Review Zenfone 4: o tempo ensina e a Asus aprendeu
O Asus Zenfone 4 foi lançado em outubro de 2017 para concorrer em uma das faixas de preço que mais cresce no Brasil: a dos intermediários premium acima de R$ 1.900. Como vários outros jornalistas, produtores de conteúdo e influenciadores, nós aqui do AndroidPIT também recebemos unidades para testes e finalmente conseguimos dar ao flagship da Asus a atenção que ele merecia. Leia neste review a nossa análise completa.
Prós
- Belo design e boa construção
- Câmeras dupla satisfatórias
- Leitor de digital na parte da frente
- Bateria acima da média
Contras
- Traseira de vidro ainda é escorregadia
- Interface do Android ainda bastante modificada
- Pouco apps próprios, mas ainda apps pré-instalados
- Sem proteção para água e poeira
Zenfone 4 – Data de lançamento e preço
O Zenfone 4 foi anunciando em 3 de outubro e chegou ao Brasil por R$ 1.899 para a versão com processador Snapdragon 630, 4GB de RAM e 64GB de espaço, R$ 2.299 para o Snapdragon 630 com 6GB de RAM e 64GB de espaço e, por fim, R$ 2.499 para a versão com Snapdragon 660, 6GB de RAM e 64GB. Por aqui, testamos a última opção. O dispositivo está disponível nas seguintes cores: dourado, preto e prata.
Além do modelo principal, a Asus trouxe outras variantes do Zenfone 4:
- Zenfone 4 Max: R$ 1.099 (2GB RAM) e R$ 1.249 (4GB RAM)
Cores - pink, dourado e preto. Tela de 5,5" HD, 5.000 mAh de bateria, versões com 2GB e 16GB para Snapdragon 425 e 3GB de RAM e 32GB para Snapdragon 430. - Zenfone 4 Selfie: R$ 1.199 (3GB de RAM) e R$ 1.349 (4GB de RAM)
Cores - verde, rosa, dourado e preto. Tela de 5,5" HD, 3.000 mAh de bateria, versões com 3GB e 32GB e 4GB de RAM e 64GB para Snapdragon 430. Câmeras 20MP/16MP. - Zenfone 4 Selfie Pro: R$ 1.499 (3GB de RAM) e R$ 1.699 (4GB de RAM)
Cores - vermelho, dourado e preto. Tela de 5,5" Full HD, 3.000 mAh de bateria, versões com 3GB e 32GB e 4GB de RAM e 64GB para Snapdragon 625. Câmeras 16MP/5MP.
Zenfone 4 – Desenho & Qualidade de Construção
Como quase todas as fabricantes, a Asus vem tentando trilhar seu próprio caminho em busca de um design que possa ser chamado de seu. O Zenfone 4 ainda lembra alguns de seus concorrentes, como iPhone ou mesmo alguns aparelhos da Samsung, especialmente da linha Galaxy A, mas tem uma característica que é única e que merece ser citada: os tais círculos concêntricos.
Herdados da linha de notebook da Asus, os círculos concêntricos sempre foram o elemento mais icônico da Asus e eles estão em evidência, como no Zenfone 3, mas com mais atenção aos detalhes, uma vez que o centro das formas agora partem do logo da Asus na parte traseira. Recebi um aparelho na cor Midnight Black, que parece meio azul marinho, que é também minha cor predileta, e devo dizer que fiquei apaixonada pelo aparelho.
A construção em metal e vidro do Zenfone 4 mostra que a Asus, como outras fabricantes, entendeu que topo de linha, ainda que não seja premium, não pode ser de plástico. O que as fabricantes ainda não resolveram, e aqui também estamos falando da Asus, é que o vidro é um material ótimo, mas ainda muito escorregadio e que talvez fosse uma boa ideia encontrar uma solução para esse problema. Eu sei que grande parte das pessoas usa o smartphone com capinha – e a Asus até enviou uma na caixa para incentivar o uso– , mas vamos pensar também naqueles que usam sem pois querem exibir seus belos equipamentos?
Não foram poucas as vezes que o Zenfone 4 deslizou sozinho em cima de uma superfície lisa e foi parar no chão. Diferente do Moto X4 que testei que voltou para a assessoria trincado – foi mal, pessoal – o Zenfone 4 ainda resiste, mas apenas porque é menos escorregadio do que o concorrente e por isso caiu menos vezes. Até o momento.
Outro ponto positivo da construção do Zenfone 4 é que tudo está onde deveria estar em um tamanho que é bastante confortável: a entrada do tipo USB C, a entrada P2 ali por perto, na parte debaixo do smartphone, os botões de volume e de liga e desliga no lado direito, bem ao alcance do dedão, a gaveta de chip do lado esquerdo – Dual SIM híbrido – e, mais importante de tudo, o sensor de digital no lugar mais correto possível: junto do botão home, na frente. Um ponto negativo, porém, é a ausência de proteção contra água e poeira, o tal IP68. A minha mãe deixou cair água no Zenfone 2 dela – um outro bom aparelho da marca – e ele não teve salvação. Parece algo tão bobo, mas não é mais.
Zenfone 4 – Tela
Com uma tela de 5,5 polegadas e display LCD IPS com resolução Full HD (1080 x 1920 pixels), o Zenfone 4 não tem, de fato, uma tela impressionante como dessas que parecem infinitas ou que trazem a tecnologia AMOLED, bem mais brilhante, mas ela é sim bem satisfatória. Fique de olho que a Asus adora puxar nas configurações e, normalmente, a tela vem com um modo de cor bem exagerado, o Vívido. Para não se sentir enganado, prefira o Equilibrado.
A tela 71,4% da parte da frente do aparelho, o que em tempos de tela mínima e smartphones com poucas bordas, pode parecer muito mas, bem, não se pode ter tudo. No fim, é uma questão de escolha pessoal mesmo: tela praticamente sem moldura, mas com sensor de leitor de digital na traseira. Embora seja falada há bastante tempo, o leitor de impressão digital na tela só apareceu agora em 2018.
Em se tratando de Asus, que acompanhamos desde a chegada do primeiro Zenfone no Brasil – ei, isso é legal – pelo menos dessa vez os botões ao lado do home, de voltar (na esquerda) e o de janelas (na direita) são iluminados. Eu gostaria de poder mudar os botões de lugar porque prefiro o voltar na direita, mas mesmo que pudesse, eu não conseguiria andar por aí com os botões trocados visualmente. Então, deixa assim, a gente se acostuma.
Mas demora, viu?
Zenfone 4 – Software
O Zenfone 4 vem de fábrica rodando o Android Nougat versão 7.1.1, mas o Android Oreo já está confirmado. Porém, essa não é melhor notícia em se tratando de Asus. A melhor notícia é que a ZenUI 4.0 finalmente está agradável. Ainda que ela ocupe 12 GB de espaço desse aparelho que recebi com 64 GB, é preciso dizer que ela está bem mais elegante do que antes.
Sistema operacional com fundo branco, cores fechadas, sem degradê, ícones minimalistas e poucos aplicativos pré-instalados. Antes que alguém me acuse de defensora do Android Puro, devo dizer que não é bem isso: eu apenas detesto sistema operacionais modificados para pior, especialmente quando se trata de design de interface. Usando ele com mais afinco, porém, as mudanças ficam mais evidentes e por vezes incomodam, pois para quem está acostumada a usar o Android simplesmente não encontrar as coisas com a mesma facilidade porque elas mudaram de nome ou de cor ou ganharam um aplicativo para aquilo pode ser bem chato.
Os apps próprios da Asus são poucos, pelo menos nessa versão que recebemos. E tem alguns que são importantes, como o Gerenciador de celular – quase obrigatório nos smartphones nos dias atuais – e o Gravador de som. E outros nem tanto, mas ainda assim legais, como Selfie Master. Vejam minhas fotos e diga se não faz milagre? Além disso, o Selfie Master tem um recurso de embelezamento ao vivo para o caso de você ser um influenciador que faz lives. Acho sempre que a Asus poderia enxugar ainda mais e transformar apps em recursos, algo que a Samsung costuma fazer muito bem, obrigada.
Sobre a tradução da plataforma para o português, que sempre foi uma questão para Asus, devo dizer que melhorou consideravelmente, mas ainda é uma questão. Volta e meia você se depara com um problema de tradução. Bem menores que no passado, mas ainda ali. Alguns updates estão chegando, então vejamos se isso se resolve.
Zenfone 4 – Performance
O conjunto de hardware, podemos dizer, assim de cara, é promissor: 64 GB de memória de armazenamento, 6 GB de RAM (nem sei o que é isso na vida) e um processador Qualcomm Snapdragon 660 octa-core. Nesse sentido, foi bastante interessante testar o Zenfone 4 porque eu ainda não conhecia o desempenho de 660, que é da família do 820 oficialmente, e nem um aparelho com 6 GB de RAM. E, olha, devo dizer que fomos surpreendidos positivamente.
Em quase um mês de testes com o Asus Zenfone 4 devo dizer que não tive nenhum problema de travamento, pelo contrário. A experiência foi bastante fluída. Pode ser também porque eu vim de testes com um Xperia XZ1 Premium que apesar de topo de linha deu umas engasgadas na minha mão e um Moto X4 que decepcionou e muito em performance. Acho que a combinação do 660 com os 6 GB de RAM deu bastante certo e com isso a Asus sai na frente dos concorrentes na mesma faixa de preço. Afinal, o que mais se busca ainda é um bom custo-benefício.
Zenfone 4 – Áudio
O Zenfone 4 vem equipado com dois alto-falantes. Um na parte de cima, na altura da câmera frontal, bem centralizado, enquanto o segundo fica embaixo do aparelho, entre a entrada USB C e a P2 para fone de ouvido. Ele obviamente tem microfone com cancelamento de ruído. O smartphone tem ainda suporte a áudio de alta resolução (24-bit/192kHz audio), mas os fones de ouvido que os acompanha não são lá grande coisa.
Se você os compara com fones de ouvido de smartphones premium na faixa dos R$ 4 mil, mais precisamente com os AKG que vem com o Galaxy Note 8 (que estou testando), a diferença é perceptível, porém, não se pode dizer que eles são ruins, apenas intermediários, como se apresenta o aparelho, vale dizer.
E além de discretos e de virem com microfone, eles são bem confortáveis no ouvido, passando longe daqueles fones da Apple que vem com os iPhones – sério, como é que alguém consegue usar aquilo? E, ah, eles também são brancos se você gosta desse estilo mais chamativo. Outros dois conjuntos de borrachas de silicone estão inclusos na caixa para você encontrar o par que mais se ajusta a sua orelha.
Zenfone 4 – Câmera
A câmera frontal é de 8 megapixels com abertura f/2.0, 24mm, capaz de fazer imagens com 1080p, tem função HDR, panorama e também embelezamento e a mais nova coqueluche, o modo retrato. Fiz alguns testes com a câmera frontal e o que me impressiona mais é sempre o pós-processamento, especialmente do modo embelezamento – que, vale lembrar, tem um app separado para tal. Só fazendo uso desse recurso é possível tirar selfies depois de um dia cheio. Tudo bem que ele transforma você quase num mangá, mas antes um mangá do que uma zumbi, certo?
Aqui, vale uma dica: no geral o modo embelezamento já vem ativado de fábrica e quando você menos espera terá sequências de selfies com o seu rosto bastante modificado, por vezes tanto que as pessoas vão até perceber que o modo embelezamento anda ativado na mais alta potência. Melhor ser uma opção do que um padrão, certo?
O modo retrato que todo mundo está anunciando é aquela coisa de desfocar o fundo, não sou a maior das fãs, mas vi vantagem quando fui testar e meus livros na estande ficaram desfocados, dando destaque para o rosto.
Já a câmera traseira é a que promete mesmo – o slogan desse Zenfone 4 é "We Love Photo", em tradução literal para o português, "nós amamos fotos". Por isso, a câmera traseira é dupla, uma com 12 megapixels, abertura f/1.8, lente de 25mm, PDAF (detecção de fase) e OIS (estabilizador óptico), enquanto a segunda tem 8 megapixels, lente de 12mm, autofocus, e vem acompanhada de flash dual-LED (dual tone).
Também conta com HDR, que pode ser selecionado ou estar no automático, faz panorama, tem modo profissional e outros vários modos já configurados, como para fazer fotos em câmera lenta, GIF, super resolução e outros. Com a câmera traseira também é possível fazer vídeos com 2160p a 30fps.
Mas o que eu mais gostei da câmera traseira e dupla é que no software, assim como no LG G6, existe a possibilidade de escolher se você fará a foto usando a lente mais aberta ou a mais fechada. E esse recurso é físico, não digital. Se você tapar a lente objetiva não consegue fazer fotos mais próximas, e se você tapar a lente grande-angular não será capaz de fazer a foto que cabe mais elementos na cena. Porém, eu gosto muito desse recurso, pois ajuda não só o usuário a entender como funciona um sistema de câmera dupla, mas também a fazer mais uso dela.
Ainda na fase de hands-on, tirei fotos pela manhã em um dia nublado e a qualidade, no geral, foi bem boa. E mesmos nos testes mais profundos ela não decepcionou, para o que se espera de um smartphone intermediário. No geral, a entrega é bem boa em termos de cores e nitidez. Se você começar a brincar com as duas lentes na câmera traseira vai perceber que a qualidade da grande angular é visivelmente inferior, então evite usar só elas em condições duvidosas de luz, optando pela normal quando for tirar fotos de noite, por exemplo. Mas de dia elas se equivalem mais.
Zenfone 4 – Bateria
A bateria do Zenfone 4 é de 3.300 mAh, número que considero bem bom para um intermediário. Eu, particularmente, tenho dificuldades de comprar um aparelho com menos de 3.000 mAh porque normalmente é daquele tipo que só aguenta o horário comercial, nunca o happy hour. Apenas para termos uma ideia, tirei ele da caixa com pouco mais de 50% e em 12h horas apenas com Wi-Fi ligado ele foi para 40%.
No meu um mês de testes com o aparelho, a bateria não decepcionou e até garantiu alguns pontos para a Asus. Pois quando eu menos esperava, lá estava ele, de pé, aguentando meus dias mais longos sem reclamar.
Veredito Final
Aparelho principal dessa nova linha de smartphones da Asus, o Zenfone 4 parece ser um bom ícone do que a empresa pretende com esses lançamentos: entregar um celular intermediário que tem quase tudo que um premium tem, ainda que não a tela infinita, mas duas câmeras, sensor de digital na frente, e um design bonito e funcional. Com um software bem mais leve do que nas versões anteriores, é possível que a Asus faça mais barulho do que nos últimos anos.
É muito claro, para mim, que a Asus aprendeu com os erros e que chega no Zenfone 4 com um conhecimento acumulado em anos e que faz a diferença. O Zenfone 4 é de longe o mais bem acabado dos aparelhos da marca e tem tudo para consolidar a Asus no mercado nacional. A parceria com a Qualcomm é outro ponto importante nessa evolução, pois já trouxe frutos como esse ótimo processador que é o 660. Se continuar mantendo o equilíbrio nos outros smartphones da linha Zenfone 4 e nos seus próximos lançamentos – sem deixar que um ovo podre desande a maionese – as perspectivas são só de crescimento e de sucesso.
Peguei o meu com sd660, 128gb interno e 4gb de ram... Essa versão de 6gb de RAM e sd660 não achei não... Mas apesar da ram ser um pouco menor que a do teste, devo dizer que estou gostando demais do aparelho, muito fluido, câmera muito boa, som alto, bateria duradoura, e por um preço show! Pra mim tá ótimo!!!
Sem dúvidas esse Zenfone 4 está pronto para brigar com aparelhos como o A8 2018 (que por experiência própria é decepcionante), Moto G6 Plus e Moto Z3 Play. Mas a pergunta que fica é: será que vale à pena investir nesse aparelho já que falta pouco para o lançamento do Zenfone 5 no Brasil???
Eu realmente gosto desse telefone. Estou muito satisfeito com eles.
Como está a sua experiência? As câmeras são tão boas quanto as que tinha no Zenfone 3?
Por que vocês não fazem um teste de bateria em tempo real executando apps por X minutos, reproduzindo X horas de vídeos online e offline, deixando o celular em descanso X minutos? Assim seria mais fácil saber quanto realmente a bateria dura.
#Asusnuncamais Nunca fui tão mal atendido por uma empresa quanto eu fui pela Asus. Pós-venda não é favor, é obrigação e respeito a quem aposta na marca.
Onde eu encontro pra comprar esse modelo com SD 660 e 6 Gb de RAM ? Procurei na internet, mas só encontre o modelo com SD 630 e 4 Gb.
Zenfone 4 flagship???
SD 660 pertencente à família 830??
Tem certeza disso? Não quer consultar os universitários?
ASUS tem muito que aprender ainda............ MUITO !
Eu queria um Zenfone 4 Max rosa
Parece mesmo ser um bom smartphone. Quando o preço dele abaixar, será uma ótima opção de compra.
Aparenta ser um smartphone honesto, mais o preço ainda é bem salgado. No lançamento tinha versão de 2,4k, praticamente o preço de um S8. Mas tenho meu pé atrás com a Asus, tive problemas com dois Zenfone 2 e um Notebook...
Prefiro o Moto X4
Custa metade,é tão bom quanto é já está no Oreo
é, ele também vem com metade da memória anunciada kkkkk
Depois que atualizou pro oreo ficou com 20GB livres
O meu já é Lote novembro 2017, a câmera frontal está com foco normal
Prefiro Mi A1
Bem que eu gostaria de não usar capinha no meu Zen 3 mas, não dá não!
O cara é muito liso e escorregadio mesmo!
E, se tiver nas mãos de pessoas, digamos assim, um pouquinho desastradas, o sinistro será inevitável. Não é mesmo, Emily!
Se bem que já me aconteceu de o aparelho, assim, de repente, saltar da minha mão umas três vezes.
Foi assim....... Bem, bom...!! Melhor deixar pra lá certas explicações.
Né, né!!
É bom observar que Asus está evoluindo de forma rápida ,seria interessante se fosse possível desinstalar os apps proprietários (bloatwares) , os preços considero salgados para a atual baixa demanda do mercado nacional , seria bom que lançassem um gadget rodando o Android One , daria uma boa melhorada na imagem da marca.
Zenfone nem de graça!
Até agora não tenho do que reclamar do Zenfone 3 ZE520KL de 32 GB...
Quando este estiver mais barato é uma ótima!