embalado por um processador Snapdragon S4 Pro e facilmente pode ser comparado ao Nexus 4, com a desvantagem de não contar com as atualizações do OS diretamente da Google. Entretanto, traz a vantagem de maior capacidade de armazenamento. 

Em termos de software, o LG Optimus G oferece características interessantes e bastante úteis, como os aplicativos QSlide ou o recurso QuickMemo, mas a aparência da interface do usuário peca em criatividade. O maior problema do carro-chefe da LG é que chegará ao mercado muito semelhante ao Nexus 4 e mais caro também. Quem decidir pelo Optimus G vai receber um equipamento de primeira classe, mas outros fabricantes já oferecem modelos com mais recursos a preços semelhantes.

Colocando o Optimus G lado a lado aos concorrentes no Brasil, as especificações não me fariam comprá-lo neste momento.

Na sua opinião, o LG Optimus G será uma sombra do Nexus 4 ou possui recursos que o destacam em relação aos dispositivos high-end do mercado nacional? Deixe-nos saber o que você pensa sobre este smartphone Android nos comentários abaixo.