Review do Zenfone 6: uma das melhores surpresas de 2019!
Lançado primeiro em Valência, na Espanha, o Zenfone 6 marca uma mudança na estratégia da ASUS. Com preço alto e hardware parrudo, além de uma inusitada câmera giratória, a empresa mostrou que realmente está investindo em aparelhos topo de linha. Mas será que ele é mesmo capaz de competir com concorrentes como o Galaxy S10+, o Huawei P30 Pro ou o OnePlus 7 Pro? Descubra a resposta em nosso review.
Prós
- Tela sem bordas
- Excelente autonomia
- Excelente desempenho
- Câmera rotativa com design original
- Qualidade das fotos
- Custo-benefício
Contras
- Sem carregamento sem fio
- Sem resistência à água (IP68)
- Confiabilidade da câmera rotativa. Será que dura?
Asus Zenfone 6 (2019) – Data de lançamento e preço
O Zenfone 6 chegou ao Brasil custando R$ 2.699 para o modelo cm 8 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento. Esse valor é válido para pagamento à vista. O programa ZenTroca faz a troca dos modelos Zenfone 5 e Zenfone 5Z pelo Zenfone 6 com descontos que podem chegar em até R$ 2.000.
Design bonito ousando apenas na câmera
Fora o módulo de câmera, do qual falo mais abaixo, a ASUS não ousou demais em nenhum outro aspecto do aparelho, que segue um visual elegante e sóbrio . Seu design, em alguns casos, chega até a lembrar um pouco a linha de smartphones gamers ROG, sem as partes mais características.
A traseira é quase reta, com cantos arredondados para melhorar a pegada, e segue um acabamento visual meio aveludado, pouca coisa mais comedido do que o seguido pela linha Moto G7. A versão que experimentei é um preto classudo com o logotipo e algumas inscrições destacados em um bonito azul bem no meio do aparelho.
O sensor biométrico, que está retangular e menor do que em outros aparelhos da ASUS e concorrentes, fica na traseira. Acima dele fica o módulo de câmera fechado, que fica um pouco protuberante em relação ao restante do corpo, que não é muito grosso.
A moldura é em metal bisotado, e no topo ficam o mecanismo da câmera e um microfone extra. Do lado esquerdo, o berço triplo para dois nano SIM e um microSD, e do outro um botão liga/desliga com uma discreta borda em azul, botões de volume e a Smart Key. Por fim, na parte de baixo ficam o conector para fones de ouvido, conector USB-C, microfones e o alto-falante.
Na parte frontal há o domínio da tela, mas acima dela, quase imperceptível, fica a saída de som, com alguns sensores e um LED de notificação ao lado. O acabamento é arredondado, como na moldura, para deixar a grande tela mais ergonômica nas mãos.
O Zenfone 6 acaba sendo até menor do que o Pixel 3a XL, mesmo com quase meia polegada de tela a mais. No entanto não é muito fácil manuseá-lo com apenas uma mão, mas também não é dos mais difíceis atualmente. Ele não tem proteção contra água ou poeira (IP68).
Tela livre de qualquer obstáculo
Ao invés de passar antes pela "fase" do notch em forma de furo, gota ou meia lua, a ASUS já partiu direto para a tela livre de qualquer entalhe. Com um grande painel LCD IPS de 6,4 polegadas e aproveitamento de 92% da frente, ela é bem atraente, parecendo até bem maior do que realmente é.
A resolução FullHD+ é mais do que suficiente para o uso diário, e a tela tem proporção de 19,5:9 e proteção Gorila Glass 6. Embora o fato de ser uma tela IPS não permita que todas as bordas ao redor tenham o mesmo tamanho, ainda assim ela nos agradou, com poucas bordas laterais e uma gama de cores muito boa, cobrindo 100% do DCI-P3.
A ASUS afirma que o brilho da tela chega a 600 nits , e ele realmente se mostrou mais intenso em comparação com um Pixel 3. Isso garante boa legibilidade inclusive em ambientes ensolarados, como foi o caso de Valência. O equilíbrio de branco também parece ser bem suficiente.
ZenUI fica mais limpa e leve
A ASUS acabou cedendo na questão do software, e mesmo que um pouco a contragosto resolveu tirar a bagagem em excesso de sua interface ZenUI. Não que não existissem inúmeras funções interessantes e bacanas, mas nem sempre pecar pelo excesso é a melhor ideia.
Por isso a ZenUI, agora na versão 6, foi enxugada . Muitas funções foram mantidas, como os toques para acordar a tela, controle especial de som, apps especiais da empresa (tais como Clima, ASUS data transfer, Galeria, Gravador de som e outros), um gerenciador de memória interna e RAM, modos de bateria especiais, Game Genie, Twin Apps (para usar duas contas de alguns apps) e outros.
Mas nem tudo é perfeito: nós ainda encontramos aplicativos que não podem ser removidos (Facebook, Messenger e Instagram, para citar alguns), mas no geral é um progresso.
O recurso OptiFlex também está presente: ele acelera o início de aplicativos, reduz o recarregamento de outros e economiza energia no modo de espera. Funções já queridas, como gravação de chamadas nativa e gravação de tela também foram mantidas.
Uma das novidades misteriosas apresentadas no Instagram da empresa foi a Smart Key, ou Tecla Inteligente, o botão que fica acima dos botões de volume e liga/desliga no aparelho. Mas diferente de botões exclusivos para assistentes pessoais que estão sendo usados em outros aparelhos como no Galaxy S10 e no LG K12+, esse é altamente personalizável.
Em um dos modos, você aperta uma vez para o Google Assistente, duas vezes para o Google Assistente com atualizações pessoais na tela e aperta e segura para já falar com o Google diretamente. No outro modo, Personalizado, você pode usar as mesmas três ações para realizar até nove ações diferentes. Inicialmente me confundi entre a Smart Key e o botão liga/desliga, embora o primeiro seja texturizado.
A versão do Android presente no Zenfone 6 é a 9 Pie, mas já foram prometidas também atualizações para o Android Q e o possível Android R, mais uma coisa fora do comum para a ASUS, que costuma prometer apenas um grande update no Android. O aparelho também está inserido no programa Beta do Google. A versão do sistema mais próxima da que vemos no Pixel ajuda nisso, certamente.
Topo dos topos em várias versões
Dentro do Zenfone 6 está o chipset Snapdragon 855, rodando a até 2.8 GHz, acompanhado por 6 GB ou 8 GB de RAM e 64 GB, 128 GB ou 256 GB de armazenamento. A GPU é uma Adreno 640, e a memória interna segue o padrão UFS 2.1, o que garante velocidade no acesso aos dados. Além disso, o sistema mais enxuto ajuda a aumentar a velocidade do aparelho, que suportou bem a multitarefa.
Nosso aparelho de testes veio equipado com 8 GB de RAM e 256 GB de ROM, e demonstrou uma pequena tendência a aquecer sob uso intenso. Mas no geral o ZenFone 6 está equipado para qualquer tipo de uso . Em comparação com outros topo de linha, o smartphone não deixa nada a desejar, muito pelo contrário. E os benchmarks confirmam isso:
Benchmarks do Zenfone 6
Asus ZenFone 6 | OnePlus 7 Pro (WQHD 90 Hz) | Huawei P30 Pro | Samsung Galaxy S10+ | |
---|---|---|---|---|
3DMark Sling Shot Extreme | 5 526 | 5 374 | 3 990 | 4 371 |
3DMark Sling Shot Vulkan | 4915 | 4 758 | 3 995 | 4 276 |
3DMark Sling Shot | 7080 | 6 958 | 3 228 | 4 503 |
3DMark Ice Storm Unlimited | 75 574 | 65 808 | 35 981 | 56 128 |
Geekbench 4 (Single / Multi Core) | 3379 / 10 159 | 3 419 / 10 773 | 3 283 / 9 750 | 4 175 / 10 031 |
PassMark Memory | 26 576 | 31 375 | 30 190 | 19 777 |
Pelo preço, o Zenfone 6 é simplesmente um dos smartphones mais potentes que você vai encontrar. Nenhum jogo é páreo para ele, e você poderá desfrutar a qualquer momento dos melhores gráficos disponíveis.
Yes, nós temos conexão de áudio
Não que a Asus tenha limado a conexão P2 de seus últimos topos de linha, mas é bom ver que ela segue firme e forte em sua ideia de manter o plugue de 3.5 mm presente (ainda mais porque o smartphone nem é tão fino que justificasse uma retirada). Não apenas isso: a empresa inclui na caixa os conhecidos ZenEar, que dessa vez foram desenvolvidos pela 1MORE, especialistas em fones.
O som externo segue a linha dos últimos lançamentos da marca, sejam premiuns ou intermediários. É um som alto e claro , e que de tão alto chega a estourar em volume máximo. Bem mais alto do que a maioria dos aparelhos, e com um semi-estéreo. Isso porque a saída frontal também emite som em situações externas, mas é bem menos potente do que a saída que fica abaixo do aparelho. No geral, peca um pouco nos graves, mas é bem suficiente para jogos, por exemplo.
Nossa única reclamação é que o volume do alto-falante durante as chamadas poderia ser um pouco mais alto. Isso é notável especialmente quando você se encontra em locais bastante ruidosos, como o metrô.
Câmera que faz muito mais do que girar
Mesmo abandonando o slogan "We Love Photo" pelo "Defy Ordinary", a ASUS continua destacando a fotografia na comunicação de seus aparelhos. E aqui é temos o ápice deste caminho, que começou inovando no Zenfone Zoom, e agora traz a peculiar flip camera.
Confesso que ao ver os primeiros rumores sobre o aparelho, pensei se tratar de mais um mecanismo simples basculante, como o do Galaxy A80, mas ao ver a apresentação oficial e passar um tempo com o Zenfone 6, percebi que há muito mais trabalho aqui do que se esperava, e podemos ter algo realmente bom nas mãos .
Usando um motor de passo, a Flip Camera gira 180 graus em torno de um eixo para passar da traseira à frente, deixando o Zenfone 6 com um "galo na cabeça". Mas primeira coisa que vêm à mente ao vê-la em movimento é a fragilidade de tal módulo. Será que ele dura?
A ASUS garante 100.000 movimentos para a câmera, ou seja, 28 movimentos de câmera por dia durante 5 anos. Para maior proteção, um sensor no módulo detecta a taxa de aceleração, permitindo que a câmera giratória se retraia automaticamente a uma posição segura em caso de queda.
Durante o meu teste, o telefone sofreu e algumas quedas, e apesar da minha ansiedade, o módulo sempre escapou ileso. A ASUS explica que usou um material chamado metal líquido, desenvolvido pela Caltech, o Instituto de Tecnologia da Califórnia, na "caixa" do módulo. Apesar de ser um metal ruim para antenas e para dissipar calor, ele é 20% mais leve e quatro vezes mais resistente que o aço inoxidável, e se mostrou ideal para o módulo da câmera da ASUS.
O motor de passo, novos cabos para aguentar os giros, tudo foi formulado pelos engenheiros da ASUS para buscar a maior resistência possível. Um vídeo com uma criança brincando com o módulo e o forçando-o de várias maneiras mostra que a ASUS não brincou em serviço.
E além de ser uma câmera traseira e de selfie, ela também pode ser usada em uma posição intermediária. Através de um controle que pode ficar na tela ou no botão de volume, você pode travar a câmera em qualquer ângulo entre 0 e 180 graus. Isso facilita uma série de fotos e também a produção de conteúdo em vídeo.
Falando dos sensores, temos um de 48 megapixels, Sony IMX586 com lente com abertura f/1.79 e outro ultra wide com campo de visão de 125 graus e sensor de 13 megapixels. Eles gravam em até 4K a 60 fps, tornando o Zenfone 6 o primeiro smartphone a gravar nessa resolução usando a "câmera frontal". A qualidade dos vídeos é boa, com estabilização eletrônica para reduzir os movimentos da câmera.
No geral, as fotos tiradas com o ZenFone 6 são boas. Embora possa faltar contraste algumas vezes, a reprodução das cores é bastante precisa e a nitidez é boa. Em condições de pouca luz, ele também se sai bem: os detalhes estão presentes e há pouco ruído. O modo noturno é, no entanto, pior que o de seus concorrentes.
Embora não tenha zoom óptico equivalente ao P30 Pro, a câmera rotativa pode oferecer mais espaço para sua criatividade, especialmente para panoramas ou vídeos em movimento (a câmera segue automaticamente a pessoa). A grande angular pode ter belas paisagens e é útil ao fazer selfies.
No link a seguir você confere as fotos feitas no teste, sem edição:
Bateria poderosa em um topo de linha
Logo de cara, temos de dizer que uma bateria de 5.000 mAh em um smartphone que não é tão grosso e ainda carrega o hardware de um topo de linha é algo bem diferente, que nem Samsung, nem Huawei se arriscam a fazer em seus carros-chefe.
É fato que perdemos a tecnologia de carregamento sem fio, mas a ASUS não considera essa função popular o suficiente para encarecer o produto e acredita que uma bateria maior e um carregamento rápido de 18W (Quick Charge 4.0) conseguem suprir as necessidades nesse quesito.
A ASUS tem uma tradição em oferecer smartphones com uma bateria de longa duração, e neste ponto o Zenfone 6 não desapontou. A bateria de 5.000 mAh é suficiente para 2 dias com uso intenso, competindo com o Huawei P30 Pro no quesito autonomia. Nos testes do PC Mark, o ZenFone 6 marcou 13 horas. Para comparação, o Huawei P30 Pro chegou a 14h, e o S10+ a apenas 10 horas. Em termos de tempo de tela, ela pode chegar a cerca de 7 horas.
No entanto, temos que mencionar que dada a alta capacidade da bateria, uma recarga completa demora duas horas, mesmo com o carregador rápido.
Asus Zenfone 6 (2019) – Especificações Técnicas
Uma surpresa verdadeiramente agradável
Com o o Zenfone 6 a ASUS aposta na originalidade e surpreende agradavelmente no nível estético com sua câmera basculante. Com um design agradável e boa ficha técnica, o novo carro-chefe da fabricante taiwanesa conseguiu nos seduzir, especialmente porque a sua autonomia e desempenho são excelentes.
Acrescente a isso a boa qualidade das fotos e um preço mais acessível do que muitos rivais e você entenderá que a ASUS parece ter projetado o concorrente ideal para aparelhos como o OnePlus 7. Em resumo, o Zenfone 6 oferece uma das melhores relações custo/benefício que você poderá encontrar.
Acima de tudo, o Zenfone 6 marca a tentativa da Asus de trilhar seu próprio caminho, sem se inspirar no design de outras fabricantes, e marcar seu lugar próprio e original no mercado. Em matéria de smartphone ela ainda engatinha em números perto das gigantes, mas o Zenfone 6 parece ter sido uma escolha interessante para mudar isso.
O que você achou das novidades da ASUS para o Zenfone 6?
Este review foi escrito em colaboração com Pierre Vitré, do AndroidPIT.fr
Gostei do aparelho, apesar de não curtir estas estripulias na câmera frontal, um notch gota ou punch hole vai melhor na minha opinião, a tela poderia ser amoled espero que no 7 a Asus faça isso e a biometria poderia ao menos ser na lateral do aparelho, na traseira para um top gama acho bem ruim.
Belo gadget , parabéns a Asus, e a Stella voltou para o androidpit BR?
Que bela tela!
E o preço está muito bom.
Em alguns meses será um top abaixo dos R$2.000,00
Acredito que "até" 7 horas de tela não é uma boa estimativa, já que faço 9 horas de tela com o note9 que possui um chipset da versão passada uma bateria com 4000mah, a menos que a tela(por não ser amoled) consuma tanto assim. Pra ficar perfeito só faltou uma tela oled de resto achei um aparelho fantástico com um preço muito bom.
É um seríssimo candidato a uma eventual substituição do meu celular atual (um Zenfone 3 com quase 3 anos de uso). Como não sou do tipo que "precisa" ter o último lançamento, posso exercitar a paciência e aguardar pelo momento "estropício". Até lá, o preço (que já está bem interessante para um SD855 com 8GB de ram) será ainda mais convidativo!