Gear Fit: um gadget bem desenhado rodando um software do ano passado
No ano passado, analisei o Galaxy Gear, o smartwatch da Samsung, na época lembro que apostei mais no desenvolvimento da tecnologia que na própria funcionalidade do aparelho. Neste ano, tive a oportunidade de testar a Gear Fit, a pulseira da fabricante sul-coreana. Depois de muito ponderar, posso dizer que o que mais chama a atenção neste wearable da Samsung é mesmo o design.
A Samsung deu início a uma nova série de dispositivos com a Gear Fit, retirou do nome a marca “Galaxy” e não utiliza mais uma versão baseada no Android como OS do gadget, ao contrário, preferiu investir no Tizen. O resultado é que a pulseira se parece muito com a versão anterior da linha se smartwatches Gear em termos de sistema operacional quando olhamos diretamente para ela. Mas de acordo com a própria fabricante, a diferença está na performance: os novos Gear rodando Tizen possuem uma autonomia de bateria maior.
Durante o MWC 2014, lembro de ouvir muitos especialistas em tecnologias móveis dizendo que desta vez a Samsung havia mesmo acertado no que tange aos dispositivos wearable. Entretanto, cerca de um mês depois, veio a Motorola (em parceria com a Google) e apresentou o seu smartwatch 360 rodando com o Android Wear. Depois disso, a Samsung, os Gears e o Tizen ficaram de lado. Entretanto, não se pode negar a importância da fabricante sul-coreana neste mercado e seus hardwares competitivos… mas será que vale investir R$ 899,00 neste gadget? Continue lendo a minha review sobre a Gear Fit e tire suas conclusões ao final.
Prós
- Design
- Tela
- Tempo de bateria
Contras
- Notificações pobres
- Pedometro manual e nada objetivo
- Sensor de monitoramento cardíaco instável
- Compatibilidade com outros smartphones é inexistente
Samsung Gear Fit – Desenho & Qualidade de Construção
É preciso dizer: a Gear Fit é linda. A primeira característica que chama a atenção é a tela OLED curva super colorida e brilhante. Não é exagero dizer que quando o display se acende você sente que o seu ambiente se ilumina e fica cheio de vida. A pulseira da Gear Fit é substituível, e você pode escolher a que melhor cobiça com o seu estado de espírito, eu ficaria com a roxa ou a preta (difícil decidir por apenas uma). A qualidade da pulseira desenvolvida pela Samsung é muito boa - uma borracha preta com uma textura como padrão. De forma alguma parecer vulgar ou cafona.
O módulo em si é removível e impressionantemente pequeno. As dimensões do módulo não são grandes e, por causa da curvatura da tela, todo o corpo do “relógio” é curvo, o que o torna bastante confortável ao envolver em torno de pulso, como um bracelete.
Na parte inferior do relógio percebe-se os conectares para o carregamento da bateria da Gear Fit e o monitor de freqüência cardíaca. Na parte lateral, fica o botão para ligar e desligar a tela. A Gear Fit não tem alto-falantes ou microfones.
Assim, sem uma maneira de produzir áudio, a pulseira da Samsung faz uso da resposta tátil para os alertas de notificações e alarmes. A vibração é realmente muito sutil, mas como a Gear Fit está ajustada em torno do seu pulso, é muito improvável que você não vá notar o alerta.
Enfim, se existe uma característica que a Samsung considerou ao desenvolver este gadget foi o design. A Gear Fit dá vontade de ter só pelo bel prazer diário de admirar uma obra prima fruto da criatividade de designer criativo.
Samsung Gear Fit – Tela
Como disse anteriormente, a tela é espetacular. A escolha da tela curvada OLED de 1,84 polegadas, com resolução de 432x128, pode parecer excêntrica, especialmente quando o fato de visualizar conteúdo é prejudicado. Porém, no fim das contas, se pegarmos os atuais dispositivos wearable presentes no mercado, apenas o Pebble sai na frente nesta disputa - a Sony nem sequer usa um display na sua Smartband e a LG não fica muito longe com a sua pulseira para fitness também.
Entretanto, mesmo possuindo uma qualidade de imagem única, seria irresponsabilidade minha dizer que a tela da Gear Fit é suficientemente funcional para oferecer melhores recursos ao gadget, na realidade, ela é um dos fatores que o torna limitado.
Samsung Gear Fit – Software
Se até agora tudo parecia fazer sentido na Gear Fit, é no software que a Samsung peca mais uma vez. Assim como no Gear original, a pulseira não possui funções muito úteis e, até mesmo os recursos de controle para a prática de atividades físicas não ajudam a tornar o produto atraente.
Com relação aos aplicativos que a Gear Fit oferece suporte, a grande marioria já vinha embarcado no software do primeiro smartwatch Gear, o que demonstra a incapacidade da Samsung em inovar nesta área. Aplicativos de terceiros, como o Gmail, por exemplo, continuam apenas informando sobre a chegada de uma notificação, mas é impossível ler o conteúdo da mesma, o mesmo ocorre com o Google+. Nas últimas semanas, adquiri a primeria versão do Pebble e afirmo que a experiência com o gadget é outra quando você consegue acessar a informação completa da notificação, o que torna o dispositivo muito mais funcional e independente do smartphone em si.
Provavelmente, a culpa aqui não é apenas da Sammy, pois a Google também possui uma parcela de culpa nesta história, visto que limita o uso de alguns dos seus serviços pelo simples fato de deixá-lo exclusivo. A verdade é que não podemos de fato utilizar a Gear Fit para a maioria das notificações que recebemos na pulseira, o que a torna inútil neste sentido. Os usuários até podem ver se o e-mail ou a mensagem de texto é importante, mas isso não o levará ao próximo ponto. Sinceramente, acreditei que a Samsung havia aprendido a lição com o Gear original.
Existem, claro, algumas funções um pouco mais interessantes na Gear Fit, tais como postergar eventos no calendário, ignorar chamadas e adiar alarmes. Tal recurso é definitivamente útil, mas está longe de ser inovador.
Com relação aos possíveis aplicativos que podem ser integrados à Gear Fit, bom, eles não existem. A Samsung declarou que está trabalhando com desenvolvedores para trazer aplicativos para o Gear OS, com especial carinho para a pulseira, mas atualmente, não existem apps disponíveis para download.
Porém, o Gear Fit possui algumas outras funções simbólicas, como um cronômetro, o temporizador, um localizador de telefone (supondo que estejam emparelhados) e um controlador de mídia que parece funcionar com praticamente qualquer aplicativo de vídeo ou música que você tenha no seu Galaxy S5. Porém, o controle de mídia também é frustrante, pois é completamente passivo. Em casa, tenho um sistema de som que pode ser connectado via bluetooth com outros dispositivos e, por isso, compreendo muito bem a necessidade de um controlador de mídia funcional. Usando a Gear Fit, controlar a reprodução de música do Galaxy S5 conectado aos sistema de som é rídiculo, pois caso eu possua apenas uma música em um álbum, não é possível acessar o gerenciador de músicas ou álbuns do Google Music, por exemplo, usando a pulseira. Assim, se você possui apenas uma música no álbum selecionado no celular, terá que acessar o mesmo para chegar a té a "raiz" do aplicativo de música. É frustrante!
Mas o que poderia torna a Gear Fit um dispositivo necessário são os recursos de monitoramento para atividades físicas. Porém, aparentemente o Gear OS não é smart o suficiente para tornar tais funções automatizadas. Assim, tudo deve ser ativado manualmente, desde o início da contagem de passoas ao final dela. A freqüência cardíaca é medida passivamente, quando você começa uma atividade física precisa habilitar o serviço caso queira saber como estão os seus batimentos cardíacos naquele determinado momento. Mas o pior é saber que o sensor de frequência cardíaca é impreciso e funciona de forma instável.
Assistindo ao vídeo abaixo, você confere alguns dos modos de exercício oferecidos pela Gear Fit e algumas características de funcionamento da mesma:
Por fim, vale dizer que tudo é sincronizado automaticamente com o telefone através do aplicativo Gear Fit Manager. Entre os serviços que o software oferece, o que mais chama a atenção é o S Health, claro. Vale dizer que o aplicativo em si é muito bom, mas a única maneira de vê-lo é recorrendo ao seu telefone Samsung. Não há nenhum painel disponível através de um navegador ou de um aplicativo em um tablet.
Samsung Gear Fit – Performance
A Gear Fit é embalada por um processador dual-core de 1GHz de arquitetura ARM e vem com 512MB de memória RAM e 4GB de armazenamento interno. Durante meu teste, o hardware se comportou bem, executando as tarefas de forma rápida, mas também, convenhamos que não é possível exigir muito do gadget. Levando em consideração o meu teste com o Galaxy Gear no ano passado, a pulseira da Sammy é mais ágil e as animações são visivelmente mais suaves.
Samsung Gear Fit – Bateria
Para carregar a Gear Fit se faz necessário conectá-la a um dock/adaptador. Também conhecido por “dongle”, este pequeno dispositivo além de servir para carregar a pulseira, também oferece suporte como entrada para o cabo micro USB.
O fato da Gear Fit contar com este dongle, faz com que a pulseira possa ter as características de design mencionadas acima, e isto é um ponto positivo. Porém, a Samsung deveria pensar em otimizar o gadget oferecendo a possibilidade de carregamento sem fio, mas deixá-lo ainda mais caro, claro.
Dito isso, a vida da bateria da Gear Fit está dentro das estimativas da Samsung, ou seja, entre 3 e 4 dias. Mas isso vai depender da forma como o usuário utiliza o aparelho, podendo diminuir ou aumentar esta estimativa.
Samsung Gear Fit – Especificações Técnicas
Veredito Final
A Gear Fit é um dispositivo que fica entre um smartwatch e um gadget para monitoramento de estatísticas usadas para a prática esportiva, mas que no fim das contas não é muito bom em nenhum dos casos. Assim, o dispositivo acaba sendo apenas um bracelete que vibra pulso e possui uma tela com uma qualidade excelente, mas com funcionalidade extremamente limitada. E, acreditem, este tipo de tecnologia não vale R$ 899,00, mesmo parecendo legal.
Além disso, o fato da Samsung ter sido tão conservadora ao ponto de impedir o uso de aplicativos de terceiros, torna a Gear Fit um dispositivo de luxo mesmo: bonito, mas sem função real. Digo mais, com a instabilidade do sensor para monitoramento cardíaco e o imprecisão do pedômetro, a pulseira não pode nem ser usada para o seu fim maior que é a prática de atividades físicas.
Ainda sabemos pouco sobre o Moto 360, mas se pensarmos em todas as possibilidades de um wearable rodando com o OS Wear Android prestes a chegar ao mercado, fica difícil imaginar a compra da pulseira da Samsung. Em especial porque de inovador, não possui nada.
Porém, uma coisa é certa, desta vez a Samsung acertou no design!
Muito bonito esse Gear Fit.
o aparelho é bom, voce monitora o sono, as calorias perdidas e tem varias informações na corrida e tal, mesmo usando na esteira ele mede a velocidade e distancia, acho que só tendo um mesmo para saber que é bom. tive aquela porcaria de moto 360 e troquei no fit, fiz um ótimo negocio, a bateria dura mais e o sensor cardíaco funciona perfeitamente, coisa que no 360 não funcionava a não ser que estivesse completamente estático. Enfim recomendo para os gordinhos que querem monitorar desde o sono ate a distancia percorrida.
Olá Camila, eu tenho um Galaxy Note 2, e o mesmo não possui o S Health. Como é feita a transmissão de dados do Gear Fit para o aparelho?
atualize seu android e instale esse app para controlar o fit, a partir do lolipop sei que é nativo do sistema da samsung
Eu tenho um gear fit, gostei muito de tudo nele, a única coisa que pra mim deixa um pouco a desejar é a vida útil da bateria, não sei se é por ele fica conectado ao celular, a bateria do meu tem uma durabilidade baixa
Tenho um fone Bluetooth da Sony, BTN-200, que conecto ao meu Galaxy S5, através do Bluetooth, e prático meus exercícios. Gostaria de saber se com a conexão do Gear Fit ao galaxy S5 quando estiver praticando meus exercícios perderei a possibilidade de ouvir musicas pelo meu fine bluetooth, pois o bluetooth está conectado ao Gear Fit.
Tenho a mesma dúvida.
conseguiu uma resposta?
sim funciona sim o bluetooth pode ser usado ao mesmo tempo para ambos os acessorios
Olá Alexsandro, a Gear Fit é compatível com o Galaxy S4 Active e com o Samsung Galaxy S5 / Galaxy Grand 2 / Galaxy Note 3 / Galaxy Note 3 Neo / Galaxy Note 2 / Galaxy S4 / Galaxy S3 / Galaxy S4 Zoom / Galaxy S4 Active / Galaxy S4 mini /
Galaxy Mega 6.3 / Galaxy Mega 5.8 / Galaxy Note 10.1 (2014 Edition) / Galaxy NotePRO (12.2) / Galaxy TabPRO (12.2/10.1/8.4).
Obrigado Camila pela atenção. E continue com seu ótimo trabalho que vc faz.
Possuo um Galaxy S3 I9300 com SO Loolypop, no entanto náo existe a compatibilidade ou seja perdi 2 reógios Gear 2 e o Fit....
Gostaria de saber se ele é compatível com Galaxy S4 Active?
Pra mim a principal deficiência é ser compatível apenas com aparelhos Samsung!! Venderiam muito mais se tornassem compatíveis com qualquer Smartphone!
até um tempo atras eu ficaria vibrando por isso , mas faltou coisas que de útil não vi nada , pois para da alerta ? a sony tem dispositivo que se usa como fone que é mais pratico e não custa caro , esse ai sem nada de bom ,
A Samsung tenta empurrar esses dispositivos, mas a verdade é q todas as tecnologias nele presentes não estão bem desenvolvidas e o tamanho da tela torna o gadget ainda menos útil. Sobre tudo, por ser pioneira o marketing é extremo, passando a ideia de tecnologia de ponta e blá blá blá, tentando induzir o consumidor a comprar algo que nem se quer cumpre o que promete. Triste realidade.
Empurrar o tizen em uma aparelho que só é compatível com galaxys é um fail né... só a samsung nesse mercado de dispositivos vestiveis que faz isso (mercado que tem desde nike, peble, sony, razer etc...). Tomara que uma luz venha a cabeça deles e no novo dispositivo que usará o android wear (a samsung está entre as empresas que tá desenvolvendo para esse OS, certo?) liberem para outros androids...
Está aí uma tecnologia que não me desperta interesse. Não consigo ver funcionalidade que justifique um investimento nestes dispositivos. Claro esteticamente pode ser atrativo mas...