Não são os jovens os culpados por tanta fake news na internet

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© nextpit

Se você pegar notícias na internet só pelo título, logo vai achar que os Millennials (geração Y, também chamada geração do milênio, geração da internet, ou Millennials, se refere ao nascidos após 2000, ou seja a partir de 2001) são os culpados por tudo – desde a morte de vários setores até a economia em dificuldades. No entanto, um novo estudo revelou que eles não são culpados por espalhar desinformação.

Pesquisadores das universidades de Nova York e Princeton descobriram que aqueles com mais de 65 anos são os mais propensos a compartilhar notícias falsas on-line, as tão famosas fake news, independentemente de sexo, raça, educação ou renda.

O papel da influência da mídia na vitória de Donald Trump sobre Hillary Clinton tem sido um tópico polêmico no exterior, assim como a nossa própria eleição no Brasil em 2018. Estudos anteriores descobriram que notícias falsas pró-Trump poderiam ter influenciado a decisão de algumas pessoas de votar nele.

Este novo estudo, publicado na revista Science Advances, também analisou o comportamento do usuário em torno da eleição presidencial dos EUA em 2016. Os participantes que usaram o Facebook foram solicitados a compartilhar seus dados de perfil, incluindo as postagens que eles fizeram e as páginas que eles seguiram. Os links em suas linhas de tempo foram verificados em relação a uma lista de domínios conhecidos por notícias falsas.

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O Facebook é a plataforma mais associada por notícias falsas / © MichaelJayBerlin/Shutterstock

Curiosamente, apesar da histeria envolvendo notícias falsas na época, poucas pessoas no geral se interessaram de verdade por elas. Apenas 8,5% dos participantes compartilharam pelo menos um link falso de notícias. A filiação partidária também desempenhou seu papel, com 18% daqueles que se identificaram como conservadores compartilhando notícias falsas, em comparação com menos de 4% daqueles que se identificaram como liberais.

De acordo com o The Verge, "os pesquisadores atribuíram essa descoberta em grande parte a estudos mostrando que, em 2016, notícias falsas serviram esmagadoramente para promover a candidatura de Trump". Dados similares foram apresentados por uma reportagem do El País em relação às últimas eleições no Brasil.

No entanto, os idosos eram desproporcionalmente mais propensos a espalhar informações erradas, com 11% caindo em fraudes. Comparativamente, na faixa etária de 18 a 29 anos, apenas 3% dos usuários compartilhavam notícias falsas. Isso se manteve verdadeiro mesmo quando as pesquisas eram controladas por ideologia política.

Os pesquisadores não podem dizer de forma conclusiva por que os usuários de mídias sociais mais velhos compartilham mais notícias falsas, mas há duas teorias prováveis: falta de alfabetização digital e declínio cognitivo como resultado do envelhecimento. Se for o primeiro, no entanto, há esperança de que o problema possa ser resolvido tanto pelas plataformas de tecnologia quanto pelos próprios usuários.

40% das notícias na internet são falsas

Pessoas mais velhas em sua maioria já têm certa dificuldade em lidar com alguns recursos na internet, e é preciso adicionar também que os mau intencionados não ajudam em nada. Isso por que, de acordo com a New York Magazine quase metade das notícias que circulam na rede são falsas.

Isso é ajudado pelo fato de pouco menos de 60% do tráfego de toda a internet ser realizado por humanos. E o restante? De acordo com o artigo, bots simulam a interação e o tráfego humano no restante do espaço. São robôs que espalham as notícias, comentam nelas e fazem o ranking de sites duvidosos subirem na busca do Google.

A solução, de acordo com eles: "Para consertar isso, uma reforma cultural e política seria necessária no Vale do Silício e ao redor do mundo, mas é nossa única escolha. De outro modo, vamos acabar com uma internet dominada por bots, pessoas falsas, cliques falsos, sites falsos e falsos computadores, onde a única coisa real serão os anúncios."

O que você acha? Você já caiu em fake news?

*Com a colaboração da editora Stella Dauer do AndroidPIT.com.br

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11 Comentários
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  • 16
    Conta desativada 15/01/2019 Link para o comentário

    Fake não deve ser nunca news e news nunca deve ser fake. Apurando as informações certas se chega a conclusão correta


  • 63
    José Luís Silva Martiniano 15/01/2019 Link para o comentário

    Infelizmente sim, só o que se ver e se viu se chama fake, o que é muito chato.


  • Tiago 30
    Tiago 14/01/2019 Link para o comentário

    Educação digital?? Isso é que nem pedir banheiro sem distinção de gênero quando metade dos brasileiros nem saneamento básico tem! Pqp...!

    Matheus L.


  • Stella Dauer 49
    Stella Dauer 14/01/2019 Link para o comentário

    Posts que falem apenas de assuntos não relacionados a tecnologia serão apagados.

    Conta desativadaRafael Nunes


  • Rafael Nunes 26
    Rafael Nunes 14/01/2019 Link para o comentário

    Na minha opinião, este tipo de assunto deve ser levado a sério. E acho que é algo que deveria ser encarado como crime e enrijecido a tratativa dessas coisas. Acho que quem produz uma fakenews deve ser incriminado de acordo com a abrangência da notícia e pagar pelo tal ato. E as redes sociais deveriam intensificar o combate a este tipo de matéria punindo a pessoa de não participar mais da rede. Fakenews é um sério problema para todos os setores, sem exceção.

    Só mais um adendo; pessoal parem de discutir política aqui. Este site é para se discutir sobre tecnologia e não opiniões políticas, pois no final isso só gera confusão, não estou aqui para falar deste assunto.

    Conta desativadaMarcos PauloMaykol J. CasamasmoGiordano Santiago


    • Tiago 30
      Tiago 14/01/2019 Link para o comentário

      Como combater fake news sem mexer no direito a liberdade de expressão? Apesar de parecer que não há nada a ver uma coisa com a outra, a própria liberdade de me expressar pode ser verdadeira ou não. Ex: leio que a Gleisi PT defende o Maduro e que culpa do povo ter que comer cachorro na Venezuela é dos EUA. É fake certo? Daí vamos fazer o q pra combater essa informação?

      Giordano Santiago


      • Bruno Salutes 54
        Bruno Salutes 14/01/2019 Link para o comentário

        Liberdade de expressão também precisa ter limite. Uma coisa é você se expressar naturalmente e livremente, outra é interferir no pensamento alheio com mentiras. Apesar da gente ligar fake news com política, existe fake news em outros segmentos, como na indústria alimentícia, na medicina (que são as mais perigosas), na tecnologia, na indústria automotiva, educação, ciência e etc. Histórias são plantadas todos os dias sobre diferentes assuntos...compartilhar isso em massa sabendo que se trata de informação falsa é má fé. As plataformas que permitem a disseminação de conteúdo precisam criar mecanismos que identifiquem automaticamente comportamento abusivo. Precisa existir regulamentação apropriada para punição de casos graves.

        Conta desativadaR PrebiancaPedroMarcos PauloRafael NunesMaykol J. Casamasmo


  • Alexandre M. Crocci 8
    Alexandre M. Crocci 14/01/2019 Link para o comentário

    Até concordo que os mais velhos espalham fake news, mas acho que por serem mais inocentes. As pessoas hoje estão muito mais mal intencionadas do que as gerações passadas
    Agora qual a média de idade das pessoas que criam os fake news? Acho que ai está o problema.

    Conta desativadaPedroMarcos PauloGiordano SantiagoRafael Nunes


    • R Prebianca 15
      R Prebianca 15/01/2019 Link para o comentário

      Exato, os "criadores" das fakenews encontraram o ponto exato de onde investir.


  • Lígia B. 31
    Lígia B. 14/01/2019 Link para o comentário

    Nem toda velhice é acúmulo de sabedoria, algumas velhices só acumularam idiotice mesmo.

    Tiago


  • 73
    Jairo rios 13/01/2019 Link para o comentário

    E quem garante que esta pesquisa também não é um fake news?

    Matheus L.Giordano Santiago

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