Cinco vezes em que as empresas de tecnologia falharam feio com o público
Na última semana, a Apple entrou em uma briga feia por causa do chamado “Erro 53” e que está mobilizando escritórios de advocacia e entidades de direito de defesa ao consumidor em diversos países. Mas essa não é a primeira vez que as empresas de TI pisam feio na bola com o público. Lembramos de algumas.
Nota: O "Erro 53" o ocorre depois da atualização do sistema operacional de alguns iPhone 6 e 6 Plus para iOS 9. O problema inutiliza dispositivos que já tenham passado por reparos técnicos no passado. Depois do update, uma mensagem de erro aparece e o celular é desabilitado e fica praticamente inútil.
1. A “antennagate” do iPhone 4
Lançado em junho de 2010, o iPhone 4 trazia um problema em sua antena, que causava falhas na recepção do aparelho, fazendo com que as ligações caíssem. Até aí, tudo bem. Falhas acontecem e é só fazer um recall, certo? Não para a Apple. Na época, a empresa negou a existência do problema.
Depois, Steve Jobs, então CEO da empresa, disse que os usuários não estavam segurando o aparelho da forma correta e quis “ensinar” como fazer isso.
Quando as repercussões do problema começaram a crescer exponencialmente – e que fora batizada de “Antennagate” - a Apple finalmente se pronunciou a respeito em uma coletiva. Primeiro, quis socializar o problema, afirmando que o bug da antena também ocorria em smartphones de outras marcas.
Depois, ofereceu gratuitamente uma capinha aos usuários do iPhone 4, o que corrigiria o problema de recepção, além de reembolsar aqueles que já haviam comprado o acessório antes do anúncio. Para completar, a empresa liberou uma atualização do iOS 4, que corrigiu o problema de nivelação do sinal.
Não teria sido mais fácil ter feito isso desde o começo?
2. As atualizações para os smartphones Android
A estratégia usada pelo Google para popularizar o Android foi algo muito semelhante ao que a Microsoft fez com o Windows. A empresa vende a licença de seu sistema operacional mobile para um sem-número de fabricantes de smartphones e tablets e, em troca, essas empresas (incluindo as operadoras de telefonia) podem customizar a plataforma do jeito que elas quiserem.
O plano deu certo, mas um “detalhe” não foi muito bem considerado tanto pelo Google quanto pelas fabricantes e operadoras: como fazer para lidar com as atualizações do Android em meio a uma infinidade de modelos de smartphones, com as mais diversas configurações?
A partir daí, o Google lava as mãos, dizendo que a empresa libera os updates, mas que o processo de quando atualizar é um decisão das fabricantes. As fabricantes dizem que as atualizações demoram para ser liberadas por causa dos processos de verificação das operadoras. E as operadoras? Bom, quando der, eles liberam.
O resultado final disso tudo é que as versões mais atuais do Android atingem apenas uma pequena parcela dos usuários da plataforma. E muitos telefones que conseguiriam suportar o update ficam sem desfrutar de novas funcionalidades do sistema. “Tá serto”.
3. O superaquecimento dos processadores Snapdragon 810
Quando o processador Snapdragon 810 passou a equipar os smartphones, muitos esperavam ansiosamente para ver os aparelhos que contariam com o componente “voando baixo”. O problema é que um erro na engenharia do chip fazia com que ele apresentasse problemas de superaquecimento, prejudicando a performance de todos os smartphones do qual fazia parte.
Um exemplo que ficou famoso foi no Xperia Z3, onde o superaquecimento era tão alto que a câmera simplesmente parava de funcionar. Já no Xperia Z5 Compact, a tela multitouch não reconhecia os comandos do usuário. E claro, o problema atingiu outras marcas, como HTC, LG, Samsung e OnePlus.
Tudo isso obrigou algumas fabricantes, como a Sony, a rever a engenharia de seus aparelhos, que tiveram de criar formas de dissipar o calor, para que os mesmos não entrassem em colapso. Outras, como a LG, simplesmente preferiam parar de utilizar o processador em seus modelos e optaram por outro chip da marca, mas de menor performance.
4. A omissão do Facebook em relação à Justiça brasileira
Em dezembro do ano passado, um juiz da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo ordenou que o WhatsApp ficasse fora do ar por 48 horas em todo o Brasil, o que acabou ocorrendo. A ordem acabou derrubada por uma liminar posterior, com o app voltando a funcionar depois de 12 horas.
Porém, o fato é que o Brasil quase entrou em pane com a interrupção do mensageiro, com muitos criticando a desproporção da medida e condenando a falta de conhecimento do Judiciário brasileiro sobre como funciona a tecnologia (o que não deixa de ser verdade).
De quebra, Mark Zuckerberg, criador do Facebook, que é o dono do WhatsApp, ainda soltou um “textão” em seu perfil na rede social dizendo, entre outras coisas, “que este é um dia triste para o país. Até hoje o Brasil tem sido um importante aliado na criação de uma internet aberta”. Blá, blá, blá.
O que muita gente não atentou é que o bloqueio do WhatsApp foi uma medida extrema porque o Facebook é incrivelmente omisso quando o assunto é colaborar com a Justiça brasileira. A rede social cria inúmeros obstáculos para liberar dados de seus usuários para as investigações que envolvem tráfico de drogas, pedofilia, racismo, bullying virtual, entre outros crimes.
A alegação da empresa é que a plataforma em si fica sediada na Irlanda e que o Brasil nada pode fazer, por se tratar apenas de um escritório comercial. A mesma estratégia vale para o WhatsApp, cuja sede está nos EUA.
Aí fica fácil posar de vítima, não?
5. O “Erro 53” do iPhone 6
Ahhhhh Apple, você de novo! A nova polêmica da “Maçã” agora tem uma bela dose de surrealismo e pode ter ido meio longe demais. Basicamente, a empresa soltou uma atualização para o iOS 9 que, quando baixado pelo usuário, simplesmente inutiliza de forma permanente os iPhones 6 que passaram por assistências técnicas não-autorizadas. É o chamado “Erro desconhecido (53)”.
De acordo com a Apple, o iOS verifica se o Touch ID (o sensor de biometria do iPhone) bate com outros componentes do iPhone 6. Caso o sistema note alguma violação (uma troca de tela, por exemplo), ele gera um erro de verificação, com a mensagem “erro desconhecido (53)”, deixando o aparelho inoperante. Segundo a empresa, a medida é “para preservar a segurança dos seus clientes”.
Só que essa ação por parte da Apple deixou muita gente enfurecida, e isso inclui escritórios de advocacia e entidades de direito de defesa ao consumidor dos EUA, Reino Unido, Austrália e outros países. Isso porque eles alegam que a empresa está induzindo seus usuários a “destruir” seus iPhones a partir da atualização, além de força-los a usar obrigatoriamente as lojas oficiais de conserto da marca (que custam até 3x mais).
O problema dessa medida da Apple não está no fato da empresa se recusar a consertar um aparelho que apresente o “Erro 53”. Mas sim de inutilizar intencionalmente um telefone sob a alegação de que ele apresenta riscos à segurança do usuário.
Como bem disse um consumidor no fórum online do jornal inglês The Guardian: “Que alguém me explique onde diz na lei do consumidor que o vendedor tem o direito de inutilizar um hardware que você acabou de comprar".
Você lembra de alguma pisada de bola das empresas de tecnologia junto aos seus usuários? Conte para gente!
Via El País
Caraca, me surpreendi com esse "Erro 53" da Apple. Como os usuários de seus Iphone's estão reagindo a essa arbitrariedade??
Na verdade é uma medida de segurança pra evitar que você consiga invadir o sistema problema de tudo é que Apple não avisou sobre isso e as pessoas que trocaram o sensor de digital fora da Apple acabaram se deparando com isso
As Atualizações Android deu muita dor de cabeça pra muita gente e ainda continua dando, tive um Atrix 4g mb860, aparelho top de linha que no seu lançamento em 2011 foi considerado o melhor smartphone do mercado, ele já contava com um leitor biométrico que se tornou a tendência de hj. Ai vem a Motorola e informa que não seria atualizado o Android, o mais engraçado é que aparelhos com o mesmo hardware já estava sendo atualizado pela Motorola, visto que eles seriam mais recentes. Era a jogada da Motorola só pra levar ao consumismo. Até hoje vejo com outros olhos a Motorola(Lenovo) por ter feito isso, mesmo que hj ela tenha melhorado nesse aspecto.
A "morte súbita" do galaxy s3 foi uma das grandes mancadas da samsung. A maior de todas é lançar aparelhos que jamais serão atualizados.
Nunca comento nada aqui, mas neste não posso de deixar minha tristeza e indignação quanto à atualização, comprei um s3 e ele simplesmente foi descontinuado pela samsung em menos de dois anos, passei depois de um tempo a usar cyanogen, ainda tenho o aparelho com o android 6, mas somente como backup, samsung nunca mais por esta baita pisada de bola.
Abre com a Apple e fecha com a Apple, no ANDROID pit... Quanto amor pela maça
Esse “erro 53” do iPhone 6 é o cúmulo! Só demonstra o quanto a Apple é controladora à níveis extremos. Espero que o processo gere boa indenizações aos usuários e que eles tenham que corrigir o "problema" no iOS em atualizações futuras.
Como diria o Faustão: "Oloco, ta pegando fogo bicho"
Snapdragon 810 o pior de todos!
Fails são constantes neste segmento .
Esqueceram o novo case do iPhone 6 com bateria embutida que de tão feio podia estar na lista.
Apenas a Motorola conseguiu usar o Snapdragon 810 sem problemas?
O Moto X Force continua com o problema de Thermal Throttling. Ela apenas conseguiu mascarar o problema, fazendo com que a carcaça do smartphone não esquente somente.
O problema vem a tona quando o smartphone sofre stress excessivo em sua CPU.
Enfim, não é uma solução, foi apenas uma tentativa frustrada de tentar mascarar o problema.
A única empresa que conseguiu tal feito foi a Microsoft com sua solução baseado em resfriamento liquido (que na verdade não é liquido uma baita confusão, mas o importante é que foi eficaz).
meu x force com Android 6.0 n esquenta muito não nem quando estou rodando asphalt, implosion entre outros
Foi o que eu disse no meu comentário Andrey:
"Ela apenas conseguiu mascarar o problema, fazendo com que a carcaça do smartphone não esquente somente."
=[
Microsoft também usa o Snapdragon?
A Microsoft usou um sistema de refrigeração liquida para evitar o aquecimento do SD 810!
Sim Lucas.
A Microsoft usou no Lumia 950 XL.
Acredito que a Huawei conseguiu com o Nexus 6P.
Xiii Anderson, pior que não.
A solução utilizada no Nexus 6P é mesma adotada nos Sony que utilizam o Soc (abaixaram o clock somente).
Mascararam o problema.
Quero deixar claro que não estou criticando os smartphones que utilizam Socs Snapdragon 810, apesar dos problemas, ele ainda é um ótimo SoC, e consegue realizar bem ao que ele se propõe. Eu só contesto o falso marketing da Qualcomm, que sempre vem com uma versão diferente do SoC e diz que o problema foi solucionado, mas sempre é provado que ela mentiu novamente.
Moto X Force e Nexus 6P são excelentes smartphones, sem dúvida alguma.
(Ainda espero comprar um Nexus 6P)