Fim de feira: qual foi o saldo da IFA 2013?

Destaques

Não por coincidência, os maiores pavilhões da feira foram das empresas que lançaram os seus carros-chefes com uma antecedência estratégica com relação às compras de Natal. A Samsung criou um enorme salão branco (com o chão rigorosamente  limpado a cada cinco minutos) para apresentar o aguardado Galaxy Note 3. O novo Note chegou mais fino, mais “quadrado” e mais brilhante. A parte traseira de couro certamente dividirá opiniões, mas vamos combinar: quem escolhe a Samsung já se acostumou a fechar os olhos para a sua escolha de material, não é mesmo? De forma geral, no que concerne ao phablet a companhia sul-coreana fez o mínimo necessário, e senta-se calma no trono esplêndido da liderança mundial de vendas de smartphones, postura que no longo prazo pode ser perigosa. Veja o primeiro teste do Note 3 aqui.

A Sony apostou num pavilhão circular, menos high-tech e mais elegante, em que seus novos produtos foram expostos. A estrela maior foi naturalmente o Xperia Z1, a respeito do qual tanto se especulou nos blogs de tecnologia há meses. A expectativa criada causou também uma espécie de anticlímax, e a impressão que ficou foi a de que as inovações com relação ao Xperia Z não foram significativas. Não me entenda mal: trata-se de um aparelho top em todos os sentidos, e a Sony não faz concessões quanto à escolha de material e specs de hardware, além de haver corrigido alguns erros do antecessor (veja o teste aqui). Tanto a Samsung quanto a companhia japonesa, contudo, não surpreenderam com seus aparelhos. Elas fizeram o que se esperava delas.

Com a LG a história é outra. A forma como a empresa montou seu hall de exposições já dava a dica de que ela investiu alto para não se tornar coadjuvante num evento em que a Samsung e a Sony seriam as protagonistas: uma tela gigantesca na entrada mostrava animações em 3D e Full HD, e num segundo salão o LG G2 recebeu o merecido destaque. Se o Xperia Z1 e o Galaxy Note 3 não nos surpreenderam, o carro-chefe da LG foi simplesmente um assombro, e no bom sentido. Sua tela foi chamada de obra-prima pela Camila na review do aparelho, e com razão. O ceticismo inicial quanto aos botões na parte traseira logo foi substituído por uma sensação de praticidade, e as novas funções de software, como os dois toques para ativar a tela, também convenceram. A impressão é de que a LG quer mais espaço no mercado mobile, e apostou em inovações e melhorias em todos os aspectos: design, software, câmera, etc. Não se acomodar e assumir riscos são o segredo para o sucesso no mundo tecnológico, e a LG mostrou que entendeu isso muito bem.

Ideias boas, execução fraca

Não foi este ano que vimos um smartwatch que impressionasse. O Galaxy Gear é grandalhão, sua bateria tem pouca autonomia (ele precisa ser carregado diariamente), sua câmera faz fotos ruins e, o que é pior, o dispositivo é completamente dependente de um smartphone. As chances são pequenas de que ele se torne um sucesso de vendas, e resta a esperança de que a Samsung (bem como as outras companhias que já lançaram seus modelos) aprenda com os erros e desenvolva dispositivos com perfis mais definidos e funções próprias.

Outra dupla que chegou como co-protagonista de um carro-chefe foram as novas câmeras da Sony, a nosso teste de câmeras, as diferenças não foram tão grandes com relação do Xperia Z1 e o LG G2. A Sony recebeu o prêmio de inovação da feira com os produtos, aliás algo merecido. Os ajustes a ser feitos são bem menores do que no mundo dos smartwatches.

Outra ideia que me chamou a atenção foi um tablet taiwanês que também funciona como projetor. A boa ideia foi mostrada de uma maneira um tanto precária da IFA: um pequeno stand, uma barraca de camping (!) e lá dentro o tablet branco projetando um filme de Taiwan. A companhia se chama itsvision e procura no momento um parceiro europeu para a distribuição do dispositivo. Ele roda com Android 4.2, tem processador dual-core e não apresentou atrasos na projeção. Achei-o uma boa opção aos beamers, sempre grandes, pesados e caros. Com um tablet você pode transformar uma parede da sala de seus amigos numa tela de cinema, por exemplo.

Acessórios, acessórios e mais acessórios

O que seria dos smartphones sem os populares acessórios? A IFA trouxe uma tonelada deles, de todas as partes do mundo e para todos os gostos. Capas de celulares com cristais, alto-falantes de todas as formas e modelos, telas de proteção para smartphones e tablets. Os meus acessórios preferidos seguem abaixo.

Panzer Glass

Conhece aquela fina folha (geralmente de plástico) que você cola na tela do seu smart para evitar riscos e arranhões? Pois imagine uma super-película, de vidro, que deixa o seu display 9 vezes mais resistente (e 5 vezes mais resistente do que a nova tecnologia Gorilla Glass). Essa folha existe e se chama Panzer Glass. No stand da firma dinamarquesa, um homem literalmente martelava o seu smartphone e nada acontecia. Esse é um acessório realmente útil, que pode aumentar consideravelmente a vida do seu dispositivo.

ZAGG - a capa prática

Esta empresa norte-americana trouxe para a IFA várias capas para tablets e smartphones com teclado incorporado. Como elas também servem de suporte para os dispositivos, você pode instantaneamente transformar seu tablet num laptop. As capas têm suporte para Android, Windows 8 e também Apple iOS.

EyeFly 3D

Esta também é uma película para celular, mas seu objetivo não é apenas proteção contra riscos. Com o devido app instalado, você tem automaticamente uma tela 3D, e sem precisar de óculos especiais. Ideal para jogos e vídeos, na minha opinião. Para voltar à tela 2D, basta sair do aplicativo.

Essa foi a IFA 2013. O que achou dos lançamentos?